G20 no Brasil
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Por — Rio de Janeiro

Sherpa (principal negociador) da delegação brasileira para a reunião de Cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), o embaixador Mauricio Lyrio, disse que questões delicadas, como a Guerra entre Rússia e Ucrânia, não serão abordadas durante as reuniões ministeriais, para que haja facilidade no andamento das negociações específicas de cada trilha.

Segundo o negociador do país, ficou definido com os outros países do bloco que as questões geopolíticas ficariam à parte dos temas específicos das assembleias ministeriais.

Segundo o embaixador, essa mesma decisão aconteceu durante uma reunião da Cooperação Econômico da Ásia e do Pacífico (Apec).

De acordo com Lyrio, a medida foi tomada para dar andamento às pautas, que, segundo ele, não obtinham sucesso desde 2022, quando a Indonésia presidiu o grupo das vinte maiores economias, justamente por esbarrar em divergências sobre os conflitos geopolíticos.

— Nós conseguimos nesses dias um acordo sobre como proceder para que os ministros se concentrem nos seus temas e busquem os entendimentos nas suas áreas, sem foco nos temas geopolíticos — afirmou, se referindo ao conflito na Ucrânia. — Foi uma negociação duríssima, não é um tema fácil, mas se chegou a um acordo.

Mauricio Lyrio se reuniu com os sherpas das 20 delegações ao longo dos últimos três dias no Rio de Janeiro. Essa é uma reunião conhecida como mid term, ou seja, de meio de mandato da presidência rotativa do G20 — o Brasil ocupa o cargo desde dezembro de 2023.

A reunião dos sherpas ajuda na consolidação dos temas finais a serem discutidos durante o evento principal, a Cúpula de Líderes, que acontece em novembro.

— Teremos acordo sobre desigualdades de todos os tipos entre países, como racial, socioeconômica, e sobre o acesso à água e saneamento. Os países devem atuar melhor em cooperação para ampliar esses setores. E estavam pendentes de incluir ou não a linguagem geopolítica. E fizemos acordo para que esses documentos sejam liberados do tema geopolítico — disse, afirmando que o andamento de documentos sobre esses temas estavam paralisados por conta do imbróglio.

As próximas reuniões, como as de Aliança Global Contra a Fome, no dia 24 de julho, já terão essa definição na pauta.

Reuniões no fim do ano

Ao assumir a presidência, o Brasil se comprometeu com as seguintes prioridades estabelecidas: combate à fome e à pobreza; desenvolvimento sustentável (no âmbito social, econômico e ambiental) e reforma da governança global.

A terceira reunião consolidou propostas debatidas por 15 grupos de trabalho, duas forças-tarefa e da chamada iniciativa de bioeconomia. O encontro, que acontece no meio do período de presidência do Brasil no G20, é de preparação.

Sociedade civil ouvida

Ontem, quinta-feira, representantes da sociedade civil foram recebidos pelos negociadores e entregaram propostas para serem analisadas pelos representantes internacionais.

O C20, que representa a sociedade civil, e o T20, que reúne os “think tanks” — instituições que fazem a ponte entre o conhecimento científico e o desenvolvimento de políticas públicas — propuseram reformas, como a de política de empréstimos do FMI, das dívidas dos países em desenvolvimento (que sofreu uma escalada após a pandemia) e da descarbonização da economia.

— Isso foi uma orientação da presidência desde o início, porque o G20 precisa estar perto da sociedade. Foi um objetivo brasileiro de trazer para perto da realidade das pessoas, incorporando as sugestões — afirmou Lyrio, que disse ainda buscar, nas redações finais dos relatórios, uma linguagem mais direta.

Este foi o primeiro ano que a sociedade civil foi ouvida formalmente pelos sherpas. Antes, o evento de encontro com estes representantes e a entrega de propostas acontecia no fim da Cúpula, quando as negociações já estavam bem avançadas.

Em linha com a temática brasileira, os grupos recomendaram ainda um compromisso dos negociadores com a Aliança Global contra a Fome e para criar acessibilidade de financiamento para uma transição energética justa.

O G20 reúne hoje, além do Brasil, outras dezenove das maiores economias do globo, incluindo também a União Europeia e a União Africana.

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