Dois mísseis russos atingiram um prédio residencial e um complexo universitário em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta segunda-feira, matando ao menos seis pessoas e ferindo mais de 70, segundo autoridades ucranianas. O ataque russo ocorre um dia depois de drones atingirem Moscou e de Zelensky alertar que “a guerra está voltando ao território da Rússia".
De acordo com o chefe da administração militar da região de Dnipropetrovsk, Serhii Lysak, o número de mortos aumentou para seis, enquanto 75 estão feridos. Antes, o presidente Volodymyr Zelensky compartilhou um vídeo nas redes sociais com os trabalhos de resgate, afirmando que entre as vítimas estavam uma criança e sua mãe.
— Os andares quatro a nove do edifício residencial foram completamente destruídos. O trabalho é difícil. Partes da estrutura do prédio estavam caindo. Os terroristas também visaram o prédio da universidade e o prédio administrativo — escreveu o presidente ucraniano, descrevendo as buscas como "difíceis", apesar do contingente de 350 pessoas na operação.
As forças russas também bombardearam 130 cidades e vilarejos ao longo da linha de frente, com alguns dos disparos mais intensos direcionados à cidade portuária de Kherson, na margem oeste do rio Dniéper, no sul da Ucrânia, disseram autoridades ucranianas. Pelo menos uma pessoa morreu quando foguetes russos atingiram o centro da cidade, disse Oleksandr Prokudin, chefe da administração militar regional.
Natalia Humeniuk, porta-voz do comando militar ucraniano do sul, disse em rede nacional que a Rússia está tentando intensificar os ataques na margem oeste do rio, apesar de ainda sofrerem com escassez de munições. De acordo com a porta-voz, os ataques ucranianos nas principais rotas logísticas russas, especialmente nas pontes e estradas que ligam a Crimeia ocupada ao sul ucraniano e ao território russo, têm dificultado o reabastecimento e a redistribuição das forças russas.
Veja antes e depois da ponte na Crimeia após forte explosão
![Imagem da Ponte de 19 km inaugurada por Putin na Crimeia em 2018 — Foto: Alexander Nemenov/AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/kRM98Gu_8yM-8mceDODaN2uwjWI=/0x0:768x512/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/U/O/hnabYwSeulVxpBitNMBQ/ponte-crimeia-ucrania-russia-putin-19-km-1-768x512-b114efa0.jpg)
![Imagem da Ponte de 19 km inaugurada por Putin na Crimeia em 2018 — Foto: Alexander Nemenov/AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/7VlQycaYfaTDDNsRhY9Vp3b3D6k=/768x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/U/O/hnabYwSeulVxpBitNMBQ/ponte-crimeia-ucrania-russia-putin-19-km-1-768x512-b114efa0.jpg)
Imagem da Ponte de 19 km inaugurada por Putin na Crimeia em 2018 — Foto: Alexander Nemenov/AFP
![Ponte do Estreito de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia — Foto: AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/ltqaycAxreILInTahuMr6JlzT64=/0x0:795x530/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/n/U/k33yIAT0GKwAnO0lcfyw/ucrania-06.png)
![Ponte do Estreito de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia — Foto: AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/CLYhbLptdAPa1EaglFZmIbRAErY=/795x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/n/U/k33yIAT0GKwAnO0lcfyw/ucrania-06.png)
Ponte do Estreito de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia — Foto: AFP
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![Em 2018, a construção de 19 quilômetros, que atravessa o estreito de Kerch, chegou a ser chamada de "ponte de Putin". — Foto: Alexander NEMENOV| AFP.](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/wp0H_uRwfs1lf3F7Zyk1vyHuccE=/0x0:1024x683/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/3/q/YmFIMHRRCycGYHn2X6Tg/ponte-crimeia-ucrania-russia-putin-19-km-2-1024x683-b114efa0.jpg)
![Em 2018, a construção de 19 quilômetros, que atravessa o estreito de Kerch, chegou a ser chamada de "ponte de Putin". — Foto: Alexander NEMENOV| AFP.](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/9EVo1_O5A8tQQzLtm92QnexU5p8=/1024x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/3/q/YmFIMHRRCycGYHn2X6Tg/ponte-crimeia-ucrania-russia-putin-19-km-2-1024x683-b114efa0.jpg)
Em 2018, a construção de 19 quilômetros, que atravessa o estreito de Kerch, chegou a ser chamada de "ponte de Putin". — Foto: Alexander NEMENOV| AFP.
