Um mês do início das enchentes no Rio Grande do Sul
Estado enfrentou elevação recorde do Guaíba, o drama dos mortos e desaparecidos, a angústia dos resgates de famílias inteiras ilhadas, além do desabastecimento de água e energia
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Lajeado, Rio Grande do Sul. Chuvas no RS
Lajeado, Rio Grande do Sul. Chuvas no RSNelson ALMEIDA / AFP
A maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul completa um mês nesta quarta-feira. Menos de 24 horas após a noite de terror do dia 29 de abril, a Defesa Civil gaúcha já informava sobre os primeiros cinco mortos e 18 desaparecidos registrados por conta das fortes chuvas. Àquela altura, já havia quase 200 desabrigados, em 77 municípios — a maioria na região central do estado. De lá para cá, a tragédia só cresceu e a destruição se expandiu. Hoje, ao menos 169 homens, mulheres, idosos e crianças já perderam a vida pela catástrofe, além de 50 com paradeiro desconhecido. O governo estima que 2,3 milhões de pessoas tenham sido afetadas até agora pela crise, em 471 cidades. Há mais de meio milhão de desalojados e 48,7 mil moradores em abrigos.
Um mês do início das enchentes no Rio Grande do Sul: fotos emblemáticas da tragédia no estado
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Carros destruídos em pátio de veículos de uma locadora próximo a posto PRF no Aeroporto Salgado Filho — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil 2 de 17
Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
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Cães presos no telhado de uma casa inundada esperam para ser resgatados em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 4 de 17
Militar sobrevoa de helicóptero as ruas alagadas de Porto Alegre — Foto: Carlos Fabal/AFP 5 de 17
Uma vista aérea mostra a pista inundada do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil — Foto: Anselmo Cunha / AFP 6 de 17
Vista do interior da Estação Rodoviária de Porto Alegre totalmente destruída pela enchente. O local não data pra ser reaberto visto as toneladas de lixo e alimentos podres presentes no local. — Foto: Gilmar Alves / ASI / Agência O Globo 7 de 17
Centro Histórico da Capital Gaúcha: imagens aéreas mostram pontos simbólicos de Porto Alegre, alagados, como a Rodoviária, a Usina do Gasômetro, o Mercado Público e a antiga prefeitura. — Foto: DANI BARCELLOS/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo 8 de 17
Encantado, Rio Grande do Sul, Brasil — Foto: Gustavo Ghisleni / AFP 9 de 17
Uma drogaria danificada por enchentes no bairro Cidade Verde, em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 10 de 17
Vista de uma casa destruída após enchente em Arroio do Meio, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP 11 de 17
Vista aérea mostra cemitério destruído em Mucum, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP 12 de 17
Principal aeroporto de Porto Alegre, Salgado Filho, continua alagado pelas enchentes após um mês do início das fortes chuvas — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil 13 de 17
Militares ajudam pessoas na travessia de passarela de Arroio do Meio a Lajeado, sobre o rio Forquilha, desde que a ponte sobre o rio na Rodovia RS130 caiu durante as recentes enchentes, no Rio Grande do Sul — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP 14 de 17
Uma vista aérea mostra casas destruídas na entrada principal da cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP 15 de 17
Conforme as águas vão baixando, moradores de Eldorado do Sul tendo contato com os estragos causados pelas enchentes. - Estragos causado pela enchente em escola municipal do centro de Eldorado do Sul. — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil 16 de 17
A cidade de Cruzeiro do Sul (RS) destruída pelas chuvas — Foto: Nelson Almeida/AFP/15-05-2024 17 de 17
Vítimas das chuvas no RS em abrigo improvisado em centro esportivo da capital Porto Alegre no último dia 8 — Foto: Nelson Almeida/AFP
As chuvas no Rio Grande do Sul danificaram ou interditaram uma série de infraestruturas como aeroportos, estradas, ferrovias, redes de energia elétrica e transportes públicos. Causaram também forte impacto tanto nas cidades quanto nas áreas rurais, segundo estudos obtidos pelo GLOBO. Na região hidrográfica do Lago Guaíba, a estimativa é de que tenham sido afetados com algum nível de inundação 301.738 domicílios em 125 municípios. Já em propriedades rurais de todo o estado, foram 7.854 locais inundados em 58 municípios.
