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Por O Globo com AFP — Lewiston

A governadora do Maine, Janet Mills, informou em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira que 18 pessoas morreram e 13 ficaram feridas no ataque a tiros no estado americano da Nova Inglaterra, na Costa Leste dos Estados Unidos, na noite desta quarta-feira. Janet Mills agradeceu o trabalho de policiais, que fazem neste momento uma "caçada", com ajuda do F.B.I e de oficiais de estados vizinhos, pelo suspeito do atentado, Robert Card, de 40 anos, provavelmente armado. Ela também agradeceu aos serviços de emergência que atenderam os feridos. Oito corpos foram identificados e oito pessoas estão feriadas em um hospital local, três delas em estado grave.

— Ainda há muitas coisas que não sabemos sobre estes ataques, mas todos os esforços das autoridades agora são para capturar o suspeito, Robert B. Card, morador da cidade de Bowdoin (também no Maine). O responsável por esta atrocidade será punido e haverá justiça para as vítimas e suas famílias — afirmou a governadora.

Segundo William G. Ross, da Polícia Estadual do Maine, dos 18 mortos, sete foram baleados e perderam a vida na pista de boliche Just-in-Time (uma mulher e seis homens). No bar-restaurante Schemengees, para o qual ele se dirigiu em seguida, sete homens morreram a tiros dentro do estabelecimento, e um do lado de fora. Entre os que foram socorridas e levados para o hospital, três não resistiram. Até o momento, oito pessoas foram identificadas e suas famílias avisadas sobre a tragédia.

A governadora Janet Mills, do Partido Democrata, conversou duas vezes com o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris sobre a chacina. E que eles ofereceram todo apoio ao estado. Mills pediu que, nas próximas horas, a população tenha cautela.

— A população do Maine não deve abordar o suspeito em qualquer circunstância — frisou a governadora, ressaltando que Card é "perigoso" e está provavelmente armado.

Em pronunciamento nesta quarta-feira, Biden condenou o tiroteio em Maine, classificando-o como "trágico e sem sentido". O democrata ainda aproveitou a ocasião para pedir aos parlamentares republicanos, de oposição, que respaldem a proibição do porte de armas.

— Diante de mais uma tragédia, peço aos republicanos no Congresso que cumpram com o dever de proteger o povo americano. Trabalhem conosco para aprovar um projeto de lei proibindo armas de assalto e carregadores de alta capacidade, para implementar verificações de antecedentes universais, exigir o armazenamento seguro de armas e encerrar a imunidade de responsabilidade para os fabricantes de armas. Isso é o mínimo que devemos a cada americano que agora carregará as cicatrizes, físicas e mentais, deste último ataque — disse.

O chefe da polícia de Lewiston, David St. Pierre, expressou solidariedade às vítimas e parentes e classificou o caso como "tragédia além da compreensão". Ele pediu que os moradores da cidade fiquem especialmente atentos à própria segurança até a prisão do suspeito.

Suspeito segue foragido

Mais cedo, a polícia de Lewiston divulgou uma foto do suspeito de abrir fogo numa pista de boliche e num bar-restaurante. Robert Card, de 40 anos, fugiu após o tiroteio e é procurado por centenas de policiais na região, com ajuda do FBI.

Lewiston é a segunda cidade mais populosa do estado do Maine, com pouco menos de 35 mil habitantes. A população foi orientada a permanecer em suas casas devido ao risco representado por este homem “provavelmente armado e perigoso”. As motivações da chacina são desconhecidas. Segundo a CNN, que cita fontes policiais, ele é reservista do Exército, instrutor de iro e com registros de problemas de saúde mental.

"Policiais estão tentando localizar Robert Card [nascido em] 4/4/1983, como uma pessoa de interesse em relação ao tiroteio em massa no Schemengees Bar e Sparetime Recreation esta noite. Card deve ser considerado armado e perigoso. Entre em contato com a polícia se tiver conhecimento de seu paradeiro", afirmaram as autoridades locais, em comunicado.

Ataque a tiros no Maine — Foto: Arte/O Globo
Ataque a tiros no Maine — Foto: Arte/O Globo

Qual é o histórico psiquiátrico do atirador de Maine?

O atirador foi internado num centro psiquiátrico por duas semanas, no verão deste ano no hemisfério norte, de acordo com relatório obtido pela Associated Press. O documento revela que o suspeito do ataque dizia "ouvir vozes" e já havia ameaçado abrir fogo contra uma base militar.

— Nossos hospitais não estão equipados para lidar com esse tipo de tiroteio — alertou Robert McCarthy, vereador de Lewiston.

Policiais cercam ruas; população é instada a ficar trancada

O Secretário de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck, disse aos repórteres que as ruas estão repletas de policiais em busca do suspeito.

— Temos centenas de policiais trabalhando em todo o estado do Maine para localizar o atirador — disse ele.

Este novo massacre, um dos mais mortíferos desde o de Las Vegas em 2017, junta-se à trágica lista de tiroteios nos Estados Unidos.

Depois de ser informado sobre o ataque, o presidente Joe Biden faltou a um jantar de Estado em homenagem ao primeiro-ministro australiano para se comunicar com as autoridades locais e oferecer-lhes apoio federal, segundo a Casa Branca.

Quem é o atirador de Maine?

Fotos divulgadas do suspeito mostram um homem vestindo jaqueta marrom, calça azul e sapatos marrons, segurando um rifle semiautomático.

Segundo Sauschuck, a polícia encontrou uma van branca abandonada a cerca de dez quilômetros de Lewiston.

Ataque a tiros no Maine:

Onde ocorreram os tiroteios?

Os tiroteios ocorreram em pelo menos dois locais: uma pista de boliche e um bar-restaurante. Agentes de Boston também participam da busca pelo suspeito.

As escolas públicas permanecerão fechadas na quinta-feira, informou uma autoridade local no X (antigo Twitter).

Estados Unidos têm mais armas do que pessoas

Os Estados Unidos têm mais armas do que pessoas: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma e quase um em cada dois adultos vive numa casa onde existe uma arma. A consequência desta proliferação é o índice de mortes por armas de fogo, mais alto que o de outros países desenvolvidos.

Excluindo os suicídios, mais de 15 mil pessoas morreram devido à violência armada desde o início do ano no país, e o ataque de quarta-feira é o mais mortal registrado no período, segundo a associação Gun Violence Archive (GVA).

Os esforços para reforçar o controle de armas nos EUA se chocam há anos com a oposição dos republicanos, defensores do direito constitucional de portar armas, e com o lobby da National Rifle Association (NRA), que financia candidatos favoráveis à compra e posse indiscriminada de armas.

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