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A nova exposição da fotógrafa Nana Moraes nasceu de uma provocação do marido, o economista e cientista social Carlinhos Gadelha. Quando eles adquiriram uma casa na Glória para transformar na galeria de arte que compõe o complexo Retrato Espaço Cultural, fundado pelo casal em 2017, ele pediu um presente de aniversário: “Que eu expusesse as minhas fotos inéditas de ensaios de teatro”, conta a fotógrafa, que está completando 35 anos de carreira e registrou, na última década, atores como Andrea Beltrão, Grace Passô, Marieta Severo e Renata Sorrah.

A recém-inaugurada “Teatro” é realizada em parceria com o dramaturgo Marcio Abreu, fundador da Companhia Brasileira de Teatro, com quem Nana trabalha desde 2014, e marca abertura da galeria Ponto G, na Rua Benjamin Constant. “As fotografias da Nana me ajudam a imaginar e expandir, criando mais um plano de percepção estética e de linguagem”, diz Marcio.

A fotógrafa e o dramaturgo criaram juntos o percurso da mostra, que reúne 72 fotos de sete espetáculos: “Nômades”, “Sem palavras”, “O espectador”, “Preto”, “Por que não vivemos?”, “Krum” e “Voo livre”. “Nana capta o momento em que o Sol entra pela janela e ilumina o que você fala. Ela sente o amor pelo outro. Isso faz dela uma fotógrafa singular”, diz Renata Sorrah.

Nana fez mais de mil capas de revistas. Entre os anos 1990 e 2000, chegou a ter 12 delas ao mesmo tempo nas bancas. “Realmente era fazedora de capas, inclusive ensaios da Playboy”, conta ela, que assinou inúmeras de ELA, Elle, Claudia e Nova. Nessa fase, a fotógrafa vivia frenética entre o Rio e SP, rodeada de editores, maquiadores, diretores de arte e stylists. “Mais que meu ofício, a fotografia é o meio de ser e estar no mundo”, diz.

Num mercado em que a maioria dos fotógrafos era homem, Nana sentia o preconceito velado pelo fato de ser mulher e se destacava exatamente pelo olhar feminino. “Às vezes, chegava com assistente e motorista, e a pessoa que ia ser fotografada se dirigia a eles, e não a mim”, lembra.

De todas as pessoas que retratou, a que mais a emocionou foi o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). “Foi como fotografar ao mesmo tempo um monumento artístico”, conta. E o ensaio mais tenso foi com Linda Evangelista, porque Nana não fala inglês nem francês. Quando a modelo canadense elogiou a luz ao ver a primeira polaroide, a fotógrafa relaxou.

O início da profissão se deu por acaso. Nana engravidou aos 18 anos, ainda na faculdade, e, como precisava trabalhar, resolveu ser secretária em uma agência. “Era péssima secretária”, diz. Então, seu pai, José Antonio Moraes, um dos maiores fotógrafos dos anos 1980, convidou-a para ser sua assistente, e pronto. Nana e José Antonio dividiram o estúdio até 1995, quando ele faleceu. Anos depois, Bob Wolfenson a convidou para fazer uma matéria sobre José Antonio na revista S/Nº. “Conheço a Nana desde criancinha, porque o pai dela foi meu chefe e era o meu ídolo”, lembra Bob. Revisitar o acervo e o legado do pai para a revista foi um turning point. “Entendi que o mais importante era a visão que ele tinha da fotografia, e não o mercado editorial. Isso me libertou”, diz. Naquele mesmo dia, ela enviou um e-mail avisando que não faria mais as capas da revista Nova — uma das mais frequentes em sua carreira.

Assim iniciou os ensaios autorais que retratam mulheres invisíveis para o projeto Trilogia DesAmadas. O primeiro livro foi “Andorinhas”, em que lançou seu olhar para prostitutas da Dutra. O segundo foi “Ausência”, com mães encarceradas. “Hoje faço o exercício da fotografia de escuta”, diz Nana. Ela acaba de dar início à produção do terceiro livro, em que retrata mulheres em situação de rua em Salvador. “O mais bonito é o que está por trás da própria foto. É o olhar humanista”, comenta Carlinhos, o marido e sócio. Em 2016, ela contou a ele seu sonho de transformar o estúdio em centro cultural.

Isso aconteceu cinco anos depois de Nana enfrentar um câncer colorretal e sessões de quimioterapia que deixaram como sequela uma dor crônica. O diagnóstico foi de que houve um rompimento das fibras finas do corpo. “Sinto dor na pele, o tempo todo. Passei a aceitá-la como uma sequela que as pessoas não veem. Isso me apaziguou”, conta.

O que todo mundo vê é o talento.

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