Cláudio Castro expressa 'pesar e solidariedade' à família de PM do Bope morto em operação na Maré

Governador afirmou ainda que o combate à criminalidade continuará; outro agente está internado no Hospital de Bonsucesso

Por O Globo — Rio de Janeiro


Governador Cláudio Castro lamenta a morte de PM do Bope em operação na Maré Brenno Carvalho e Reprodução

Durante a noite desta terça-feira, o governador Cláudio Castro usou as redes sociais para expressar seu "pesar e solidariedade" aos parentes e amigos do terceiro-sargento Jorge Henrique Galdino Cruz, que morreu após ataque de criminosos aos agentes do Bope, durante operação no Complexo da Maré.

Na publicação, Castro destacou ainda os números de apreensões da ação policial na Maré, além de enviar um recado à tropa: "Às nossas forças de segurança, sempre prontas para atuar em defesa da sociedade, o nosso reconhecimento pela coragem."

A publicação, compartilhada pouco antes das 22h, diz ainda que o combate à criminalidade continuará.

Jorge Henrique Galdino Cruz, morto

Jorge Henrique Galdino Cruz tinha 32 anos. Terceiro-sargento, ele ingressou na corporação em 2011, entrando para o Bope oito anos depois, em 2019. O agente, que morreu mesmo após tentativas de reanimação, deixa esposa e três filhos, um menino e duas meninas. Através de sua conta no X (antigo Twitter), a Polícia Militar afirmou lamentar profundamente a sua morte.

Pelas redes sociais, ele costumava compartilhar momentos em família, seja ao lado da mulher ou até vestindo o uniforme do Flamengo, ao lado do filho. Quando publicou uma foto correndo, por exemplo, um dos seus amigos brincou: "Caveira 06", em referência ao símbolo do batalhão em que era lotado.

Amigos também usaram as redes sociais para lamentar a sua morte. Um deles afirmou que "vai deixar saudades", após compartilhar uma foto do policial com a farda do Bope.

Rafael Wolfgramm Dias, ferido

O outro policial do Bope baleado na operação foi Rafael Wolfgramm Dias, de 37 anos. Segundo-sargento, ele está no CTI do Hospital de Bonsucesso.

Pelas redes sociais, pessoas próximas manifestaram o desejo pela sua melhora. "Deus cuide de você, que ele mande os anjos e que você se recupere", escreveu uma amiga.

Policiais foram atacados, segundo PM

A operação visava localizar e prender criminosos envolvidos em roubos nas vias expressas do entorno da Maré. De acordo com a PM, policiais do Bope realizavam patrulhamento em busca do esconderijo de chefes do tráfico, no momento em que foram atacados por homens armados, atingindo os sargentos Jorge Cruz e Rafael Dias.

Em represália à ação policial, bandidos fecharam a Avenida Brasil e a Linha Vermelha no final da manhã. Ainda na Avenida Brasil, um ônibus foi incendiado na pista sentido Zona Oeste, na altura da Vila do João e perto da unidade da Maré da Fiocruz. O coletivo, que fazia a linha 361 (Recreio dos Bandeirantes—Castelo), e uma carreta foram usados para bloquear a via expressa.

Criminosos atearam fogo em ônibus; motoristas relatam pânico aos passarem pelos dois principais acessos à cidade do Rio, que já foram liberadas — Foto: Reprodução

Internautas relataram pânico pelas vias expressas da cidade

Nas redes sociais, internautas relatam momentos de pânico enquanto passavam pelas vias expressas da cidade:

"Indo para Botafogo e do nada escutando granada explodindo, linha amarela e linha vermelha fechadas para tiroteio. Minha mãe igual velozes e furiosos dando ré na Brasil, ônibus pegando fogo", uma usuária escreveu no "X" (antigo Twitter).

"Começar o dia fugindo de tiroteio na Linha Vermelha para lembrar a emoção de morar no Rio. Evitem a região", escreveu outra.

"Operação na Maré parou TODO o trânsito na Avenida Brasil. Tá literalmente TUDO parado. Impressionante como essas operações prejudicam a vida de tantos trabalhadores. Tudo isso pra matar soldados do tráfico que são substituídos no segundo seguinte e sequer enxugam gelo", escreveu um usuário da rede social X.

Porta-voz da PM diz que operação na Maré não teve êxito

Segundo a tenente-coronel Cláudia Moraes, não é possível falar em êxito da operação nesta terça-feira após a morte de um policial do Bope:

— A gente não pode falar em êxito quando tivemos uma perda humana, em especial de um policial do Bope — afirmou ela.

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