Eleições EUA
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Na maior noite de votação das primárias desde a Super Terça, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que concorre à reeleição pelo Partido Democrata, e o seu principal adversário, o ex-presidente republicano Donald Trump, venceram as disputas em Ohio, Illinois, Kansas e Arizona. O magnata também levou na Flórida, onde só eleitores republicanos votaram, já que o pleito foi cancelado pelos democratas. Além das prévias presidenciais, muitos estados também decidirão os representantes nas disputas pelas vagas do Senado e da Câmara em novembro, alguns com duelos locais que podem definir a governabilidade do futuro chefe de Estado.

O primeiro estado a fechar as urnas foi a Flórida, onde Trump votou mais cedo ao lado de seu esposa, Melania. Lá, o republicano conquistou 81% dos votos. Apesar de ter abdicado da sua candidatura após os resultados da Super Terça, a sua principal rival no partido, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, conseguiu cerca de 14%. Ron DeSantis, governador do estado que chegou a concorrer nas prévias republicanas, mas também abandonou a corrida, foi preferido por quase 4% dos eleitores, recebendo 41 mil votos.

Em Ohio, um dos estados-pêndulo para se ficar de olho em novembro, Trump conquistou 79% dos eleitores, seguido por Haley, que, mesmo fora da disputa, obteve 14% dos sufrágios, ou 161 mil votos — a sua maior votação, em números absolutos, do dia. Em Illinois, um bastião democrata, Trump venceu com 80% dos votos. Já no Kansas, que desde 1964 só elege republicanos, o magnata teve 75% da preferência dos eleitores republicanos. No Arizona, último estado a encerrar a votação, 76% dos eleitores optaram pelo ex-presidente, que foi seguido por Haley, com 20%.

Sem concorrentes competitivos, Biden levou todos os delegados em Ohio e Illinois. No Kansas, apesar da vitória acachapante por 84% dos votos, quase 10% dos eleitores escolheram a opção "sem compromisso" nas cédulas — voto de protesto contra o apoio do presidente à ofensiva israelense em Gaza, que começou no Michigan, em fevereiro, e vem ganhando espaço em outros estados do país. No Arizona, onde o presidente fez uma visita nesta terça, ele saiu vitorioso com quase 90% dos sufrágios.

Termômetro para novembro

Biden e Trump já conquistaram o número mínimo de delegados para representarem os seus partidos na disputa pela Casa Branca há uma semana, deixando esta noite sem muito espaço para surpresas. Contudo, mesmo com o cenário de novembro definido, as votações desta terça podem servir como uma espécie de termômetro para as campanhas até as eleições gerais.

Na Flórida, por exemplo, que já foi considerada um estado decisivo em eleições passadas, mas tem se inclinado para o lado republicano nos últimos ciclos eleitorais, a votação pode indicar para onde vai o voto do eleitorado latino. O estado tem a terceira maior população hispânica dos EUA, atrás da Califórnia e do Texas. O grupo foi fundamental para a vitória de Biden em 2020, no entanto, uma pesquisa deste mês do New York Times/Siena College, em universo de 980 pessoas, mostrou que 46% dos latinos preferiam Trump, contra 40% para Biden.

Mirando em reverter esse cenário, Biden fez campanha nesta terça-feira em Nevada, em que quase 30% da população é hispânica, e no Arizona, um importante estado-pêndulo com o quinto maior eleitorado hispânico do país, palco de uma das disputas mais acirradas em 2020. Em entrevista à Univisión, uma das grandes emissoras de televisão em espanhol dos Estados Unidos, o presidente afirmou que Trump "despreza os hispânicos", ao contrário dele, que disse compreender os seus "valores".

— Os eleitores hispânicos foram essenciais para a minha eleição em 2020, e são novamente. Estamos trabalhando duro para conquistar seus votos — afirmou Biden.

Após discursar para apoiadores em Las Vegas, o presidente seguiu para o Arizona, que faz fronteira com o México. Sua estratégia neste estado é complexa. O democrata deve contra-atacar as acusações de Trump, que o responsabiliza pela crise migratória que levou ao recorde de travessias ilegais no final do ano passado, mas sem ofender o eleitorado latino local, que corresponde a 25% do total de votantes. Em 2020, o grupo foi fundamental para que o estado-pêndulo escolhesse o democrata.

No restaurante mexicano El Portal, em Phoenix, capital do Arizona, Biden lançou a campanha "Latinos com Biden-Harris", reforçando a importância do estrato para derrotar Trump: "Eu preciso muito de vocês", enfatizou o presidente.

Disputa da noite

Os eleitores também decidem os indicados a candidatos ao Senado, hoje com maioria democrata, e também à Câmara de Deputados, sob controle republicano, numa eleição fundamental para decidir a governabilidade de quem quer que se consagre vencedor na corrida pela Casa Branca.

Nesta terça, todas as atenções estão voltadas para Ohio, um importante estado-pêndulo nas eleições americanas. No estado, três republicanos estão disputando o que talvez seja a mais crucial primária para o Senado do ano, na tentativa de obter a maioria da Casa e vencer o democrata Sherrod Brown em novembro.

No sábado, Trump esteve em Ohio para apoiar Bernie Moreno, um ex-comerciante de automóveis de luxo de Cleveland, de origem colombiana. Na ocasião, o magnata afirmou em discurso que que alguns migrantes "não são gente", referindo-se a eles como "animais", e alegou que o país enfrentaria um "banho de sangue" se ele perdesse na eleição.

Nesta terça-feira, Moreno venceu com 43% dos votos, contra Matt Dolan, um rico senador estadual que recebeu 35% da preferência dos republicanos, e Frank LaRose, secretário de Estado de Ohio, que obteve 21%. Seus dois candidatos, que integram o establishment político, dividiram os votos mais "moderados".

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