Polícia indicia 13 pessoas por morte de jovem eletrocutado no Riocentro: 'Um pouco de alívio', diz mãe de vítima

João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, morreu após encostar em um food truck energizado

Por O GLOBO — Rio de Janeiro


João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos Reprodução

A Polícia Civil do Rio indiciou 13 pessoas pela morte de João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, pelos crimes de fraude processual e por homicídio com dolo eventual. O rapaz morreu durante o festival I Wanna Be Tour, que aconteceu em março, no Riocentro, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, após encostar em um food truck energizado.

— Um pouco de alívio pela notícia de hoje. Claro que com muita dor ainda, mas com tempo é a saudade que via ficar. Só tenho a agradecer pelo trabalho da polícia. Desejo que os culpados sejam punidos, para que isso não acontece mais. — afirmou a mãe do jovem, Roberta Isaac, ao GLOBO.

Nove pessoas respondem pelo crime de homicídio doloso, por dolo eventual, enquanto quatro respondem por fraude processual. Entre os indiciados estão coordenadores e supervisores do evento, além de eletricistas, proprietários e gestores, engenheiros e responsáveis técnicos.

Tenho consciência de que nada eu faça trará meu filho de volta
— Roberta Isaac, mãe de João Vinicius

Testemunhas ouvidas pelo GLOBO afirmaram, à época, terem levado choques também no local, devido a fios sem aterramento em meio ao evento. Uma delas chegou a avisar a funcionários e seguranças sobre o risco de acontecer “algum problema muito grande”. Os fios foram vistos e fotografados pela mãe de João Vinicius no dia seguinte à morte do jovem, quando esteve no espaço.

— Eles não podiam ter feito um evento de grande porte como foi feito. Busco punição e uma maior fiscalização para que ninguém mais passe por isso. Meu filho não voltará. Tenho consciência de que nada eu faça trará meu filho de volta — completou a mãe do rapaz.

Segundo a polícia, as investigações constataram que diversas instalações elétricas no espaço foram feitas em desacordo com as normas técnicas. O crime de fraude processual se configurou pelo fato de o local ter sido desfeito, o que dificultou o início das investigações.

Outros relatos

“Também encostei em um food truck e levei um choque forte que quase caí no chão. Algumas pessoas viram, incluindo amigos meus. Avisamos ao pessoal que trabalhava no carro de comida, mas acho que não deram atenção. Avisei a pessoas em volta, e também me ignoraram… E agora estou sabendo que não fui a única. Vi vários relatos…”, diz trecho de um dos relatos enviados à Roberta.

Outra mulher enviou a mensagem em que conta também ter levado um choque ao encostar numa estrutura do evento:

“À tarde, tomei um forte choque no braço, ao encostar na estrutura de um dos food trucks que estava no local. Vi outras pessoas no comentário relatando também terem levado choques ao longo do dia em diferentes estruturas do evento, inclusive no bar que era deles”, diz um trecho da mensagem. A testemunha ainda se coloca à disposição da família para testemunhar no caso.

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