Vinhos de Portugal
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Por — Tejo, Portugal

Cobrir a Adega Fiuza com grafite foi uma ideia da nonagenária Maria Luiza Queiroz, herdeira de Joaquim Fiuza, velejador medalhista de bronze na Olimpíada de Helsinque e criador da marca de vinhos de Almeirim. Pensando sobre o desenvolvimento do enoturismo, ela chamou o artista local Francisco Camilo e o grafiteiro Smile, conhecido por pintar grandes murais, para tornarem a adega “mais convidativa”, explica Edna Barbosa, responsável pela área comercial da Fiuza.

A região do Tejo será tema da prova "Grandes vinhos do Tejo e suas histórias", com o master of wine Dirceu Vianna Júnior, às 18h, no Vinhos de Portugal. O evento segue até sábado (15) no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, e os ingressos estão à venda no site: ingresse.com

Fiuza morreu em 2010, com 102 anos, e os seus troféus estão em exposição na entrada da adega. No mesmo espaço estão os primeiros rótulos da marca, já dos anos 80, quando seu fundador se juntou ao enólogo australiano Peter Bright para começar a engarrafar com uma nova empresa, a Fiuza & Bright, pioneira na produção de castas francesas em Portugal.

O enoturismo, com visitas guiadas pelo processo de vinificação e provas, é uma aposta relativamente recente da Fiuza. Começou em 2016, mas pode ganhar novo fôlego nos próximos anos, quando a Tejo Wine Route 118 se tornar mais popular.

Adega Fiuza, na região do Tejo, foi redecorada por artistas para se tornar “mais convidativa” ao enoturismo — Foto: Miguel Manso/Público
Adega Fiuza, na região do Tejo, foi redecorada por artistas para se tornar “mais convidativa” ao enoturismo — Foto: Miguel Manso/Público

A ideia dessa estrada vínica surgiu em 2020, depois de uma visita da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e dos responsáveis do turismo do Alentejo e do Ribatejo aos produtores locais. “Por que não fazer uma wine route se a maior parte dos produtores está na Estrada Nacional 118?”, recorda João Silvestre, diretor-geral da CVR Tejo.

A TWR118 foi oficialmente apresentada em setembro de 2021 como uma versão portuguesa da Route 62, na África do Sul. Ao longo de 150 quilômetros de estrada, são 14 os produtores de vinhos, e todos eles estão de portas abertas o ano inteiro com uma oferta de enoturismo que varia entre visitas à adega e às vinhas, lojas, prova de vinhos, alojamento ou refeições.

O objetivo é que, num futuro próximo, se juntem à rota outros parceiros, entre restaurantes e hotéis, explica Patrícia Mateiro, da promoção e marketing da CVR Tejo. “A preferência será para quem trabalha melhor os vinhos.”

Um dos próximos parceiros será o Toucinho, o restaurante de João Simões e da sua mulher, Hélia Costa, o primeiro de Almeirim a servir sopa da pedra, em 1962, quando Hélia era criança. Aqui, os vinhos estão “à temperatura certa”, garante João, que reserva uma prateleira para os rótulos do Tejo e tem uma parceria com um dos produtores da rota, a Quinta do Casal Branco, para o “vinho especial da casa”, um tinto a €8,50.

Na região do Tejo, o restaurante O Toucinho serve a tradicional sopa da pedra — Foto: Miguel Manso/Público
Na região do Tejo, o restaurante O Toucinho serve a tradicional sopa da pedra — Foto: Miguel Manso/Público

A Quinta do Casal Branco, na família Braamcamp Sobral Lobo de Vasconcelos desde 1775, teve a sua primeira adega em 1817. Um dos vinhos mais conhecidos da casa, o Falcoaria, o primeiro a ser produzido e engarrafado lá, em 1990, ganhou esse nome graças a um dos principais monumentos da quinta: um pombal.

Na verdade, é um pombal do século XVI que resistiu ao terremoto de 1755, quando a região era procurada pela Corte no inverno. “Servia de apoio às caçadas com falcões que se praticavam aqui”, conta Filomena Justo, responsável pelo enoturismo. “A última grande caçada foi em 1770, quando vieram 700 pessoas de barco.”

