Eleições EUA
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GERADO EM: 27/06/2024 - 19:13

Desafios de Biden no debate com Trump

Biden enfrenta desafios no debate com Trump, incluindo as pesquisas desfavoráveis e a pressão da idade. Trump lidera em estados-chave e Biden busca impulsionar sua campanha com o debate. A economia, imigração e política externa são temas centrais na disputa eleitoral, onde Trump construiu uma blindagem diante das críticas. A idade de Biden e sua capacidade de governar também são questionadas, enquanto o ex-presidente mantém sua popularidade entre os eleitores. A expectativa é que o debate desta noite traga importantes revelações sobre o cenário eleitoral nos EUA.

Quatro anos depois de protagonizarem um dos mais caóticos duelos eleitorais da história dos EUA, o presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump se encontraram em um debate crucial na noite desta quinta-feira, na "abertura" da reta final da campanha presidencial. Com um Biden relutante, e demonstrando certa fraqueza diante das câmeras, o desempenho acendeuy alertas dentro de sua campanha, enquanto Trump apostou na estratégia de escapar de perguntas difíceis, e partir para o ataque frontal ao democrata, não perdendo oportunidades de pintar seu governo como o "pior na História dos EUA". O desempenho de Biden levou analistas a especularem sobre a abertura de um debate para uma possível troca de candidato democrata para as eleições.

Os dois não apertaram as mãos, como ocorreu em 2020, mas dessa vez foi por decisão dos candidatos, e não por causa das regras de distanciamento da Covid-19. Pela primeira vez desde 1988, o debate não foi organizado pela Comissão de Debates Presidenciais, atendendo a um pedido dos dois candidatos, que concordaram com dois embates, nesta quinta-feira e no dia 10 de setembro.

Biden teve a chance de começar o debate com o pé direito, ao ser questionado sobre a economia, um dos campos em que tem números positivos para mostrar, mas que não tem sido suficiente para impulsionar seus números. Mas o que chamou a atenção nas primeiras palavras do presidente não foram os argumentos, mas sim a voz fraca, quase hesitante — segundo a rede CNN, ele enfrentou uma gripe há alguns dias.

Ex-presidente dos EUA Donald Trump, durante debate entre candidatos à Presidência — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Ex-presidente dos EUA Donald Trump, durante debate entre candidatos à Presidência — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Trump, que usa a idade e a saúde de seu oponente como arma de campanha, não escondeu um sorriso irônico neste e em outros momentos similares, o que pode ter ofuscado os argumentos do democrata sobre o avanço do PIB, a queda da inflação e do desemprego. Curiosamente, os dois mencionaram o tema da idade apenas na parte final do programa, quando Trump o desafiou para um "teste cognitivo", e disse "não ter entendido" o que o adversário disse em uma frase — o republicano preferiu repetir, em mais de uma ocasião, que o governo do democrata era “o pior da História dos EUA”.

— Se ele vencer esta eleição, nosso país não terá chance, nem mesmo chance de sair dessa rotina. Provavelmente não teremos mais um país — disse Trump.

Com um tom mais enfático e confiante, Trump disse que, em seu governo, a economia “jamais foi tão forte”, fez a longa lista de auto elogios relacionados a suas políticas de tarifas aplicadas à China e não pareceu derrapar nem quando foi chamado de “condenado”, uma referência ao caso em que foi acusado de pagar pelo silêncio de uma ex-atriz pornô. Trump, por sinal, negou ter cometido qualquer crime. Sobre imigração, associou ataques violentos dentro dos EUA a uma “política migratória fracassada” do democrata, e sinalizou que deve promover deportações em massa caso seja eleito. Biden não citou as propostas mais duras para o setor defendidas por seu governo nos últimos meses.

Trump repetiu uma estratégia dos debates de 2016 e 2020: a de escapar de temas mais sensíveis, sobre os quais não quer se comprometer ou sobre os quais sabe que tem posições que podem lhe render problemas entre seus apoiadores.

