Cacau Protásio destaca importância do encontro com Papa Francisco: 'Representando a mulher preta e gorda, minorias e excluídos'

Humorista comemora convite para conhecer líder da igreja católica no Vaticano

Por — Rio de Janeiro


Cacau Protásio falou sobre a emoção de conhecer o Papa Francisco Getty Images/Divulgação Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Cacau Protásio vai conhecer Papa Francisco, líder da igreja católica, no Vaticano, em um encontro com humoristas de várias partes do mundo. Em conversa com ELA, a atriz conta como surgiu o convite para participar do evento que visa celebrar a beleza da diversidade humana e promover uma mensagem de paz, amor e solidariedade.

— O padre Arnaldo, que está no Vaticano, entrou em contato com um padre da igreja que eu congrego, o padre Marcelo Araújo. Ele é uma pessoa muito querida e quando me falou sobre o convite eu nem acreditei. O padre Arnaldo me ligou e disse que o Papa gostaria de me fazer um convite, que estava sendo organizado um encontro com cem humoristas e o meu nome era um dos que estavam na lista dos comediantes brasileiros. Eu aceitei na hora o convite. Quem não gostaria de conhecer o Papa?

Mulher de fé

Para Cacau, ter fé é encarar o mundo de maneira positiva e esperançosa.

— É isso que me faz ficar de pé. Eu vou a missa todos os domingos, às 7h da manhã. Não importa aonde esteja. Até quando estou em outro país, mesmo sem entender a língua daquele local, eu vou. Eu digo que sou devota de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo eu oro, clamo, rezo!

Sigilo sobre o convite

Cacau explica por que evitou comentar sobre o assunto.

— Esse convite foi um presente de Deus! Fiquei tentando controlar minha ansiedade, não sabia se chorava, gritava ou agradecia. Mas guardei segredo até o último momento, fiquei quietinha sem contar nada para ninguém com medo de alguma coisa me impedir de ir. Eu só contei para direção do 'Vai Que Cola' porque voltamos a gravar e eu tinha que solicitar a minha dispensa por estes dias.

Representatividade

Cacau revela como se sente em poder representar a classe artística brasileira negra na Europa e lamenta não ter tido a oportunidade de conhecer algumas famosas durante passagem pelo Brasil.

— Às vezes famosas internacionais como Viola Davis, Beyoncé, Oprah Winfrey, que são mulheres pretas e lutam pelas mesmas causas que eu, visitam o Brasil. Infelizmente não as conheço. Eu amaria, mas o convite nunca chegou, só chegam para algumas celebridades. Seria bacana que todas nós tivéssemos acesso a elas e pudéssemos ter uma troca sadia de informação, ideias, e para mostrarmos para o mundo que somos unidas, que abraçamos as mesmas causas.

Combate ao preconceito

Cacau também enfatiza o preconceito enfrentado por pessoas gordas. Segundo ela, a mulher que foge do rígido padrão de beleza atual ainda sofre julgamento, rejeição e críticas.

— Se analisarmos com cautela, a mulher preta e gorda ainda não está ocupando todos os espaços. O mercado publicitário, por exemplo, pouco utiliza a nossa imagem. Ainda estamos nesta luta por mais espaço. Esta com certeza é uma das maiores alegrias que o meu trabalho já me proporcionou. Estou ali representando milhares de brasileiros que se espelham na minha trajetória profissional, que gostam de mim por algum motivo. Estou ali representando a mulher preta, a mulher gorda, o pobre, a minoria que muitas vezes não acredita em um futuro promissor por encontrar barreiras impostas por uma sociedade racista, gordofóbica e cheia de preconceitos.

Cacau Protásio com o padre Marcelo Araújo e ao fundo o marido da humorista, Janderson Pires — Foto: Divulgação

O que diria para o Papa Francisco

Questionada sobre o que pediria ao padre caso tivesse oportunidade de conversar com ele, Cacau entrega:

— Fiz uma listinha de assuntos aos quais eu gostaria de ver melhora. Se eu tiver a oportunidade de conversar com ele vou abordar a questão do acolhimento nas igrejas católicas. Também acho que a leitura Bíblica nem sempre é de fácil entendimento para todos, muita gente lê e não consegue interpretar, leem os folhetos, os jornaizinhos da igreja, e não entendem. Eu acredito que se a leitura fosse mais fácil isso aproximaria mais pessoas da igreja.

Também gostaria de falar sobre a violência sexual de crianças e adolescentes… Eu tenho muitas coisas serias para abordar, visando sempre uma melhor convivência entre todos nós. Mas também não vou deixar de pedir a benção para o povo brasileiro e agradecer por tudo o que conquistei até aqui, pelas graças alcançadas no âmbito pessoal e profissional. E agradecer ao Papa por tentar fazer que o mundo seja melhor.

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