'Salò ou 120 dias de Sodoma' entra no catálogo da Disney+ e assusta espectadores desavisados

Incluído do Disney+, ‘Salò ou 120 dias de Sodoma’, filme de Pier Paolo Pasolini, de 1975, incomoda, com suas cenas de extrema violência, sadismo e tortura sexual e psicológica, os filhos e netos dos que o viram em 1988, nos cinemas, após o fim da Censura


Cena do filme 'Salò, ou os 120 Dias de Sodoma', do italiano Pier Paolo Pasolini Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 21/06/2024 - 13:23

Controvérsia: Salò no Disney +

O filme Salò ou 120 dias de Sodoma de Pier Paolo Pasolini, incluído no Disney +, choca brasileiros com cenas de extrema violência e perversão. Obra proibida em diversos países, divide opiniões entre críticos e espectadores, causando impacto desde sua exibição nos cinemas em 1988.

Visto em sua época como um filme político e hoje, por muitos, simplesmente como uma fita de terror, “Salò ou os 120 dias de Sodoma” (1975), do italiano Pier Paolo Pasolini, tem provocado choque no público do streaming depois de ter sido incluído na programação internacional do Disney + (plataforma da qual, tradicionalmente, muitos esperariam produções para toda a família).

Nos EUA, a fusão Star+ e Disney+ também incorporou conteúdos do streaming da Hulu, o que não ocorreu no Brasil. "Salò" não está disponível em nenhuma plataforma de streaming no Brasil.

Nos novos tempos, “Salò” tem confirmado a sua fama de obra tão perturbadora que muitos espectadores não conseguem assisti-la até o final. Adaptação livre de romance do Marquês de Sade, o filme acompanha a rotina de quatro libertinos italianos ricos e corruptos na época da fascista República de Salò (1943–1945). Eles sequestram 18 adolescentes e os submetem a quatro meses de extrema violência, sadismo e tortura sexual e psicológica.

A história é dividida em quatro segmentos, inspirada na “Divina Comédia”, de Dante: o Anteinferno, o Círculo de Manias, o Círculo de Excremento e o Círculo de Sangue. Após algumas exibições, o filme foi proibido na Itália e em vários outros países (Brasil, inclusive), por retratar jovens sujeitos a violência gráfica, tortura, abuso sexual e assassinato. Apesar disso, foi elogiado por muitos críticos, dada a força (alguns diriam exagerada) de sua crítica ao fascismo e ao autoritarismo.

“Meu Deus, acho que nem eu concordo com isso! Será que sou conservador ou medroso por pensar na possibilidade da minha irmã assistir isso enquanto estava assistindo ‘Moana’?”, escreveu um internauta no X (ex-Twitter), ao comentar um post sobre o filme. Outro comentou: “Um dos maiores erros da minha vida foi ter assistido a cena do jantar." (spoiler: o filme tem cenas de coprofagia).

Em 88, acharam que era filme bíblico

Não foi a primeira vez que “Salò ou os 120 dias de Sodoma” (filme que carrega uma maldição, já que logo após o seu lançamento Pier Paolo Pasolini seria assassinado por um garoto de programa, em Roma) chocou o público brasileiro. Em 1988, com o fim da Censura no Brasil, ele foi exibido no circuito cinematográfico do Rio e levou muita gente a achar que se tratava de um filme bíblico.

O filme 'Salò ou 120 dias de Sodoma;, em cartaz no cinema Roxy, no Rio, em 1988 — Foto: Guilherme Bastos

“O filme tem cenas dantescas. Fui iludido pelo título, achava que Pasolini tinha feito um filme sobre ‘Sodoma e Gomorra’, de que a Bíblia fala”, disse ao GLOBO o advogado Ari Lourenço. “Não tem nada de artístico, só mostra cenas de perversão sexual. Saí desapontado, e este é o pior filme do Pasolini.”

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