Música que marcou época nos anos 2000, em clipe com estética gótica reproduzido exaustivamente naquele período, “Bring me to life” jamais será uma pedra no sapato de Amy Lee. A vocalista da banda Evanescence reconhece que a canção é incontornável no repertório de qualquer show que realiza — “e será para sempre assim”, ela logo enfatiza. Desde que lançou, em 2003, o bem-sucedido álbum “Fallen”, o primeiríssimo do grupo americano, com cerca de 20 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo, praticamente todas as canções do disco não saem do meio do caminho da artista.
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Não à toa, a turnê de comemoração pelas duas décadas da obra, projeto a que a trupe de rock se dedica há um ano, ainda “segue reverberando nos palcos”, como indica a cantora. Foi assim neste sábado (15), no primeiro dia de shows do Rock in Rio Lisboa, a versão portuguesa do festival brasileiro de música. E será do mesmo jeito, no dia 15 de setembro, em solo carioca.
— Nós meio que começamos a celebrar esse álbum no ano passado, e continuamos fazendo isso, o que é legal porque a data da comemoração está fora de questão agora. É como dançar sem razão, em qualquer momento — compara. — Sou muito grata pelo sucesso deste trabalho. A história que nós temos com a banda, sempre com o nosso coração ali dentro, permanece viva por vários anos. Isso nos deixa fortes para fazer novas coisas. E agora é uma ótima oportunidade para celebrar todo esse tempo junto ao Rock in Rio.
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A artista, de 42 anos, acredita que seu maior público esteja no Brasil. O grupo de new metal já realizou apresentações no país em pelo menos cinco ocasiões diferentes — a última vez foi em 2023, quando passou por Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Recife. Com o Rock in Rio, a relação é especial, como Amy sugere. A cantora não esquece da “multidão calorosa” reagindo à performance que fez, em 2011, no Palco Mundo. Ela espera algo parecido para o próximo show, no mesmo local, na data que é considerada, neste ano, o “dia do rock” do festival (apresentam-se, também em 15 de setembro, nomes como Journey, Deep Purple, Avenged Sevenfold e Incubus).
— É bonito voltar ao evento agora. E também é bem diferente para mim (risos). Na primeira vez, estava nervosíssima. Agora me sinto mais leve. É empolgante, sabe? — anima-se. — Sempre espero os melhores resultados no Brasil. E minhas expectativas são altas. Sempre irei ao Brasil. Aliás, sempre terei que ir ao Brasil! É incrível o número de fãs que tenho no país. E não faço ideia dos motivos para haver essa conexão tão grande.Dá para ver que realmente as pessoas amam minha música. É um povo bonito, alegre.
Ao GLOBO, a artista revela que, paralelamente à atual safra de shows, está preparando um disco de inéditas (“Vai sair em breve”, adianta). Ela frisa que não busca alcançar números parecidos com o que conquistou em “Fallen”. Se acontecer, OK. Mas este não é um norte no horizonte da cantora e compositora.
— Não me pressiono mais pela indústria da música. Simplesmente faço o que acredito, seguindo o meu coração. Desse jeito, sempre haverá alguém se emocionando e chorando com minhas canções. Faço música para viver, como uma necessidade pessoal, para expressar sentimentos que tenho dentro de mim. Sempre foi assim. Se fizer de outro jeito, o trabalho vira um mero jogo com máquinas e algoritmos. E não dá para ser desse modo — esclarece ela, que, nos últimos meses, passou a se posicionar de maneira contundente, por meio das redes sociais, contra Donald Trump. — Não é meu trabalho dizer às pessoas no que elas têm que acreditar. Mas preciso falar o que eu apoio, lançar luz para certas questões e mostrar o que acredito. As pessoas têm que encontrar a verdade por elas mesmas e, esperançosamente, escolher um bom caminho. Espero que isso aconteça.
Gustavo Cunha viajou a convite da Rock World