Por volta das 5h15, um grupo de assaltantes surpreendeu corredores e ciclistas na Lagoa Rodrigo de Freitas nesta quarta-feira (8), próximo à quadra de beisebol, no Corte do Cantagalo. O crime não foi um caso isolado. De acordo com relatos de moradores dos arredores, esse mesmo grupo tem cometido assaltos na região há aproximadamente um mês.
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Os vizinhos contam que os suspeitos se escondem entre árvores e arbustos para abordar suas vítimas repentinamente, aproveitando-se da pouca iluminação do trecho neste horário. A escolha do horário, sempre antes das 6h, parece ter também outro motivo. Segundo frequentadores da área de lazer, o policiamento da operação Lagoa Presente só se inicia após esse horário.
O relato do assalto ocorrido nesta quarta-feira foi amplamente compartilhado nas redes sociais, incluindo o testemunho de que a própria pessoa que fez a denúncia quase se tornou mais uma vítima do grupo.
Frequentadora assídua da Lagoa Rodrigo de Freitas, relata que o grupo composto por seis indivíduos está presente diariamente, no mesmo horário e local, há mais de um mês. Segundo ela, eles chegam antes das 5h e permanecem lá até o amanhecer.
Ela descreve, nas redes sociais: "Ficam sentados na barraca da Atleta ao lado do parcão, esperando a vítima passar, sempre roubando os celulares dos corredores. Dali eles vão até o gramado depois do campo de beisebol e continuam nesse trajeto indo e vindo, cometendo roubos. É surreal! Passo todos os dias com meu cachorro e, pasmem, eles me dão bom dia. Já entrei em contato várias vezes com a polícia, e eles respondem que já estão cientes do caso."
Heitor Wegmann, presidente da Associação de Moradores dos Amigos do Jardim Botânico (AMAJB), relata que o crime recorrente foi comunicado ao 23°BPM. Ele sugere que, se a polícia desejar, poderia utilizar a P2, serviço reservado, e destacar policiais à paisana para patrulhar durante esse horário e prender os criminosos em flagrante. Wegmann enfatiza a necessidade de agir antes que ocorra algo mais grave, como o caso do médico Jaime Gold, que foi assassinado, em maio de 2015, ao ser rendido por adolescentes enquanto andava de bicicleta na ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas.
-- Os assaltos ocorrem diariamente e a população espera uma resposta efetiva da polícia, que pelo que soube já foi avisada. Após um mês desde os relatos iniciais e até mesmo com evidências fotográficas dos suspeitos, a falta de prisões é preocupante. Além disso, há relatos de ocorrências noturnas, depois da presença dos agentes do Segurança Presente -- afirma Wegmann.
Procurada, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a corporação atua constantemente contra os roubos e furtos do patrimônio público e privado, por meio de patrulhamento com viaturas baseadas e rondas, e que os casos citados podem ser considerados crimes de oportunidade, em que o criminoso espera uma brecha para agir após observar a vítima. O órgão frisa a importância de acionar a Central 190 e de fazer o registro na delegacia em caso de ocorrência, para que o policiamento possa ser direcionado e mais efetivo.