Economia
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Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 27/06/2024 - 13:04

Roberto Campos Neto nega pretensão política e vínculo com Tarcísio de Freitas, enfatiza amizade e critica Lula. BC mantém Selic em 10,5% e sinaliza ajustes futuros.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, nega pretensão política e vínculo com Tarcísio de Freitas. Enfatiza amizade e conversas sobre economia. Campos Neto responde às críticas de Lula e reforça que o trabalho do BC é técnico. Não vê aumento de juros como cenário base e destaca vigilância da autoridade monetária. Copom mantém Selic em 10,5% e sinaliza ajustes futuros diante do cenário externo adverso.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, em São Paulo, que ele e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, são "muito amigos" e conversam sobre economia, assim como o mandatário do BC faz "com outros agentes" políticos.

Ele negou, no entanto, que tenha recebido convite do governador paulista para assumir um eventual cargo político e acrescentou que não vê Tarcísio como candidato à Presidência em 2026:

— Eu nunca tive nenhuma conversa com Tarcísio sobre ser ministro de nada. Teve um artigo no jornal que disse que alguém teria dito isso. Eu nunca falei isso, nem o Tarcísio, em nenhum momento. Sou muito amigo do Tarcísio, desde o governo passado — afirmou Campos Neto, durante coletiva de imprensa na capital paulista, acrescentando:

— Sempre conversamos bastante de economia[…]. Continuamos conversando sobre economia, como converso com vários outros agentes, parlamentares e pessoas do governo.

O presidente do BC destacou que as duas famílias (a dele e a de Tarcísio) são próximas e por isso eles “têm uma amizade grande”. Ele também afirmou que tiveram poucas conversas sobre política e, nessas ocasiões, teve a percepção de que “ele não é candidato agora (para presidência)".

Sobre seu futuro fora do Banco Central, ele disse que suas áreas de atenção e de foco são “tecnologia e finanças”. Também acrescentou que não tem "pretensão de me candidatar a nada, nem de ser político”, e negou que tenha atuado como conselheiro político de Tarcísio, ao ser questionado sobre isso:

— Ele está fazendo um trabalho tão bom. A última coisa que ele iria fazer é pedir um conselho para mim, que não entendo nada de política. Ele tem pessoas próximas que ele pode se aconselhar — disse Campos Neto.

Em um momento em que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tem escalado as críticas ao comando do BC, Campos Neto também disse que o "tempo vai dizer que o trabalho foi técnico” e que as análises feitas após sua sucessão vão certificar essa tecnicidade. O presidente do BC ressaltou, no entanto, que não cabia a ele discutir política.

Lula subiu o tom na última semana em críticas contra Campos Neto. Em entrevista à rádio CBN, no dia 18 de junho, o mandatário afirmou que o comando do BC era a única coisa “desajustada” na economia do país e que Campos Neto “trabalha muito mais para prejudicar o país do que ajudar”. 


Campos Neto acrescentou que a diretoria do Banco Central está “coesa” para diminuir qualquer tipo de dúvidas em relação ao BC. Ele ressaltou, no entanto, que “ruídos políticos” atrapalham as condições macroeconômicas do país, ao ser questionado sobre falas de Lula:

— Em momentos de pronunciamento você teve piora em algumas variáveis macroeconômicas, em alguns preços de mercado. É óbvio que quando você aumenta o prêmio de risco, por qualquer razão, esse aumento de prêmio de risco com volatilidade faz com que o trabalho fique mais difícil. 


Nesta quarta-feira, o dólar comercial bateu um novo patamar recorde e encerrou o dia cotado a R$ 5,51, após alta de 1,20%. O valor foi o maior desde janeiro de 2022. Campos Neto, no entanto, refutou uma intervenção na moeda pelo BC. Para ele, a desvalorização do câmbio está em linha com outras variáveis "que também simbolizam o prêmio de risco Brasil".

— O objetivo do Banco Central é que o câmbio flutuante sirva como um fator que absorva os choques. Ele se presta bem a essa finalidade. Nós só vamos fazer algum tipo de intervenção entendendo que houve alguma disfuncionalidade — pontuou.

Sobre a perspectiva de juros, o presidente do BC afirmou que a alta da Selic não é o "cenário base" da autoridade monetária e acrescentou que "em nenhum momento" a comunicação oficial do Comite de Política Monetária (Copom) quis passar essa mensagem. Ele acrescentou, no entanto, que o Banco Central "segue vigilante":

—Não é o cenário base (aumento de juros). Não teve a intenção em nenhum momento na comunicação oficial de passar essa mensagem. A mensagem que a gente quis passar é que a gente prefere não dar guidance (a sinalização dos próximos passos na condução da taxa de juros), mas que seguimos vigilante— afirmou.

Na semana passada, por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 10,5%, após sete cortes consecutivos.

O BC reforçou na Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terça-feira, que os juros ficarão em 10,5% 'por tempo suficiente' para manter a inflação sob controle. No entanto, a instituição não descartou 'ajustes futuros' para que meta seja cumprida, diante de um 'cenário externo adverso' e surpresa com a atividade econômica. O Comitê também reforçou a necessidade de uma 'política fiscal crível'.

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