![Com 19,2 quilômetros de extensão, a Ponte do Estreito de Kerch é vital para o envio de suprimentos russos para a guerra na Ucrânia — Foto: AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/XiaFTKng-Vs5gelNB1vmJyactOA=/798x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/j/k/WG2vhbSwWKRi4Igd5uhA/ucrania-02.png)
Com 19,2 quilômetros de extensão, a Ponte do Estreito de Kerch é vital para o envio de suprimentos russos para a guerra na Ucrânia — Foto: AFP
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![Pessoas esperam a balsa em seus carros depois que um caminhão explodiu e danificou fortemente a ponte Kerch que liga a Crimeia à Rússia, perto de Kerch — Foto: AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/eb_mjvPm3p_ZmNk3RcSwWKtaEXY=/796x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/A/w/c68LG0Qdi6cBL2ImRl5g/ucrania05.png)
Pessoas esperam a balsa em seus carros depois que um caminhão explodiu e danificou fortemente a ponte Kerch que liga a Crimeia à Rússia, perto de Kerch — Foto: AFP
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![Foto divulgada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia mostra ponte danificada após a explosão. — Foto: AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/IlGyQiIJBzNBIO_h1swP0YTmZeU=/1500x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/l/E/oAuh03STaremNxADD3lA/100768571-this-handout-picture-released-by-security-service-of-ukraine-shows-a-fire-sparked-by-a-car.jpg)
Foto divulgada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia mostra ponte danificada após a explosão. — Foto: AFP
O ataque a Kryvyi Rih ocorre no momento em que Kiev ameaçou aproximar a guerra dos russos, sugerindo abandonar a política de ambiguidade estratégica em relação a ataques no interior do país, uma tática que manteve durante grande parte da guerra.
Os comentários de Zelensky em um discurso, na noite de domingo, depois que dois drones atingiram prédios no coração da capital russa, indicam que a Ucrânia agora aposta nestes ataques como tática crucial para o conflito.
— Gradualmente, a guerra está voltando ao território da Rússia, aos seus centros simbólicos e bases militares. E este é um processo inevitável, natural e absolutamente justo — disse o presidente ucraniano.
Intensos combates
Nesta segunda, o Kremlin chamou de “ato de desespero” o ataque de domingo com drones a Moscou.
— Está claro que a contraofensiva não teve êxito — declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que disse ainda que o incidente deste domingo — é um ato de desespero, o regime de Kiev recorre a este tipo de ataques terroristas — garantindo que Moscou tomou todas as medidas possíveis para defesa de seu território.
Na véspera, o governo russo confirmou ter repelido o ataque de drones ucranianos que danificou a fachada de duas torres comerciais, no centro de Moscou, além de outro ataque do mesmo tipo na Península da Crimeia. Nesta segunda o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, disse que , em resposta a esses incidentes, as forças russas haviam "disparado" a intensidade de ataques contra infraestruturas militares ucranianas. O governo regional de Briansk, na Rússia, também conformou uma ação de drones ucranianos contra um posto policial, sem deixar vítimas, na região de fronteira com a Ucrânia.
As autoridades ucranianas também informaram que, nas últimas horas, ocorreram intensos confrontos no noroeste do país, em um movimento que a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, chamou de tentativa de desviar as tropas ucranianas da região de Bakhmut, onde, segundo o governo ucraniano, o país conquistou algum terreno.
Nesta segunda, pelo menos duas pessoas morreram e seis ficaram feridas em um bombardeio ucraniano em Donetsk, a principal cidade controlada por Moscou no leste da Ucrânia, anunciaram autoridades locais pró-Rússia "Esta manhã, as forças ucranianas bombardearam o centro de Donetsk", afirmou no Telegram Denis Pouchilin, líder da região cuja anexação foi reivindicada por Moscou.
Segundo Maliar, os enfrentamentos também se intensificaram nas regiões de Kupiansk (região de Kharkiv )e Liman (região de Donetsk), que são importantes entroncamentos ferroviários da Ucrânia. Em Kharkiv, pelo menos uma pessoa morreu em bombardeios russos a um armazém e uma empresa comercial, no domingo. (Com New York Times, El País e AFP)