Professor recebe Prêmio Especial do Faz Diferença 2023 em nome dos voluntários da tragédia no RS

Maurício Paixão, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRS, representou todos aqueles que, sem receber por isso, tiveram papel fundamental no socorro às vítimas das enchentes

Por O GLOBO — Rio de Janeiro


Mauricio Paixão recebeu o troféu das mãos do presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, João Roberto Marinho, e do diretor de redação do GLOBO, Alan Gripp Alexandre Cassiano

O Faz Diferença sempre premia quem se destacou em suas áreas no ano anterior. Mas a tragédia climática que afeta o Rio Grande do Sul desde o mês passado impactou tanto o país que mereceu um Prêmio Especial na edição de 2023, entregue na noite desta quarta-feira (19),a na Casa Firjan, no Rio de Janeiro: ele foi para os voluntários que tiveram um papel fundamental no socorro às vítimas das enchentes.

Maurício Paixão, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especializado em prevenção de desastres naturais, é um deles e recebeu em nome de todos o Prêmio Especial Faz Diferença das mãos do presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, João Roberto Marinho, e do diretor de redação do GLOBO, Alan Gripp.

— Eu sou professor. Sou servidor público. A minha função é servir à sociedade. Quando as notícias começaram (das enchentes no estado), não podia ficar em casa. Juntaram-se a nós milhares de pessoas, de vários lugares, de diferentes sotaques, que foram incansáveis nesse trabalho (voluntário). Foi muito importante e está sendo muito importante. A gente passou pela fase de pronta-resposta e estamos, agora, na fase seguinte de reconstrução. Agradeço imensamente. Recebo com muita honra essa premiação por milhares de voluntários. Anônimos. Estamos ajudando o nosso estado a se recuperar, com a ajuda de todos. Meu muito obrigado a todos que nos ajudaram e estão ajudando. Espero que o nosso estado seja reconstruído de forma sustentável e calcado na ciência. Muito obrigado a todos — discursou Paixão, durante a cerimônia na Casa Firjan.

As chuvas afetaram mais de dois milhões de pessoas, sendo que 600 mil tiveram que deixar suas casas. A dor dos gaúchos e sua resiliência uniram o país numa onda de solidariedade, na qual os voluntários, principalmente os do próprio estado, desempenharam um papel essencial. O professor liderou um grupo de resgate em Porto Alegre e cidades vizinhas com o apoio da universidade, arriscando sua própria segurança para resgatar mais de 200 pessoas.

A devastação causada pelas enchentes foi enorme: infraestruturas foram severamente danificadas e comunidades inteiras precisaram ser evacuadas para áreas seguras. Embora a ideia do prêmio seja homenagear os destaques de 2023, o momento é de antecipar medidas diante da emergência climática e chamar atenção para o problema, com o intuito de que tragédias deste tipo não se repitam.

O Prêmio Faz Diferença é uma realização do jornal O GLOBO, com patrocínio da Firjan SESI e apoio da Naturgy.

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