As provas e visitas, que passam pelos jardins da casa e pelo pombal, começam nos € 15 e acabam nos € 90, com direito a batismo equestre ou almoço.

Sustentabilidade

No verão, a Quinta do Casal Branco organiza o Entre Quintas, um festival de música clássica e jazz, com a Casa Cadaval, em Muge, outro dos pontos da TWR118. O evento acontece em dois fins de semana nos jardins das duas quintas e é uma das primeiras sinergias entre produtores da rota.

Os cinco mil hectares da Casa Cadaval, a maior propriedade privada da região, são populares para provas de vinhos e visitas. Um dos vinhos da casa, o espumante Tuísca, é uma homenagem ao primeiro cavalo que a condessa do Cadaval, Teresa Schönborn-Wiesentheid, atual proprietária, ganhou da mãe.

A Quinta da Lagoalva, onde a visita inclui um museu criado em colaboração com o Museu dos Coches, de Lisboa — Foto: Miguel Manso/Público
A Quinta da Lagoalva, onde a visita inclui um museu criado em colaboração com o Museu dos Coches, de Lisboa — Foto: Miguel Manso/Público

Os passeios pela herdade são normalmente feitos num trator ou num carro aberto em cima de fardos de palha e incluem uma passagem pelas vinhas, pelos cavalos e pelo grande lago, onde às vezes se veem flamingos.

As provas incluem também os vinhos Padre Pedro, o primeiro vinho de lote a ser feito na casa, nos anos 90, criado para a varejista britânica Marks & Spencer. Antes disso, faz-se uma pequena visita às vitrines onde estão os achados arqueológicos encontrados ao longo dos anos.

A Companhia das Lezírias, em Samora Correia, outra das herdades na TWR118, é procurada para visitas escolares e pesquisas acadêmicas, a maior parte relacionada com a observação de aves ou com a sustentabilidade na vinha.

A coruja-das-torres, uma espécie protegida que aqui encontrou refúgio e é hoje responsável pelo controle de pragas na vinha, inspirou o Tyto Alba, vinho vendido numa caixa de madeira que também pode servir de ninho.

“Temos muitos alunos de MBA que vêm dos Estados Unidos”, conta a bióloga Sandra Alcobia, responsável pelo turismo da Companhia das Lezírias. “Vêm para cá como caso de estudo, de que é possível fazer produção agrícola e florestal procurando passos um bocadinho mais equilibrados.”

Em Alpiarça, a Quinta da Lagoalva organiza provas de vinhos, visitas à adega e a uma capela, passeios a cavalo e, o ponto alto, visitas guiadas ao museu com as charretes que pertenceram, ao longo dos séculos XIX e XX, aos proprietários da Lagoalva, um resultado da colaboração da quinta com o Museu dos Coches.

A oferta da Tejo Wine Route 118 é variada, mas continua faltando algo fundamental para que o número de turistas aumente na região: alojamento. Há a Companhia das Lezírias, com 11 bangalôs, e a Quinta da Atela, uma casa com quatro quartos e uma piscina.

A CVR Tejo sorteará uma viagem à região durante o Vinhos de Portugal. Basta ir ao estande, no Rio ou em São Paulo.

O Vinhos de Portugal 2024 é uma realização dos jornais O Globo, Valor Econômico e Público, em parceria com a ViniPortugal, com a participação do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto; apoio das Comissões de Vinho de Alentejo, Beira Interior, Dão, Lisboa, Península de Setúbal, Tejo, Vinhos Verdes e da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal, Turismo de Portugal, Tap Air Portugal, AB Gotland Volvo e Shopping Leblon; água oficial Águas Prata, hotel oficial Fairmont Rio (RJ), local oficial Jockey Club Brasileiro (RJ), loja oficial Porto Divino, rádio oficial CBN e curadoria Out of Paper. A edição de São Paulo conta ainda com a Cidade de São Paulo como cidade anfitriã e SP Negócios como apoio institucional.

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