Apple adia lançamento de óculos de realidade aumentada por desafios técnicos

Companhia enfrenta desafios técnicos na produção de um produto amigável do ponto de vista do consumidor. Mas ainda planeja lançar seu fone de ouvido de realidade mista

Por Mark Gurman, Bloomberg


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Os planos da Apple de lançar seus óculos de realidade aumentada este ano foram adiados. A empresa ainda planeja apresentar seu primeiro fone de ouvido de realidade mista este ano, mas o outro produto foi adiado indefinidamente por conta de desafios técnicos.

A expectativa era de que os óculos fossem lançados depois do headset de realidade mista - que combina realidade aumentada e virtual. Mas essa parte do plano agora está em espera. A Apple deve apresentar uma versão do fone de ouvido de realidade mista em 2024 ou no início de 2025, de acordo com fontes familiarizadas com as deliberações.

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Desafios técnicos

O adiamento indeterminado mostra os desafios que a gigante do Vale do Silício enfrenta ao entrar em uma nova indústria. A empresa aposta nos dispositivos de realidade virtual e aumentada como grande fonte de receita, mas os desafios técnicos de criar um produto amigável, do ponto de vista do consumidor, tem atormentado grande parte do mundo da tecnologia.

O sonho inicial da Apple de oferecer um par leve de óculos de realidade aumentada, que as pessoas pudessem usar o dia todo, agora parece estar a muitos anos de distância – se é que isso acontecerá.

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Os fones de ouvido que utilizam realidade virtual - um mercado atualmente dominado pela Meta, dona do Facebook e Instagram - oferecem uma experiência mais imersiva, com pessoas usando-os para jogar videogames, se comunicar em salas de reunião virtuais e assistir a vídeos.

Mas os óculos baseados em realidade aumentada caminham em outra direção: eles sobrepõem imagens e dados sobre a visão do mundo real. A expectativa é que os usuários possam usar esses óculos de modo confortável ao longo do dia, mas as tentativas anteriores de materializar essa ideia - como fez a Google com o Google Glass - não ganharam força.

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Alto custo pesa no desenvolvimento do produto

O alto custo também pode torna um dispositivo de RA da Apple um produto mais de nicho. Para se ter ideia, o novo fone de ouvido de realidade mista previsto para esse ano custará cerca de US$ 3 mil. O alto preço decorre do uso de telas avançadas e de alta resolução. São mais de 10 câmeras, com sensores que determinam para onde o usuário está olhando, além de um chip M2 de nível Mac e um processador dedicado para lidar com visuais RA e RV.

Mas a Apple pretende reduzir o preço desse dispositivo usando chips parecidos com os do iPhone, em vez de componentes encontrados em seus computadores Mac de última geração. Vale lembrar que a empresa competirá com o headset de realidade mista da Meta, que custa US$ 1.500. Esse é um preço que a Apple pode se esforçar para se aproximar de seu modelo mais barato.

Mas encontrar os chips, baterias, software e fabricação certos para criar um produto leve que pode durar o dia todo ainda não está no horizonte. Enquanto o telefone geralmente dura um dia inteiro, o primeiro fone de ouvido de última geração da Apple durará cerca de duas horas com uma carga.

No caso do óculos de realidade aumentada, criar um dispositivo com bateria integrada que possa durar o dia todo não é viável ainda com a tecnologia atual. Nesse sentido, a maior parte do departamento de desenvolvimento de tecnologia da Apple - que conta com mais de mil pessoas dedicadas à realidade virtual e aumentada - está focada nos dois primeiros headsets de realidade mista. Mas a empresa ainda tem algumas equipes explorando tecnologias que entrariam em óculos autônomos, caso fossem lançados.

Os registros de marcas registradas feitos pela Apple até agora sugerem a estratégia a ser utilizada no lançamento do fone de ouvido de RV. Os documentos incluíram os nomes “Reality Pro” e “Reality One”. O nome Pro é provável para o modelo inicial, enquanto o sufixo “One” pode estar sendo considerado para a versão mais barata. Há também um registro de marca registrada para “Reality Processor”, insinuando o nome do chip dedicado.

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