Ex-ministro de Bolsonaro vota na Itália em eleição que alavancou direita radical na UE: 'Em papel, auditável'

Resultado eleitoral na Europa também foi celebrado por outros parlamentares alinhados ao ex-presidente como Eduardo Bolsonaro e Ciro Nogueira

Por — Rio de Janeiro


Onyx Lorenzoni votou na Itália neste domingo Reprodução/Redes Sociais

Ex-ministro da Casa Civil durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Onyx Lorenzoni (PL-RS) votou na Itália, no domingo, na eleição que confirmou uma guinada à direita do Parlamento Europeu, o único órgão eleito da União Europeia. Em vídeo postado nas redes sociais, o ex-deputado federal, que tem dupla cidadania, ressaltou que o processo eleitoral no país é "auditável" e "em papel", modelo de votação defendido pelo bolsonarismo.

"Hoje realizei um sonho do meu pai. Como vocês sabem, estou na Europa fazendo uma pós-graduação em gestão, e depois de conseguir a dupla cidadania, hoje participei da minha primeira votação na Itália. Detalhe importante : voto em papel, auditável", disse Lorenzoni.

O resultado eleitoral na Europa também foi celebrado por outros parlamentares alinhados ao ex-presidente. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a "esquerda vai repensar seus movimentos" após o pleito de domingo.

"Europa dá guinada à direita. E mais: eleição de Trump (em 5 de novembro) consolidará este movimento, que Brasil estaria acompanhando se não fosse o 'gol de mão' de Lula em 2022. Mas atenção: esquerda vai repensar seus movimentos. 'Não parar, não precipitar, não retroceder'", disse o parlamentar.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) compartilhou um vídeo sobre o resultado eleitoral europeu e escreveu que a "direita está voltando".

"A direita voltando:

  1. Argentina - ✅
  2. Parlamento Europeu - ✅
  3. Eleições municipais Brasil 24 - carregando⌛️
  4. Presidente EUA em 24 - carregando⌛️
  5. Presidente Brasil 2026 - tic tac tic tac", escreveu o senador.

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que os "valores da família, respeito à propriedade privada, legítimo direito à defesa, liberdade de expressão falaram mais alto no momento certo".

"A Europa se cansou da esquerda, de países sem fronteiras, da agenda 2030, ESG, descarbonização, ideologia de gênero, libertinagens... Os valores da família, respeito à propriedade privada, legítimo direito à defesa, liberdade de expressão… falaram mais alto no momento certo. Os Estados Unidos com Trump em novembro/ 2024 e o Brasil em 2026 serão os próximos nessa grande corrente do bem", escreveu Bolsonaro.

A extrema direita venceu de maneira contundente na França, onde o presidente Emmanuel Macron convocou eleições legislativas para junho, ficou em segundo na Alemanha e fincou posições na Áustria e Alemanha. A centro-direita, liderada por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, segue como a principal força, mas sua margem de ação foi reduzida.

Já na Itália, a premier Giorgia Meloni, um dos principais nomes da extrema direita na Europa, viu o Irmãos da Itália ficar em primeiro, com 28,5% dos votos, quase cinco pontos percentuais a mais do que o Partido Democrata, de centro-esquerda. Meloni se engajou na campanha, e chegou a concorrer como candidata, mesmo sem poder assumir uma cadeira caso eleita, de acordo com as regras europeias. Na Espanha, onde o Partido Socialista, do premier Pedro Sánchez, ficou em segundo, atrás do Partido Popular, de centro-direita, o Vox dobrou sua votação em relação a 2019, com 9,6% do total, e pode ter até sete cadeiras. O antissistema Acabou-se a Festa, do youtuber Alvise Pérez, também ligado à extrema direita, surpreendeu com 4,6% dos votos e três cadeiras conquistadas.

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