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Por Alfredo Mergulhão e Paulo Assad — Rio de Janeiro

O Serviço Nacional de Inteligência da Grécia (EYP) revelou ter identificado uma espiã russa morando no país europeu com uma identidade falsa, na última semana. Atendendo pelo nome Maria Tsalla, Irina Alexandrovna Smireva vivia em Atenas desde 2018 e seria casada com o austro-brasileiro Gerhard Daniel Campos Wittich — também apontado como espião russo.

A verdadeira identidade de Maria Tsalla começou a ser revelada quando a EYP detectou uma tentativa de acesso aos dados de cidadãos gregos falecidos. Essa prática é internacionalmente atribuída aos Serviços de Inteligência da Rússia e remonta aos tempos de Guerra Fria.

Os dados de cidadãos mortos seriam usados para criar identidades falsas destinadas a espiões russos. Maria Tsalla teria se apropriado, em 2018, dos documentos de uma criança grega morta em dezembro de 1991. Ela teria pago cerca de 5 milhões de euros em 2018 pela nova identidade.

Durante sua vida na Grécia, Maria Tsalla tinha um namorado. O jornal The Times informou que ele ficou chocado quando tomou conhecimento, pela imprensa, da verdadeira identidade da companheira. Na Grécia, a espiã levava uma vida pacata, se passava por fotógrafa e tinha uma loja de produtos de crochê.

Maria Tsalla deixou o país no começo deste ano. Em janeiro, ela disse ao namorado que iria passar alguns dias em sua terra natal para tratar de assuntos familiares. Nunca mais voltou. De acordo com o canal de televisão grego SKAI, os serviços secretos russos a chamaram de volta, assim como seu verdadeiro marido "brasileiro".

Espião no Brasil

O namorado grego de Maria Tsalla também descobriu, nesta semana, que a espiã russa seria casada com um homem que vivia no Rio de Janeiro. Ele foi identificado como sendo o austro-brasileiro Gerahrd Daniel Campos Wittich.

Daniel Campos tem endereço na cidade do Rio e, segundo o The Times, também usava identidade falsa. Na capital fluminense, ele possui uma empresa de impressão 3D registrada em seu nome. O GLOBO entrou em contato com o estabelecimento nesta terça por duas vezes, mas os funcionários não quiseram se manifestar.

Em uma postagem do dia 16 de janeiro, em grupo no Facebook de mochileiros na Malásia, uma brasileira pede ajuda para localizar o homem, que estaria desaparecido desde o dia 9 daquele mês. Ela diz, na postagem, que Daniel Campos estava sem contato com a família e que a Embaixada do Brasil na Malásia já havia sido acionada. Desde, então, não é possível encontrar outras referências sobre o homem nas redes.

Procurado pelo GLOBO, o Itamaraty e a Polícia Federal não se manifestaram. A reportagem também pediu um posicionamento para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a possível presença de um espião russo no pais. A Abin respondeu que não irá comentar o assunto.

As Embaixadas da Rússia e da Aústria também foram procuradas e não responderam até o momento da publicação desta reportagem.

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