Escalada para o elenco da novela "A vovó sumiu", próxima do horário das 7 da Globo e no ar na série "As five", da Globoplay, Ana Hikari é uma das atrizes que mais tem lutado pela representação da visibilidade asiática nas artes nos últimos anos. Aos 28, a paulistana é ativa em suas redes sociais .
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"Fico feliz em levar informação para as pessoas. A minha narrativa sempre foi muito de escassez, de não me ver e não me identificar, ou de não me sentir 100% contemplada, quando é uma representatividade estereotipada", explica Ana. Nos anos 2000, relembra, uma das únicas atrizes a se destacar era Dani Suzuki.
"Mas as personagens dela tinham um estereótipo. Quando a Sabrina (Sato) era chamada de 'japa', não me representava, porque eu detestava ser chamada de japa. Isso tirava a minha subjetividade", relembra a paulistana.
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Episódios de assédio
Formada em Artes Cênicas pela USP, Ana fez intercâmbio durante a graduação em uma faculdade de Portugal. Quando viveu naquele país, conta que sofreu dois episódios de assédio: o primeiro, em uma cafeteria, onde trabalhava.
"Estava trabalhando no turno da noite, quando o gerente começou a dispensar todos os funcionários no final do expediente, menos eu. E enquanto eu lavava a louça, ele esbarrou três vezes na minha bunda. De repente, ele fechou a porta do local e aumentou o som do rádio, eu fiquei desesperada. Por sorte, entrou o gerente de um outro café, os dois começaram a conversar e ele me dispensou", conta ela, que trabalhava há dois meses no estabelecimento.
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O outro episódio aconteceu com um colega de curso, que ficou a fim de Ana. Ao dar em cima da atriz, ela não se interessou, e deu um fora no rapaz. "Ele era o tipo 'valentão' da escola, que pegava todas as meninas. E quando eu o rejeitei, ficou extremamente ofendido e começou a me tratar mal. Mandava eu voltar pra minha terra. Uma vez, quando fazíamos aula de performance, às vezes com pouca roupa, ele chegou num exercício em dupla e falou, 'todo dia te imagino desse jeito. Me masturbo imaginando você assim'".
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Ao conversar com o diretor da escola, Ana relembra que ele a "convidou" a se mudar de turma, e a USP, com o coletivo feminista da instituição, precisou intervir. "Eles escreveram uma carta, e o meu professor responsável pelo intercâmbio também se posicionou. Se isso não tivesse acontecido, nada teria mudado. Então, ele foi retirado da turma, mas na minha sala, todos eram muito amigos dele. E todos me questionaram porque fiz aquilo, que era errado".
Relação não-monogâmica
Namorando há quase dois anos o chef uruguaio Facundo Connio, Ana vive um relacionamento à distância e não monogâmnico. "A primeira vez que saímos, escolhemos um lugar que tocava música, porque eu nao falava espanhol, nem ele português, e escutávamos a música (risos). Agora, tá super tranquilo. Ele é dono de um restaurante em Montevidéu, maravilhoso".
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A atriz explica que, apesar da distância ser complicada, a relação flui bem, e o casa dialoga bastante, principalmente por não terem um namoro convencional. "Ele é a pessoa mais leve com quem já me relacionei, de todos os gêneros. Estamos abertos pra nos relacionarmos com outras pessoas, e abertos a dialogar sobre nossos combinados e limites", ressalta ela.
"Eu não sou ciumenta, mas ter uma relação nao-monogâmica não significa que não vamos ter ciúme, eventulamente pode acontecer. Já aconteceu e tá tudo certo. O importante é saber que você precisa conversar".
Bissexualidade
Ao participar da live de uma influenciadora, em que afirmou ser bissexual, Ana virou notícia em várias publicações, e os amigos acharam graça da situação. "Sempre falei abertamente sobre minha bissexualidade, no X (antigo Twitter) era algo recorrente, as pessoas já sabiam. Quando aconteceu isso, me zoaram muito, porque, 'se assume?' 'pra quem?' Todo mundo já sabia. Faz parte da minha vida, do que eu sou, e trazer essas discussões é naturalizar nossa existência", comenta ela.
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Para Ana, a tal "revelação" de sua bissexualidade nunca aconteceu. " Eu sempre digo, uma pessoa hetero chega e fala: 'mãe, pai, a gente precisa conversar, eu sou hetero? não.. então, nao senti essa necessidade. Chegava com uma menina, um menino, em casa e tava tudo certo".
A atriz explica que, na adolescência, se sentia muito reprimida, mas só conseguiu ser livre e expressar sua sexualidade na época da faculdade. "Foi quando entendi que esse universo era natural, mas foi um processo. Já me relacioonei romanticamente com mulheres, e não tenho nenhuma questão em abrir isso publicamente".