A AGPMED, uma empresa familiar do subúrbio carioca, acaba de alcançar sucesso global. Fundada em 1999, na Penha, a indústria comandada por pai e filhos inovou ao criar o primeiro dispositivo de lavagem nasal infantil, o NoseWash. O produto fez tanto sucesso que, recentemente, a empresa fechou parceria com grandes marcas do entretenimento mundial, como Paramount e Warner Bros.
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A jornada da AGPMED começou há 24 anos, quando Cezar Reis, hoje com 73 anos, teve a ideia de fabricar artigos utilizados em consultas médicas especialmente adaptados para crianças. Ao levar sua filha, na época com apenas 1 ano de idade, para atendimento em um consultório, o empresário percebeu o desafio que era usar aquela tradicional espátula de madeira para verificar a garganta da criança. A partir dessa experiência, foi criado o Tic-Tong, abaixador de língua com sabor e aroma, que rapidamente se tornou sucesso de vendas e eliminou momentos de resistência e choro em consultórios por todo o país.
— As crianças adoravam tanto o produto que pediam para levar mais de um para casa, até mesmo para colecionar. Queremos que nossos consumidores percebam que oferecemos uma experiência positiva e diferenciada, que vai ao encontro de suas necessidades. Nosso propósito é mudar a forma como a criança é cuidada, e esse compromisso não é brincadeira — lembra Cezar.
A preocupação com o bem-estar infantil é uma vocação da família e o principal pilar da empresa. Desde o Tic-Tong, surgiram o NoseWash, a seringa foguete, dosadores de copinho com hastes em forma de bichinhos, seringas coloridas, martelos ortopédicos com formato de cachorrinhos dálmatas e espaçadores para inalação Agachamber com temas de super-heróis, entre outros. Todos projetados com um toque lúdico.
Hoje, além de Cezar Reis, fundador da AGPMED, trabalham no desenvolvimento do negócio os filhos Gustavo Reis, de 36 anos; Bruno Reis, de 38; e Tatiana Reis, de 40. O desafio da família é oferecer novos produtos ao mercado com alto nível de segurança e eficiência.
— Não podemos esquecer que o segmento infantil é muito específico, então, não é apenas apresentar um produto com determinada cor ou mascote e posicioná-lo para o universo infantil. Precisamos desenvolver produtos que tenham o objetivo de satisfazer esse público — afirma Gustavo Reis, CEO da companhia.
Ele lembra que no processo de desenvolvimento de produtos é fundamental levar em conta aspectos específicos do universo infantil.
— O primeiro ponto é pensar na eficiência daquele produto, que precisa fazer sentido, atender a uma necessidade e realmente resolver um problema. Também precisa ser seguro; não pode ter qualquer tipo de substância que provoque alergia, nada que tenha toxicidade ou represente algum risco para a criança. E, por fim, a gente tem que entregar uma experiência. É diferente ir ao médico e ter a oportunidade de ser examinado com um produto colorido, amigável, com mascotes. Traz um impacto positivo na qualidade de vida — acrescenta Gustavo.
O propósito de promover cuidado e bem-estar na AGPMED se estende aos colaboradores. Juntos no quadro de funcionários há duas décadas, os irmãos Rosicleide Santos da Silva, de 52 anos; e Rodrigo José, de 41 anos, reforçam o perfil familiar no incentivo ao desenvolvimento que se reflete também no processo de produção.
Mãe de dois filhos, Rosicleide começou a trabalhar em 2000 como auxiliar de produção e acompanhou o crescimento da empresa. Após várias promoções, atua hoje como supervisora de embalagem. Segundo ela, trabalhar com o irmão é muito gratificante e reforça a importância da base familiar, inclusive no ambiente profissional.
— Eu vejo que o trabalho em família é muito importante. Eu fico feliz vendo que os filhos estão dando continuidade à empresa de forma responsável. Seguem o exemplo dos pais — diz Rosicleide.
Rodrigo José lembra que tinha apenas 18 anos quando começou a trabalhar na AGPMED como auxiliar de serviços gerais, por indicação da irmã mais velha, que já estava na empresa há dois anos. É a única anotação em sua carteira profissional. Atualmente, após diversas promoções, exerce a função de ferramenteiro.
— Mesmo sabendo que trabalho com a minha irmã, temos aquela seriedade profissional. Na empresa não nos referimos um ao outro como irmão e irmã. Nós temos uma ética profissional muito grande ali. Eu sou pai de duas meninas, então faço tudo com muito carinho, porque sei o quanto elas ficam felizes quando pegam um produto detalhado — ressalta Rodrigo José.