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Por O Globo, The New York Times — Washington

A procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, abriu um processo civil contra o ex-presidente Donald Trump, três de seus filhos e a Organização Trump, alegando que eles estão envolvidos em uma fraude "assombrosa" que durou mais de uma década e foi usada pelo republicano para aumentar sua fortuna.

A jornalistas, James disse que pedirá US$ 250 milhões em indenizações em nome do estado de Nova York, assim como a proibição de que Trump e seus filhos Donald Trump Jr., Ivanka e Eric ocupem cargos de diretoria ou administração em qualquer empresa no estado. As medidas punitivas pedidas também incluem a nomeação de um monitor independente para supervisionar as transações financeiras da empresa.

— Estamos tomando medidas legais contra Donald Trump por violar a lei a fim de gerar lucro para ele próprio, sua família e seus negócios — disse ela ao anunciar a abertura do processo, o primeiro resultante de investigações contra o ex-presidente. — Foi um esquema que por sua própria natureza se tornou mais lucrativo ao longo do tempo e está em total violação da lei.

No processo de 220 páginas, a democrata que está concorrendo à reeleição em novembro — nos EUA, os principais cargos do Ministério Público são eletivos — alega que a fraude afetou todos os aspectos dos negócios de Trump. A investigação está em andamento desde 2019.

Segundo o processo, a Organização Trump inflacionou de maneira fraudulenta o valor de seus hotéis, campos de golfe e outros ativos para obter empréstimos e benefícios financeiros, enganando credores, seguradoras e autoridades fiscais.

Trump e seus filhos maiores de idade são apontados como réus no processo. Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da empresa, e Jeff McConney, outro executivo de longa data da Organização Trump, também foram citados. Ao todo, segundo James, 11 declarações financeiras anuais continham mais de 200 avaliações falsas ao longo de mais de uma década.

“Esses atos de fraude e deturpação são de natureza semelhante, cometidos pela alta administração da Organização Trump, como parte de um esforço comum para cada declaração anual de impostos, e foram aprovados nos mais altos níveis da empresa, inclusive pelo próprio Trump ”, diz o processo.

A procuradora-geral concluiu que Trump e sua empresa familiar violaram várias leis criminais estaduais e "possivelmente" leis criminais federais. Seu escritório, que neste caso não tem autoridade para apresentar acusações criminais, encaminhou o processo para promotores federais em Manhattan.

Após o anúncio do processo civil, os dois filhos mais velhos de Trump disseram que sua família é vítima de perseguição política – uma alegação que Trump usou repetidamente. “Trata-se unicamente de política”, postou Donald Trump Jr. no Twitter. “Uma piada”, também postou Eric Trump.

O porta-voz do ex-presidente voltou a dizer que Trump "é alvo de perseguição política".

"Um conto de dois sistemas de Justiça: sim, onde os criminosos ficam livres, e os democratas só vão atrás de seus oponentes políticos!", escreveu Liz Harrington na Truth Social, a rede social de Trump.

Outras investigações

A investigação civil contra a Organização Trump foi aberta após o depoimento no Congresso de Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Donald Trump. Cohen afirmou que avaliações fraudulentas dos ativos da organização foram feitas, tanto para cima quanto para baixo, para obter empréstimos, reduzir impostos, ou conseguir melhores compensações de seguros.

A procuradora-geral não é a única a investigar Trump, cujas últimas semanas como presidente são analisadas em pelo menos três processos criminais distintos. No mês passado, o FBI vasculhou seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida, como parte de uma investigação federal sobre a remoção de material sensível da Casa Branca.

Além disso, autoridades federais recentemente apreenderam os telefones de dois de seus assessores próximos e enviaram intimações a dezenas de colaboradores do ex-presidente, em um inquérito sobre os esforços de Trump para tentar reverter sua derrota eleitoral em 2020. As intimações são ligadas ao plano para mudar as listas de delegados que os estados enviam ao Colégio Eleitoral, onde a eleição para a Presidência americana é de fato decidida. Nesse caso, a campanha de Trump tentou mudar os delegados em estados em que Biden venceu no voto popular.

Por último, um promotor público da Geórgia investiga uma possível interferência eleitoral do ex-presidente e seus aliados. A Geórgia foi um dos estados em que Trump concentrou sua cruzada judicial para tentar reverter o voto popular, e pressionou para que as autoridades eleitorais e o Legislativo local, controlado pelos republicanos, agissem a seu favor.

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