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Por AFP — Belgrado

Sob proteção policial, milhares de pessoas e simpatizantes LGBTQIA+ participaram, neste sábado, de uma marcha em Belgrado, na Sérvia, por ocasião da EuroPride — a Marcha do Orgulho Gay da Europa —, apesar da proibição do desfile por parte das autoridades. Houve confrontos entre manifestantes contrários à parada e no total, 31 pessoas foram presas.

O desfile deveria ser o ponto alto da EuroPride, celebrada a cada ano em uma cidade diferente do continente, mas o ministério do Interior da Sérvia proibiu a marcha na última terça-feira por razões de segurança.

Apesar de a Sérvia ter sido escolhida para sediar a marcha e de alguns progressos nos últimos anos – como a eleição de uma premier lésbica, Ana Brnabić, em 2017 –, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é legal no país de sete milhões de habitantes.

Em 2001 e 2010, as marchas da Parada LGBTQIA+ foram atacadas pela extrema direita e marcadas pela violência contra os participantes. Desde 2014, o evento é celebrado sem grandes incidentes, mas sempre sob forte proteção policial.

No último fim de semana, várias organizações de extrema direita conclamaram seus adeptos a também saírem às ruas de Belgrado neste sábado, juntamente com tradicionalistas, ultranacionalistas e representantes da influente Igreja Ortodoxa Sérvia.

— Já estive em várias Paradas mas essa é um pouco mais estressante que as outras —disse à AFP Yasmin Benoit, modelo e ativista em frente ao Conselho Constitucional, local planejado para o encontro. —Sou do Reino Unido, onde todo mundo é mais solidário.

A tropa de choque da polícia foi mobilizada e afastou pequenos grupos de manifestantes que exibiam cruzes e outros sinais religiosos. Segundo a emissora de TV N1, houve confusão entre a polícia e parte do grupo, depois que alguns deles atiraram bombas de fumaça nos agentes e danificaram vários veículos.

Os manifestantes da parada concluíram o percurso, debaixo de chuva, entre o Conselho Institucional e um parque próximo — um trajeto muito menor em comparação com a marcha prevista inicialmente.

— Estamos lutando pelo futuro desse país — afirmou Luka, um sérvio que preferiu não revelar seu sobrenome.

A proibição da parada provocou a indignação de ONGs de direitos humanos e provocou críticas internacionais. Mais de 20 países e a União Europeia pressionaram para que a celebração não fosse proibida.

— A decisão do governo sérvio de cancelar a EuroPride é uma rendição vergonhosa e uma aprovação implícita da intolerência e das ameaças de violência ilegal — disse Graeme Reid, diretor do programa de direitos LGBT da Human Rights Watch.

Ao menos 15 membros do Parlamento Europeu haviam anunciado que se uniriam à marcha do Orgulho em demonstração de solidariedade. A Sérvia é candidata à União Européia há uma década, mas os Estados-membros têm mostrado sua preocupação ao longo dos anos por sua posição em temas dos direitos humanos.

Na sexta-feira, o presidente sérvio, Aleksander Vucic, disse que não ia "tratar do tema".

— Foi imposto ao povo sérvio com más intenções. Todos que são a favor, mas também os que são extremamente contra o desfile, estão todos participando de uma guerra híbrida contra o país — justificou o político neoliberal e conservador.

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