Pessoas que adentram o 'estado de flow' tem melhor saúde mental e cardiovascular, mostra estudo

Geneticista comportamental explica o que está por trás deste estado mental responsável pela alta capacidade de foco

Por O Globo — Rio de Janeiro


Mulher pratica yoga Pixabay

Pense na sensação de estar tão focada (o) em uma tarefa ou atividade que o ambiente ou pessoas ao redor são completamente esquecidos. Não há horas a cumprir. Não há limites. Apenas o que quer que esteja à sua frente. Isto é o chamado "estado de flow", teoria cunhada pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi em seu livro "Flow: The Psychology of Optimal Experience" (Fluxo: A psicologia da experiência otimizada, em tradução livre do inglês), publicado na década de 90.

Uma nova pesquisa, publicada na revista científica Translational Psychiatry, mostrou que pessoas eram mais propensas a experimentar o fluxo tinham um risco menor de desenvolver depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno bipolar, distúrbios relacionados ao estresse e também doenças cardiovasculares.

Contudo, para pessoas com neuroticismo, um traço de personalidade que descreve fácil irritabilidade e desequilíbrio emocional e com fatores genéticos favoráveis ao desenvolvimento destas doenças, as experiências no "estado de flow" permaneceram associadas apenas à depressão e à ansiedade. No estudo, foram analisados 9.300 diagnósticos do registo de pacientes da Suécia.

No entanto, a geneticista comportamental Miriam Mosing, parte da equipe, explica que a capacidade de concentração deste estado não teve uma causa direta em um menor risco para estas condições. Por isso, a hipótese é que esta correspondência se dá pela genética.

"Dito isto, quando estamos no 'estado de flow', é provável que gastemos menos tempo ruminando sobre as nossas vidas ou nos preocupando com o futuro – simplesmente porque estamos ocupados e a experiência do fluxo em si é gratificante. Portanto, se algo que você adora fazer faz você perder toda a noção de espaço e tempo, é provável que seja bom para você – pelo menos naquele momento", escreveu em um artigo para o The Conversation.

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