Esportes
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Por Carla Felícia

Oito vezes campeã mundial de jiu-jítsu, Kyra Gracie resolveu se arriscar como dirigente e concorrer à presidência da federação que regula o esporte no Rio de Janeiro, onde nasceu e mora, há 38 anos. A decisão, porém, provocou um racha na família cujo sobrenome é praticamente sinônimo da "arte suave". A lutadora denunciou que havia sido bloqueada das redes sociais da entidade, hoje presidida por uma de suas tias, Kenya.

Recebeu como resposta acusações da prima, Cora, filha de Renzo Gracie, que está concorrendo na chapa de Kyra como vice-presidente da federação. Cora afirmou que Kyra só estaria na disputa pelo cargo por ganância. E que o avô delas, Robson Gracie, que já presidiu a federação e morreu em abril, não a queria como presidente. Em entrevista ao GLOBO, Kyra fala sobre sua decisão de se candidatar e rebate as afirmações de Cora.

Kyra Gracie resolveu se arriscar como dirigente e concorrer à presidência da federação que regula o jiu-jítsu no Rio de Janeiro  — Foto: Divulgação
Kyra Gracie resolveu se arriscar como dirigente e concorrer à presidência da federação que regula o jiu-jítsu no Rio de Janeiro — Foto: Divulgação

Qual é a situação atual da federação de jiu-jítsu do Rio e qual o contexto dessa "disputa familiar" pela presidência?

A presidente atual é Kenya Gracie Goraib, há mais de três anos. Muitas pessoas do jiu-jítsu não sabiam, pois era meu avô quem assinava os certificados de faixa preta, mesmo não sendo presidente. Só fui saber disso após seu falecimento. Pelo que prevê o estatuto da federação, o presidente deve se manter no cargo por quatro anos e ter novas eleições. Por conta disso, estou entrando no tempo certo para abrir a minha chapa, receber a lista de votantes e apresentar as propostas. Só que não se tem uma eleição há décadas, as pessoas se mantêm no poder e ninguém os questiona por isso. Estão querendo distorcer e desvalidar a minha candidatura à presidência colocando como foco fofoca de família, “disse me disse”, opinião de cada um sobre assuntos pessoais. Você vê pelas acusações que os mesmos acham que a federação é uma empresa privada, que eles mandam e desmandam. Leis existem e finalmente estou buscando que sejam seguidas.

Você se refere ao fato de Cora dizer que seu avô não queria você no cargo, e sim sua tia, Kenya.

Devido à falta de informações claras sobre as leis e estatuto da federação, eles se pronunciaram como se a federação fosse uma empresa privada. O objetivo da minha candidatura é contribuir ainda mais para o jiu-jítsu e estou agindo dentro da lei para promover uma mudança estrutural nessa dinâmica ditatorial que ocorre no esporte. Uma federação esportiva é uma organização não governamental que reúne diversos envolvidos em uma modalidade específica, como atletas, árbitros, ligas profissionais e outras entidades. É fundamental que a federação siga as leis e procedimentos estabelecidos, incluindo a eleição dos seus líderes com base nos resultados das votações. Não é apropriado colocar na presidência alguém apenas por vontade pessoal, mas sim respeitar o processo democrático das eleições. Além disso, não podemos afirmar que essas eram as opiniões de meu avô. Agora que ele não está mais presente.

Ela afirmou também que se seu avô quisesse você como presidente teria feito acontecer...

Na federação, não é possível designar livremente qualquer pessoa para ocupar um cargo, pois não se trata de uma empresa privada. É necessário seguir as disposições do estatuto e das leis, que exigem a realização de eleições. A escolha dos representantes deve ocorrer de forma democrática e de acordo com os procedimentos estabelecidos. É importante respeitar as regras estatutárias e legais ao determinar quem ocupa os cargos na federação.

Cora te acusou de estar criando conflito por ganância. Há dinheiro envolvido na disputa?