Sobre o direito constitucional ao aborto, derrubado pela Suprema Corte em 2022, rejeitou ter qualquer responsabilidade sobre juízes indicados por ele durante o mandato, e disse que as circunstâncias em que o procedimento pode ser feito devem ser definidos pelos estados, como determinou o tribunal — Biden fez uma defesa dos direitos reprodutivos das mulheres, reiterando que não cabe aos políticos decidir sobre suas saúdes, mas sim aos médicos. Sua campanha aposta no tema como um ponto forte para “roubar” votos do republicano, até agora sem tanto sucesso.

O republicano também “fugiu” de questões sobre política externa: ele respondeu vagamente se apoiava uma proposta feita pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que condiciona a manutenção dos territórios ocupados na Ucrânia ao fim da invasão, e disse que, se estivesse na Casa Branca, “a guerra não teria sequer começado”. Biden chamou Putin de “criminoso de guerra”, e defendeu a ajuda bilionária dos EUA a Kiev, reiterando que não se trata apenas de dinheiro, mas de armas fabricadas pelos americanos.

'Duvido que você aceitará'

Biden titubeou ao falar sobre o papel dos EUA na guerra em Gaza, na qual o apoio quase irrestrito a Israel tem lhe custado votos entre alas mais progressistas do Partido Democrata. Ele defendeu um plano de três pontos, defendido perante o Conselho de Segurança da ONU, que prevê o fim dos combates, o retorno dos reféns e a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino.

— Os únicos que querem que a guerra continue são os líderes do Hamas — disse Biden. — Ainda estamos tentando muito que eles aceitem.

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante debate entre os candidatos à Presidência dos EUA — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Presidente dos EUA, Joe Biden, durante debate entre os candidatos à Presidência dos EUA — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Ao mesmo tempo, reiterou que forneceu a ajuda necessária aos israelenses, incluindo durante o ataque iraniano de abril, embora tenha criticado o uso de armas como as “bombas burras”, de quase uma tonelada, em áreas civis. Trump não quis revelar se defende a criação de um Estado palestino, mas sugeriu que Israel deveria “poder terminar o trabalho”, uma referência à promessa do premier, Benjamin Netanyahu, de “exterminar o Hamas”, algo que até integrantes de seu governo dizem ser impossível.

Como esperado, Trump se esquivou de uma pergunta sobre a invasão do Capitólio, protagonizada por seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021, e repetiu argumentos de que autoridades do Congresso e da prefeitura de Washington recusaram suas ofertas de ajuda militar, algo que outros envolvidos no ataque negam.

Biden lembrou que Trump prometeu perdoar muitos dos envolvidos nos ataques que foram presos e condenados por seus atos, e citou um comentário feito pelo republicano em março, no qual apontava para a possibilidade de um "banho de sangue" caso seja derrotado em novembro. Neste momento, Trump disse que iria reconhecer os resultados da votação “se forem justos” e dentro da lei, mas deixando claro que ainda considera a eleição de 2020 fraudada (mesmo sem apresentar provas que confirmem suas acusações). Biden respondeu de forma seca:

— Eu duvido que você aceitará — disse o democrata. Segundo pesquisa do Washington Post, publicada na quarta-feira, mais de 70% dos eleitores em estados considerados decisivos não acreditam que Trump aceitará uma eventual derrota.

Biden chegou aos estúdios da rede CNN, que organizou o debate, diante de uma séria crise de confiança junto ao eleitorado, incluindo parte dos que votaram nele em 2020. Uma média das pesquisas nacionais, elaborada pelo site Real Clear Polling, mostra Trump com 46,6% das intenções de voto, contra 45,1% de Biden.

Um compilado elaborado pelo Washington Post dá vantagem a Trump em seis dos sete “estados pêndulo”, que não têm uma tendência histórica definida, e onde a vitória pode significar a mudança (ou permanência) para a Casa Branca: hoje, o republicano está à frente na Geórgia, Michigan, Arizona, Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia, enquanto Biden venceria apenas no Wisconsin. Há quatro anos, era Biden que triunfava em seis dos sete estados. Um bom desempenho era considerado crucial para a campanha do democrata, e Biden não parece ter correspondido.

— Haverá discussões se ele deve mesmo continar [na disputa] — afirmou David Axelrod, ex-estrategista político do ex-presidente Barack Obama, em um debate na CNN.

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