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Por O Globo e agências internacionais — Tel Aviv

Israel sabe a localização exata de Yahya Sinwar, o líder militar do Hamas e o maior responsável pelos ataques de 7 de outubro, publicou nesta terça-feira o jornal Israel Hayom. Apesar disso, as Forças Armadas do país não podem realizar um ataque porque ele estaria cercado de um grande número de reféns israelenses.

Líder do Hamas desde 2017, Sinwar, de 61 anos, nasceu no campo de refugiados de Khan Younis e entrou para a militância armada quando Israel ainda ocupava a Faixa de Gaza. Sua primeira prisão foi em 1982, por "atividades islâmicas", sendo novamente detido em 1985. Nessa época, aproximou-se do fundador do Hamas, Ahmed Yassin, e assumiu o comando do al-Majd, o serviço de segurança interna do grupo.

Seus alvos, além de pessoas acusadas de colaborarem com Israel, eram as "atividades imorais", como as de lojas que vendiam material considerado pornográfico. Em 1989, Yahya foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios. Na prisão, tornou-se fluente em hebraico e chegou a receber uma proposta para ser colaborador de Israel, depois de uma cirurgia para retirar um tumor no cérebro. Ele se recusou.

Em 2011, quando houve aquela que até os ataques de 7 de outubro era a mais famosa troca de reféns por prisioneiros da História de Israel, a de mil palestinos pelo soldado Gilad Shalit, Yahya ganhou a liberdade e voltou para Gaza como um nome de destaque do Hamas.

Apesar do passado "linha-dura", que incluiu a ordenação de execuções de adversários mesmo quando estava na cadeia, os primeiros sinais enviados a Israel eram um pouco diferentes. Em 2018, mandou mensagens, incluindo ao próprio premier Benjamin Netanyahu, afirmando que estava cansado da guerra, e que seu objetivo era transformar Gaza em uma sociedade funcional e pacífica.

— Sinwar leu bem a mente dos israelenses — disse à Bloomberg Michael Mishtein, antigo responsável pela Palestina no departamento de inteligência militar do país. — Ele queria que Israel acreditasse que o Hamas estava se concentrando na estabilidade de Gaza, promovendo temas civis. Plantou a ideia errada na cabeça dos israelenses.

Ao longo dos anos, Sinwar manteve contatos indiretos com o governo israelense e com a Autoridade Nacional Palestina, que controla a Cisjordânia, obtendo inclusive novas permissões para que cerca de 18 mil palestinos que vivem em Gaza trabalhassem em Israel. A ideia que suas iniciativas passavam era de que o Hamas não estava mais preocupado com a guerra, mas, sim, com o dia a dia dos habitantes do enclave.

— O Hamas e Sinwar enganaram Israel e fizeram parecer que a guerra não era uma opção para o Hamas — disse à Bloomberg o jornalista Akram Atallah, colunista do jornal al-Ayyam. — Foi uma campanha sofisticada de desinformação, fazendo com que Israel acreditasse que estavam falando sobre paz, sobre trabalhadores e sobre uma vida econômica para os moradores de Gaza.

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