Patrícia Kogut
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Isabelle Nassar como Olga em 'Bom dia. Verônica' (Foto: Divulgação) — Foto:
Isabelle Nassar como Olga em 'Bom dia. Verônica' (Foto: Divulgação) — Foto:

Na segunda temporada de "Bom dia, Verônica", estreia desta semana da Netflix, Isabelle Nassar vive Olga. A personagem é um dos pilares da organização comandada por Matias. O carismático líder religioso vivido Reynaldo Gianecchini na verdade abusa de mulheres e está por trás de vários crimes. A atriz analisa a trama e fala do processo de criação:

- Olga é uma mulher que trabalha na organização e tem essa fé cega no líder. Então, acaba assumindo toda a culpa dos crimes sozinha. Na série, ela não tem nem a oportunidade de contar sua versão da história. A gente fica sabendo pela fala de um homem. Isso para mim fez muito sentido porque é o que acontece com a mulher na sociedade. A personagem é silenciada e alienada pelo machismo, pelo patriarcado, pelas lideranças espirituais que são tão perigosas. Tivemos, nesta última década, tantas figuras em todos os segmentos espirituais que fizeram isso tão assiduamente com as mulheres que elas acabaram ficando completamente cegas, sem entender o que está acontecendo. Eu vi todos os documentários sobre esse assunto, tentei entender o que leva mulheres a fazerem o que fazem, para ter um olhar humanizado para elas. Eu pensava: "Como eu vou criar essa figura que pouco fala, mas que �� tão incisiva na obra?". Passei dias ensaiando e me perguntava: "Se a Olga estivesse aqui, o que ela faria?".

Ela, que começou a carreira como modelo, conta qual foi a sequência mais forte que gravou:

- Com certeza, a cena em que a Olga está com o Matias dirigindo meninas num ensaio fotográfico. Eu fui modelo na época em que a moda era muito machista. Ainda havia aquela ideia de modelo ser prostituta. Isso está sendo desconstruído com o passar do tempo, e a internet está ajudando muito. Então, dirigir aquelas mulheres para esse líder, para esse machista, foi de muita importância. Saí cansada dali porque é muito impactante fazer isso, trazer a mulher para esse lugar de sexualidade, como se ela fosse um produto. Difícil. O Giane me ajudou demais. (A cena) me deu vários gatilhos do passado como modelo, (lembrei) tudo o que passei no mercado de trabalho com a hiperssexualização e a objetificação. Foi muito denso.

Este é o primeiro papel de Isabelle no audiovisual. Antes, ela esteve nos palcos em "Grande Sertão: Veredas", de Bia Lessa:

- Desde muito pequena tenho interesse pelo humano. Sou apaixonada por gente, sempre gostei de perder horas ouvindo histórias. Eu desenhava, escrevia e atuava já muito novinha. E comecei a dançar cedo. Fui para a dança contemporânea. Então, encontrei a atuação e entendi aquilo que eu podia ser. A minha primeira experiência foi com o teatro de rua. Foi como se tivesse aberto o mundo nos meus olhos. Falei: "Nossa, todo esse meu interesse pelo humano se converge aí, na atuação".

Criada no interior de Minas Gerais, Isabelle viu na moda uma oportunidade de alcançar o tão sonhado espaço como atriz:

- Senti que precisava sair dali para conhecer novas culturas, novas línguas, novos idiomas. Então, surgiu a chance de começar a trabalhar por um tempo com modelo, que era uma coisa que jamais tinha passado pela minha cabeça. Eu lembro que minha primeira viagem foi para a China. Passava horas observando as pessoas nas praças, nos metrôs... Em todos os países que conheci, ficava olhando os museus e tentando entender como aquilo ali tinha chegado tanto tempo antes da gente. Tudo o que vivenciei na carreira de modelo serviu de insumo. Quando eu voltei ao Brasil, percebi que precisava seguir a carreira de atriz. E foi aí que eu comecei a estudar para a Escola de Teatro Martins Penna e me tornei bacharel em artes dramáticas.

Isabelle Nassar (Foto: Divulgação) — Foto:
Isabelle Nassar (Foto: Divulgação) — Foto:
Bastidores de 'Bom dia, Verônica' (Foto: Divulgação) — Foto:
Bastidores de 'Bom dia, Verônica' (Foto: Divulgação) — Foto:

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