O custo da reconstrução ainda será calculado, mas a tragédia já trouxe à luz uma realidade: os riscos de eventos climáticos extremos para a infraestrutura precisam ser mais bem mapeados por concessionárias, governos e seguradoras no país. É um passo necessário para investir mais em prevenção e estabelecer uma engenharia financeira capaz de garantir recursos para reconstruções.
Memórias destruídas e espalhadas por todo Rio Grande do Sul: casas, objetos pessoais e estabelecimentos são encontrados danificados após água abaixar
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Uma boneca é abandonada em uma rua alagada do bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 2 de 17
Um fogão danificado pela enchente é fotografado em uma casa no bairro Medianeira, em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP
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Móveis retirados de casas e lojas são vistos nas ruas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 4 de 17
Pertences são vistos espalhados em uma rua de Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 5 de 17
Uma casa danificada é retratada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 6 de 17
Móveis retirados de casas e lojas são vistos nas ruas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 7 de 17
Vista da Rua Voluntários da Pátria no bairro São Geraldo. Boneco é encontrado abandonado. — Foto: Gilmar Alves / ASI / Agência O Globo 8 de 17
Detalhe de uma geladeira danificada por enchentes em São Sebastião do Cai, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 9 de 17
Uma pia danificada por enchentes é retratada em uma casa no bairro Medianeira, em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 10 de 17
Móveis retirados de casas e lojas são vistos nas ruas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 11 de 17
Conforme as águas vão baixando, moradores de Eldorado do Sul tendo contato com os estragos causados pelas enchentes. — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil 12 de 17
Valdir Wales olha para sua casa danificada pelas enchentes no bairro Medianeira, em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 13 de 17
casa destruída após enchente em Encantado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP 14 de 17
Uma drogaria danificada por enchentes no bairro Cidade Verde, em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 15 de 17
Produtos e estruturas danificadas pelas enchentes descartadas por lojistas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 16 de 17
Vista de uma casa afetada por enchentes em São Sebastião do Cai, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP 17 de 17
Detalhe de fogão danificado por enchente em uma casa em São Sebastião do Cai, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP
A prefeitura de Porto Alegre assinou nesta terça-feira um acordo para a contratação emergencial de um aterro sanitário para o descarte de 77 a 180 mil toneladas de resíduos das enchentes. O novo local terá um custo previsto de R$ 19,7 milhões e servirá como depósito para montantes que podem chegar a até 150 vezes a média diária de lixo recolhida na cidade.
O novo aterro será estruturado em Gravataí, município localizado a cerca de 30 km da capital gaúcha, e ocupará uma área correspondente a 270 hectares. O depósito deverá receber materiais contaminados pelas águas das cheias e que não se decompõem com o tempo. Entulhos, restos de madeira, lama e lodo devem receber a destinação correta ao chegarem no local, de acordo com o diretor do Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), Carlos Alberto Hundertmarker.
Cresce o número de lixões a céu aberto em Porto Alegre
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Cresce o número de lixões a céu aberto em Porto Alegre — Foto: EVANDRO LEAL/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo 2 de 10
Cresce o número de lixões a céu aberto em Porto Alegre — Foto: EVANDRO LEAL/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo
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Escadas de acesso ao metrô em Porto Alegre estão cheias de lixo — Foto: Anselmo Cunha / AFP 4 de 10
Crescem número de lixões a céu aberto em Porto Alegre — Foto: EVANDRO LEAL/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo 5 de 10
Cresce o número de lixões a céu aberto em Porto Alegre — Foto: EVANDRO LEAL/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo 6 de 10
Cresce o número de lixões a céu aberto em Porto Alegre — Foto: EVANDRO LEAL/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo 7 de 10
Cresce o número de lixões a céu aberto em Porto Alegre — Foto: EVANDRO LEAL/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo 8 de 10
Uma pilha de móveis danificados é vista em uma rua de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 24 de maio de 2024. — Foto: Anselmo Cunha/AFP 9 de 10
Uma pilha de móveis danificados é vista em uma rua de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 24 de maio de 2024. — Foto: Anselmo Cunha/AFP 10 de 10
Um homem passa por produtos e estruturas danificadas pelas enchentes descartadas por lojistas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha / AFP
Com fortes chuvas na capital gaúcha, vem se proliferando pela cidade montanhas de descarte de móveis, alimentos e produtos
Veja algumas das situações dramáticas enfrentados nestes 30 dias.