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Por AFP — Santiago

RESUMO

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GERADO EM: 06/07/2024 - 04:00

Retorno olímpico de Tânia Zeng aos 58 anos

Tânia Zeng, aos 58 anos, retorna ao tênis de mesa após 30 anos, representando o Chile nas Olimpíadas de Paris. Com técnica defensiva, busca realizar o sonho de menina de conquistar uma medalha, mostrando que nunca é tarde para recomeçar no esporte.

Transpira, desliza suavemente e responde com paciência aos ataques de rivais com o dobro de sua idade. Aos 58 anos, a mesa-tenista Zhiying "Tania" Zeng vai estrear nos Jogos Olímpicos de Paris como um dos atletas mais velhos.

— É uma loucura poder vivenciar isso nesta idade — diz Zeng, popularmente conhecida no Chile como "Tia Tania", enquanto treina com a seleção nacional mista da modalidade no Centro Olímpico de Treinamento (CEO) em Santiago.

Ela resiste à investida dos jogadores mais jovens. Golpe por golpe, com paciência e disciplina, espera a oportunidade de partir para o ataque. Entre pulos, gritos e giros com a raquete, Zeng diz que “esquece” quantos anos tem.

— Poucas pessoas da idade de Tânia conseguem jogar tênis de mesa no nível que ela joga — destaca Francisco Seijas, técnico da seleção chilena, da qual a atleta é integrante.

Ao contrário da maioria dos seus rivais, Zeng joga defensivamente, uma técnica que aprendeu quando criança na China e que desequilibrou a maioria dos seus adversários.

— É uma jogadora que luta, que é preciso vencer ponto a ponto e que é muito constante — afirma Seijas.

Superação

Quando Zeng estrear em Paris, ela terá 58 anos e 10 dias.

Aos nove anos, começou a jogar na China e, aos 13, já era profissional. Chegou ao terceiro lugar na disputa nacional, mas, no berço dos maiores expoentes desta modalidade, não teve oportunidade de jogar a nível internacional.

Em 1989, aos 22 anos, sem chances de viver do esporte, decidiu viajar para o outro lado do mundo para ensinar outros a jogar tênis de mesa. Ela chegou à cidade de Arica, a dois mil quilômetros ao norte de Santiago, na fronteira com o Peru.

Sem falar espanhol, encontrou uma paisagem desértica que nunca tinha visto e ficou impressionada com a saudação com um beijo no rosto com que os chilenos a acolheram.

Ela ensinou por pouco tempo. Formou-se como importadora de produtos chineses e se mudou para a cidade vizinha de Iquique, onde ainda mora. Teve dois filhos e se distanciou completamente do esporte.

Demorou 30 anos até que a pandemia chegasse. O confinamento a motivou a voltar ao esporte. Experimentou a bicicleta e os pesos até decidir voltar a um velho conhecido: o tênis de mesa.

— Essa é a minha [praia] — disse para si mesmo, ao perceber que apesar dos anos não havia perdido a técnica.

Em 2022, começou a competir em torneios locais. Venceu todas as disputas e, no ano seguinte, ingressou na seleção nacional.

Durante os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, ela teve seu momento de estrela. Ficou conhecida e conquistou o coração do público que a batizou de "Tía", como os veteranos são chamados no Chile para demonstrar carinho. Na seleção feminina, ela conseguiu o bronze.

Realizar um sonho

Com filhos adultos, um advogado e outro engenheiro, Zeng hoje se dedica totalmente ao esporte.

— É uma grande mudança, porque antes para mim era só o escritório, a minha empresa e a casa — diz ela, que ocupa a 147ª posição no ranking mundial.

Em Paris, onde fará parte do punhado de atletas com mais de 50 anos, espera avançar passo a passo e dar o seu melhor. Ela sonha com uma medalha, mas entende que é um desafio difícil.

— Você sonha, mas tem que sonhar com a realidade. Vou dar tudo que tenho para vencer um, dois ou três jogos. E isso será ganhar muito — afirma.

Zeng viajará para Paris com Arturo, seu companheiro, e espera viver uma experiência que poucos atletas da sua idade conseguem viver:

— É um sonho de menina que só consegui realizar neste momento — diz ela, para mostrar que nunca é tarde para começar de novo.

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