Estou me candidatando porque acredito que posso fazer muito mais pelo jiu-jítsu. Atualmente, possuo empresas bem-sucedidas e não dependo de dinheiro da federação. Estou comprometida com o jiu-jítsu, que não suporta mais esse monopólio e precisa de mudanças significativas.

Sua decisão foi uma tentativa de vingança contra sua tia Kenya, que segundo Cora nunca lhe deu patrocínio para competições?

Há uma grande quantidade de boatos circulando, envolvendo fofocas familiares que não deveriam ser levadas em consideração. O importante é manter o foco na candidatura. Minha credibilidade é um aspecto valioso e nunca agiria por vingança. Além disso, os eventos da federação não contam com patrocínio, o que torna difícil esperar apoio financeiro pra mim. Mais uma vez, estão tentando desviar a atenção da candidatura com esses argumentos.

Existe alguém fora da família Gracie disputando o cargo?

Estou ciente de que a federação não está fornecendo as informações necessárias sobre as eleições. É frustrante não saber quem são os eleitores, quem são os outros candidatos e quando será a data da votação. É ainda mais preocupante que suas notificações não estejam sendo atendidas dentro do prazo. É importante buscar esclarecimentos e exigir que a federação cumpra seus deveres no processo eleitoral de forma transparente e justa.

Entenda o caso

Na última sexta-feira, por meio de um vídeo em seu Instagram, Kyra desabafou sobre ter sido bloqueada no perfil da Federação de jiu-jítsu do Rio.

"Fui bloqueada nas redes sociais da Federação de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro. Incrível como pessoas que administram órgão público podem bloquear uma candidata à presidência. Agem como se fossem donas e se tivessem empresa privada. Observem em que mãos o jiu-jitsu está. Sem ética e com total desrespeito. Além de me bloquearem, estão ocultando informações que deveriam ser públicas, como lista de eleitores, data da eleição e quem mais está concorrendo comigo", acusou Kyra: "Total falta de comprometimento daqueles que deveriam estar trabalhando para melhorar o esporte no Rio de Janeiro, mas só pensam em se perpetuar no poder. Momento da comunidade se unir contra esse abuso completo de autoridade, que vem ocorrendo há muito tempo, e exigir uma eleição justa".

A postagem recebeu comentários de apoio de membros da família Grace, mas também teve a mensagem de Cora, afirmando que o avô delas, Robson, não a queria no cargo.

"Prima, é tão triste ver você indo contra a própria família e o que nosso avô Robson Gracie queria. Sabemos que ele queria nossa tia, Kenya, como presidente da federação. Se ele quisesse você como presidente, ele teria feito acontecer. Você está tentando criar conflitos familiares, não por amor ao jiu-jitsu, mas, sim, por causa da sua ganância", começou Cora: "Meu próprio pai, Renzo, seu vice-presidente, disse que você está fazendo isso para prejudicar a Kenya, porque você está chateada que ela nunca te deu patrocínio para suas competições. Por favor, remova esses vídeos da internet. É uma vergonha para a família e também para você".

A "treta familiar" ganhou as redes sociais e, na prória sexta-feira, Kyra foi desbloqueada das redes da federação, sem no entanto ter recebido nenhuma justificativa ou pedido de desculpas.

— Infelizmente, eles continuam sem responder às minhas mensagens e notificações, nas quais solicito apenas informações, que são meu direito e que deveriam ser públicas. Estou aguardando a lista dos federados aptos a votar, a data da eleição e os concorrentes - explicou.

Kyra também contou que sua advogada foi até a sede da federação para solicitar os documentos, mas foi xingada e maltratada:

— Quando os oficiais de justiça chegaram, o porteiro informou que não estavam mais atendendo ao público. Conseguimos entregar a notificação na casa da presidente, porém, até agora, não recebemos nenhum documento em resposta. Minha família é bastante numerosa e muitos deles acreditam erroneamente que a federação é uma instituição hereditária, devido à falta de conhecimento das leis vigentes.

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