Uma dicotomia acontece quando um inteiro se parte em dois. Depois de 40 anos no mercado editorial, o fotógrafo argentino Sergio Zalis explica os novos objetivos de seu trabalho: “Sempre cliquei famosos. Agora, as árvores são minhas celebridades”. E esses seres da natureza do Jardim Botânico, do Rio, e do Scheveningse Bosjes, de Haia, na Holanda, são o tema da exposição “Rio — Dicotomia — Haia”, que vai ser inaugurada nesta quinta-feira, dia 20, no Instituto Antonio Carlos Jobim, no Jardim Botânico.
Desde o começo do ano, Zalis é também cidadão holandês e se divide entre essas duas cidades. Não por coincidência, mora próximo de grandes parques encravados em meio a urbe. Nessas idas e vindas, dedicou-se a retratar a natureza.
As imagens da mostra foram produzidas com a técnica “focus stacking”, em que o fotógrafo faz uma série de fotogramas da mesma cena e depois as funde digitalmente. Resultado: os elementos na cena aparecem hiperfocados.
Curadora da exposição, Chris Laclau explica o processo criativo do artista: “Zalis é um artista explorador andarilho. As imagens vão além de paisagens bucólicas, são cenas que têm algo de bruto e que, por sua caraterística, provocam desacordos.” O espaço expositivo também é pensado: as imagens serão os únicos elementos iluminados dentro de uma caixa preta. “Uma gigante câmera escura”, diz o explorador da dicotomia, Sergio Zalis.