O ministro das Reações Exteriores, Mauro Vieira, embarcou na noite de domingo para Nova York, onde comandará nesta segunda-feira uma nova leva de reuniões na ONU sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O Brasil preside o Conselho de Segurança até a próxima terça-feira e tenta avançar na aprovação em alguma medida que abrace, principalmente, o caráter humanitário da guerra.
O chanceler viajou para os Estados Unidos para negociar pessoalmente o novo texto a ser apresentado pelo Brasil sobre o confito. Embora, segundo o Itamaraty, ainda não haja previsão de votação de uma resolução, o Brasil iniciou consultas para tentar avançar em algum consenso em torno de um novo texto.
A ideia é adotar pontos comuns para evitar o veto de algum dos cinco membros permanentes do órgão, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China e França.
Desde o ataque-surpresa do Hamas a Israel, no dia 7 de outubro, até agora, o Conselho de Segurança não apresentou um texto formal sobre o tema.
No último dia 18, o organismo da ONU rejeitou resolução apresentada pelo Brasil para encontrar uma saída diplomática para o conflito. O texto, que entre outros pontos pedia a criação de um corredor humanitário, foi vetado pelos Estados Unidos.
A embaixadora americana, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que o país aposta na diplomacia, mas que os EUA estavam decepcionados pois a resolução do Brasil não mencionava claramente o direito de autodefesa Israel.
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A proposta do Brasil foi aprovada por 12 delegações entre os 15 países que compõem o órgão mais importante da ONU. Apenas países com assento permanente podem rejeitar integralmente o documento votado.
A resolução apresentada pelo Brasil previa 11 pontos a serem atendidos pelos envolvidos no confronto. Além do cessar-fogo imediato para entrada de ajuda humanitária, o documento determinava a libertação imediata de todos os reféns, de cumprimento das atribuições em proteger os civis e funcionários da ONU e de outras organizações humanitárias, e de garantir aos civis na Faixa de Gaza acesso a gás, eletricidade e suprimentos médicos.
Veja imagens dos tanques de Israel posicionados ao norte de Gaza
![Tanques de Israel posicionados em Ashkelon, ao norte da Faixa de Gaza — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/0wsTlkoMlDh6PzjRFKvIbxfYzJ0=/0x0:1500x1000/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/H/U/gUHDkrQtG0tDUtRNaQ8g/104680815-editors-note-graphic-content-topshot-israeli-troops-in-tanks-and-other-armoured-ve.jpg)
![Tanques de Israel posicionados em Ashkelon, ao norte da Faixa de Gaza — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/o26lzdWioPxMuheIw0tCFJcfyP0=/1500x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/H/U/gUHDkrQtG0tDUtRNaQ8g/104680815-editors-note-graphic-content-topshot-israeli-troops-in-tanks-and-other-armoured-ve.jpg)
Tanques de Israel posicionados em Ashkelon, ao norte da Faixa de Gaza — Foto: Thomas COEX / AFP
![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/4P7Z4K-dQxVxE3I_QukpKVIWv9w=/0x0:1316x878/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/q/g/F0OAAgQjKsjS9Jq1oS7Q/104676574-israeli-troops-and-tanks-gather-in-a-field-near-the-kibbutz-beeri-in-southern-israel-o.jpg)
![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/ydgNyjIA8VUndtGwwladXzPnf-c=/1316x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/q/g/F0OAAgQjKsjS9Jq1oS7Q/104676574-israeli-troops-and-tanks-gather-in-a-field-near-the-kibbutz-beeri-in-southern-israel-o.jpg)
Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP
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![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/a8x1vxokFfsaFZW1CVsQG49aRDk=/0x0:1190x793/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/h/a/Uayb39Tee3LXhQnR4O9g/104676560-israeli-troops-and-tanks-gather-in-a-field-near-the-kibbutz-beeri-in-southern-israel-o.jpg)
![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/CqefZTFATTWdD7k-nSKQZaxBNP0=/1190x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/h/a/Uayb39Tee3LXhQnR4O9g/104676560-israeli-troops-and-tanks-gather-in-a-field-near-the-kibbutz-beeri-in-southern-israel-o.jpg)
Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP
![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/g_jjbIqRC1SjFtwC0F3cFgEDPN8=/807x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/S/x/9iznafTx6udMqoqB2qqg/104676554-israeli-troops-and-tanks-gather-in-a-field-near-the-kibbutz-beeri-in-southern-israel-o.jpg)
Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP
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![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/35ddiofu5RiIiZOt93cK0hDob1E=/1500x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/6/t/jSaBYtTjua57n8hAh4aw/104676488-israeli-tanks-gather-in-a-field-near-the-kibbutz-beeri-in-southern-israel-on-october-1.jpg)
Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP
![Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/Agq7i-O1ahQ6DMDy6hFVwfYOmqY=/726x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/a/n/7VQkTuSLOQijU77dvqFA/104672460-editors-note-graphic-content-israeli-troops-in-tanks-and-other-armoured-vehicles-ama.jpg)
Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP
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![Tanque de guerra de Israel posicionado na fronteira com a Faixa de Gaza — Foto: Jack Guez/AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/Crf_em2oniQUDKs1sPpRN2VrGJQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/A/A/OAgKInTaeciBZnYd4WSA/tanqueisraelense-jack-guez.jpg)
Tanque de guerra de Israel posicionado na fronteira com a Faixa de Gaza — Foto: Jack Guez/AFP
Dias depois, resoluções apresentadas pela Rússia e pelos Estados Unidos também foram vetadas pelo Conselho de Segurança.
O texto americano foi vetado pela China e pela Rússia, que criticaram a falta do cessar-fogo no texto. A resolução russa não obteve o número mínimo de votos necessários para ser aprovada — 9 membros — e foi rejeitada pelos EUA.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com famílias de desaparecidos e reféns do Hamas e citou a resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança. O presidente afirmou que o texto vetado pelos EUA continha referência expressa à necessidade de libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas.