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Por Anna Luiza Santiago

Além dos trabalhos como atriz, roteirista e diretora, Mara Carvalho ainda é empreendedora. Ela abriu o restaurante espanhol El Mercado Ibérico, em São Paulo, no fim de 2021, e atrás dele montou o Teatro do Mercado, com 60 lugares. É por lá que seu filho, Bruno Fagundes, ensaia com Reynaldo Gianecchini para a peça "A herança", que estreará no próximo dia 9. Na foto acima, os dois posam para a coluna no espaço cultural:

— Bruno já fez muita coisa comigo. Tenho uma escola de teatro (em São Paulo), e ele se formou nela. Montei uma peça, "Gente que faz", em que ele era o protagonista (2006). Foi no Teatro Augusta. E eu avisei para todo mundo: "Se ele vacilar, se faltar a um ensaio ou não chegar pronto, será substituído. Fiquem atentos". Ali eu vi o talento do Bruno, enxerguei o embrião. Tudo o que eu falava ele conseguia desenvolver. Tem uma intuição artística aguçada. Fiquei muito feliz. Desde então tenho acompanhado a carreira dele. Sou fã.

Mara conta que tem bastante diálogo com o filho e esteve atenta a todos os "conflitos internos e pessoais dele". Recentemente, Bruno, de 33 anos, resolveu falar publicamente sobre sua sexualidade e revelou o namoro com o ator Igor Fernandez.

— Isso não tem a menor importância. Qual diferença isso pode fazer na vida de qualquer pessoa? Ele é tão idôneo, tão incrível. Lógico que as pessoas têm esse conflito, porque vira notícia quando você se revela. Se fosse tudo aberto, as pessoas não se preocupariam com isso — analisa ela, que conta como foi a conversa sobre o assunto em casa: — Teve um dia, com 15 ou 16 anos, que ele chegou e falou. Eu perguntava para ele, via que estava meio que fugindo. Até que um dia falou. Eu respondi: "Tudo bem, Bruno. Eu já sabia". Eu nunca tive problema com isso. Entre quatro paredes vocês faz o que quiser. As pessoas são o que são. Ele teve aceitação mais de 100%. Então, teve que dar a cara para bater na rua. Quero que seja muito feliz. Merece muito, é incrível.

Bruno é filho da atriz, de 52 anos, com Antonio Fagundes, de 73. Os dois se relacionaram de 1988 a 2000. Trabalharam juntos em alguns novelas, como "O Rei do Gado", no ar no Vale a Pena Ver de Novo, e hoje contracenam em "Baixa terapia", espetáculo que estreou em 2017 e já teve mais de 500 apresentações:

— Estamos muito felizes com isso. É uma comédia que faz pensar, que tira do lugar-comum. A gente fala sobre machismo, por exemplo. O espetáculo cumpre a função social de tocar o público e transformá-lo um pouquinho, que é o que o artista espera. Isso faz com que a peça seja bem especial.

Mara conta como é sua relação com Fagundes atualmente.

— Eu moro em São Paulo e ele, no Rio. Ele sabe que pode contar comigo para o que der e viver. Ele e a Alê (Alexandra Martins, atual mulher do ator). Mas a própria vida acaba nos distanciando um pouco. Eu não paro. Trabalho pra caramba. Eles também. Tem essa distância física, mas sabemos que podemos contar um com o outro para sempre — diz ela, que já teve alguns namoros longos e agora está solteira.

A atriz relembra como tudo se deu na separação:

— Uma relação não dá certo por tantas razões... Tinha muita coisa em volta, rompimento é muito dolorido. Na época, eu tinha muita necessidade de me afirmar como artista. Eu era imatura, queria andar com minhas próprias pernas. Foi ficando muito cansativo. Tudo era ele, ele, ele. Eu era sempre a mulher do Fagundes. Tem uma hora em que você quer e precisa ser vista pelo seu talento e pela sua dedicação. Isso daí pegava. Eu achava que, talvez me desvinculando, chegaria a um lugar. Eram projetos de vida diferentes. Ele foi uma pessoa muito importante pra mim. Fez parte da minha formação, a atuação veio muito dele. Ele é um bom espelho, uma pessoa digna, justa, honesta e sincera. Tive sorte de tê-lo na minha vida.

Um dos projetos que Mara desenvolve atualmente tem um ligação com o que ela viveu em seu casamento. Ela prepara um monólogo sobre a escritora Gala Dalí, mulher do pintor espanhol Salvador Dalí. Ainda não há previsão de estreia.

— É uma mulher que vive à sombra do marido. Eu também sofri isso. Quando escrevi "Carga pesada" (série da Globo estrelada pelo ator ao lado de Stênio Garcia, exibida entre 2003 e 2007), foi difícil conseguir ultrapassar barreiras porque eu era ex-mulher do Fagundes. Para me contratarem, tive que mandar textos sem identificação. Dos 12 selecionados, oito eram meus. Escolheram sem saber que eram meus. Tiveram obrigatoriamente que reconhecer meu talento ali. Isso me fortificou — recorda-se a atriz, que esteve na equipe da última temporada do programa.

Antes de ficar atrás das câmeras, Mara esteve em várias novelas na Globo. Além de "O Rei do Gado", fez "O mapa da mina", "Renascer" e "Corpo dourado". Longe da TV há anos, ela mantém a conexão com o público via redes sociais. Os comentários mais recorrentes são sobre sua aparência jovem e sobre seu corpo.

— Eu acho uma delícia. Sempre fiz dieta e cuidei do físico. Lembro que uma vez fui fazer teste para uma novela, e um diretor falou: "Com esse braço, não vai fazer nada". Sempre tive o braço sarado e uma estrutura física fora dos padrões. Hoje é moda, na época, não. Agora as pessoas lutam por isso, a maioria das mulheres é assim, tem abdômen trincado... Numa novela em que eu fazia muita cena na piscina cortaram várias. Disseram: ""Essa mulher parece um homem". Eu sofria isso também — conta Mara, que lembra outros momentos difíceis. — Eu passei por assédio num teste. Não vou falar o nome porque o cara é conhecido, mas já morreu. Eu era uma menina. Também já sofri um estupro. Um cara me pegou na rua, colocou uma faca nas minhas costas e me enfiou numa casa durante três horas. Consegui subir no telhado, andei por ele e pulei. Fui à delegacia, mas o delegado não acreditava e dizia: "Olha essa roupa". Eu estava de calça jeans e camiseta. Eu tinha uns 16 ou 17 anos. Mas não tenho mágoa nem rancor de nada. Sempre batalhei e tentei resolver tudo de um jeito positivo.

Mara Carvalho — Foto: Patricia Canola
Mara Carvalho — Foto: Patricia Canola
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