Ela
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Por — Rio de Janeiro

Com o desenlace de trabalhos realizados durante a pandemia, Polly Marinho vive momento de estreias. A atriz, aos 41 anos, sendo 25 de carreira, não para de se reinventar. Além de se aventurar como roteirista, ganha espaço no streaming e na moda, com quem tem uma longa história desde a infância.

Nas telonas do cinema em "Apaixonada", "Uma Carta para Papai Noel", "Desapega!" e "De Repente Miss", e aguardando o lançamento de "O Clube dos Negócios", "uma mulher sem filtro" e "Orlando", Polly revelou, em entrevista à Ela, estar feliz com a fase, mas em busca de expandir seu portifólio.

— Além de atuar, já assinei direção e produção executiva de mais de 30 videoclipes, incluindo de artistas como Diogo Nogueira, Seu Jorge e Marcelo D2. Agora quero explorar mais o meu leque artístico nos roteiros, tenho produções em desenvolvimento e aspiro contribuir com o audiovisual de diversas maneiras — conta.

Uma dessas produções é a série "Pollychromatic", com roteiro e criação sua, de Gandja Monteiro e Mariana Ricciardi. Ainda no papel, produção quer contar a história de Polly, uma mulher de 40 anos que vive as dores e delícias de ser exatamente quem é.

— Quero uma série que mostre a vida de uma mulher negra, gorda, mãe e bem sucedida, que aproveita a vida, sai, se diverte. Estou cansada de produções que só nos coloquem em narrativas de dor, eu quero ser feliz e mostrar que minha felicidade existe e é importante — explica, revelando também a inspiração na série Insecure, sucesso mundial da HBO produzida e estrelada por Issa Rae.

Os streamings, inclusive, têm sido, na visão de Polly, importantes impulsionadores para artistas negros no Brasil.

— As plataformas inseriram mais pessoas pretas em papéis de destaque. Os contratos deles, muitas vezes importados lá de fora, trazem requisitos como cotas raciais, evitar estereótipos de pessoas pretas em lugar de subserviência, cuidados com mulheres em cenas de sexo, especialista no set para analisar raça e gênero — pondera.

Para ela, já se avançou muito em trazer representações diversas na TV, mas ainda tem muito a ser mudado.

— Ainda que já tenhamos avançado bastante, existe muito pensamento retrógrado, que limita os artistas pretos em papéis de subserviência, papéis estereotipados. Quero fazer ser além da melhor amiga empoderada, não quero ser só a gordinha engraçada, quero poder fazer personagens mais complexos, que me desafiem — desabafa, complementando com possível solução: — lá fora já é muito comum testes de elenco às cegas, aqui ainda vivemos muito uma cultura de que, se você está fora do 'perfil', nem adianta. Em 1999 eu ouvia e ainda hoje escuto que não sou o 'perfil' do papel, uma visão preconceituosa. Parte do audiovisual tem medo de inovar, a gente tem que se adaptar — aponta.

Outro fator que colaborou para que Polly mudasse a perspectiva em relação ao seu trabalho foi o período que morou em Nova York, nos EUA. O que seria uma viagem de um mês para realização de um curso, se tornou um ano e meio de estadia.

— Estava deprimida pela falta de oportunidades de trabalho e resolvi tirar do papel a ideia de fazer um curso em NY. Me apaixonei completamente, foi uma experiência maravilhosa como mulher preta, porque é muito bom estar num lugar onde as pessoas pretas tem poder aquisitivo — comenta.

Para ela, o diferencial estava nas referências de beleza, muitas vezes permeadas por um padrão segregador no Brasil. — Me senti bonita, valorizada e sexy lá. Voltei com autoestima muito melhor, de um lugar mais alto, entendendo que racismo não é culpa minha, que os comentários sobre meu corpo não são culpa minha — explica.

A primeira vez nos Estados Unidos marcou também um momento importante para sua outra paixão: a moda. Em 2014, Polly desfilou na Miami Fashion Week.

— Também sou modelo. Nesse ano eu era a única mulher gorda e negra a desfilar, foi muito importante para mim — conta.

A relação com a moda, contudo, vem de muito antes. Sua avó era estilista e Polly cresceu em meio tecidos, linhas e artistas como Gal Costa e Antônio Pitanga entrando e saindo de sua casa.

— Sou atriz por causa da minha vó, que queria uma filha atriz, mas como não conseguiu, investiu na neta. Ela me inscreveu no curso de teatro e eu nunca tive outra profissão. É por causa dela que a moda é tão importante para mim. Hoje eu busco mostrar para outras mulheres como eu que não precisamos nos cobrir, só usar roupa larga porque somos gordas. Quero estar bonita mesmo sendo grande — afirma.

Em seu Instagram — ou Pollygram —, a artista acumula cerca de 70 mil seguidores e compartilha sua rotina, looks e viagens.

— Sou uma grande atriz, mas uma pequena influenciadora. Não me exponho muito por lá, mas gosto de mostrar que, apesar do retrocesso da moda, que está voltando a ter um padrão de magreza muito forte nas roupas, nós conseguimos nos vestir de forma autêntica, alegre e ousada. Meu foco por lá é empoderar outras mulheres pretas e gordas — explica.

Por lá, a atriz também compartilha momentos ao lado de sua filha, a também atriz Agatha Marinho, de 21 anos, e, ao falar dela, os olhos logo se enchem de lágrimas. Quando soube que também seguiria carreira artística, Polly primeiro se preocupou: — não queria que ela passasse pelo que passei, não é um caminho tranquilo, especialmente quando se é negra — revela.

O medo logo se transformou em orgulho: — Me tranquiliza saber que ela tem uma consciência que eu não tinha, já entende muito bem que o racismo não é culpa dela, sabe que ruim são as pessoas que não querem ver mudança neste mundo padronizado. Sabe que é linda, talentosa. O mundo hoje é outro e me orgulho em saber que fiz parte da mudança, me tornei referência para jovens negros artistas — pondera.

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