Marina Moschen, em cartaz com o filme 'A última festa', fala de longa com temas-tabus, explica discrição e abre romance: 'Namoro uma mulher'

— Do filme, eu me identifico com todas as histórias. (A adolescência, a juventude...) esses momentos marcam tanto... E a gente está numa eterna descoberta do que a gente é, do que a gente quer para a vida, né? — pensa a libriana, que foi criada na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro e vive na Zona Sul da cidade.

No filme, ela, Giulia Gayoso, Christian Malheiros, Victor Lamoglia, Léo Cidade, Victor Meyniel, Richard Abelha e outros atores interpretam jovens que, numa festa, lidam com paixões, novidades relacionadas a sexualidade, julgamento e fluidez de relações.

— Nós, do elenco, fomos para Lisboa; Giulia e eu dividimos apartamento... A gente criou uma intimidade muito rápido porque vivemos todo esse processo juntas. A parte mais legal de participar de um filme assim é contar histórias que você sabe que vão fazer as pessoas se identificarem. Tenho retorno de pessoas que já viveram coisas parecidas, que gostam da linguagem. No filme, várias situações acontecem ao mesmo tempo. Pelo menos uma delas alguém já viveu na juventude, quando a gente está se entendendo como quase adulto. Eu tive, assim como toda pessoa, aquele momento de sair da escola, ir para a faculdade...E aí surgem muitas questões, dilemas sobre quem é você ou sobre o que você quer na sua vida, o que não quer mais... — explica ela, que na época em que atuava em "Malhação" e em outras novelas da Globo namorou um homem mais velho por mais de seis anos.

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Na pré-estreia do longa-metragem, uma das presenças marcantes foi a de seu pai, Fernando Moschen. Os dois assistiram juntos ao trabalho dela que, em cena, tem cenas românticas com meninas e com rapazes.

— É muito legal assistir com pessoas de outra geração. Quando você tem um filme ou série e vê com pessoas abertas a escutar a história, é impossível não se envolver, não entender. Basta ser sensível para acessar esses sentimentos. Estar ali com ele foi tranquilo. Fiquei superfeliz que ele foi. Amou o filme e ama assistir a todas as coisas que eu faço — diz.

Reservada há alguns anos com sua vida pessoal, Marina Moschen explica por que, antes da pandemia, posicionou-se nas redes sociais para explicar que não estava namorando uma amiga sua, então funcionária da Globo:

— Essa discrição veio com um autoconhecimento de um tempo, de entender sobre o que eu quero falar e como eu quero falar. E de procurar não me desgastar. Para mim, o mais importante é divulgar meu trabalho e falar sobre coisas que tenham importância, e não aparecer por aparecer. Segui nessa linha. No fundo, não houve muita reflexão clara sobre isso. Foi acontecendo naturalmente e vivi isso como me sinto mais confortável. Na época (que noticiaram que ela namorava uma amiga), o que aconteceu foi que não era verdade. A gente não namorava. Ela era uma das minhas melhores amigas. Atualmente, namoro uma mulher. Mas daquela vez eu não estava namorando a minha amiga. Nos colocamos para desmentir. Era mais para explicar do que para qualquer outra coisa. Até porque ela estava num relacionamento.

O novo amor de Marina é celebrado por ela e pela namorada, a fotógrafa Emilia Sauaia, na web. A atriz conta que declarar seu romance faz parte de uma atitude de não esconder quem é. É a mesma linha que seguem amigas suas, entre elas as atrizes Fernanda Nobre, que declarou viver um casamento aberto, e Nathalia Dill, que mostra fotos da família e fala da maternidade nas redes sociais.

— Elas são como se fossem a minha família. Elas são meu norte. Passei por um momento difícil com minha mãe... E elas estiveram juntas do meu lado. São pessoas que levo para minha vida inteira. Para as coisas maravilhosas e para as que não são boas. Qualquer dia que a gente puder estar junto, a gente está. Estamos conectadas sempre também. São pessoas que fazem parte do meu dia-a-dia e da minha família — conforta-se.

A influência das amigas e da namorada leva Marina a pensar não só em seu comportamento na vida social. Formada em interpretação, a atriz está feliz com a liberdade dos contratos por obra (ela atualmente está no ar na série "No mundo da Luna", da HBO) e pensa em trabalhar por trás das câmeras um dia:

— Gosto dessa liberdade dos contratos. E amo fazer testes (risos). Adoro mesmo! Para mim, é como se tivesse uma oportunidade nova toda vez. Me sinto muito livre. E muito aberta a surpresas que a vida possa dar. Gosto muito de atuar. Tenho certeza de que é a coisa que mais gosto de fazer. Para o futuro, penso em estudar direção e, talvez, tentar coisas novas. Gosto de fotografia. Estou me permitindo descobrir.