A polícia espanhola anunciou nesta quarta-feira que desmantelou uma organização xamânica que prometia "melhoria na saúde física e emocional" por meio de rituais nos quais fornecia aos participantes substâncias como a ayahuasca, fabricada na Colômbia.
Dezoito pessoas, incluindo várias latino-americanas, foram detidas em várias cidades da Espanha por promoverem ou organizarem os "rituais neoxamânicos" com fins lucrativos, conforme indicado em comunicado da polícia. Veja o vídeo das apreensões:
As pessoas pagavam para participar desses eventos, nos quais consumiam substâncias psicotrópicas como ayahuasca, peiote ou kambó, um veneno secretado por uma rã amazônica, sob a supervisão de um médico e sua parceira, que também se passava por médica, detalhou o texto.
O grupo tinha um centro na selva colombiana onde "dispunha dos meios e da matéria-prima necessários para elaborar o preparado de ayahuasca", uma bebida alucinógena tradicionalmente preparada a partir de uma liana da selva amazônica.
A ayahuasca era levada à Espanha por meio de mulas ou disfarçada entre produtos importados.
Os rituais dessa rede internacional eram realizados na Espanha, no México e na Colômbia na América Latina, e em outros países como França, Itália, Irlanda, Finlândia, Romênia, Malta e Turquia, de acordo com o comunicado.
Os detidos, em sua maioria latino-americanos e espanhóis, são suspeitos de pertencer a uma organização criminosa, crimes contra a saúde pública, tráfico de pessoas, exercício ilegal de uma profissão e violação da lei de imigração, entre outros crimes.
O líder da organização, considerado pelos seus seguidores como um "mestre espiritual ou guru", morreu "durante a investigação do caso", informou a polícia.
Os investigadores iniciaram suas pesquisas quando detectaram a promoção em redes sociais "de rituais neoxamânicos" que prometiam "melhoria na saúde física e emocional dos participantes graças ao consumo de diferentes psicoativos".
"Esse tipo de substância psicoativa é frequentemente usada no contexto de cerimônias praticadas pelas chamadas 'seitas da nova era'" e "se tornam um instrumento usado pelo xamã para recrutamento e controle coercitivo do grupo", acrescentou a polícia.
Os agentes recuperaram da organização 24 mil euros (R$ 128,9 mil), um quilo de mescalina e mais de 60 kg de ayahuasca.