Economia
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Por — São Paulo

Trinta anos após a estabilização econômica com o Plano Real, o consumidor brasileiro, que buscou frango, iogurte e dentadura nos primeiros anos de inflação controlada, tornou-se muto mais complexo. Já se mostra preocupado com as mudanças climáticas e admite mudar de hábitos por conta desse fator.

Atualmente, e especialmente depois da pandemia, se permite pequenos luxos de consumo, como creme de avelã ou cervejas premium, mas reequilibra o orçamento buscando marcas de produtos de limpeza ou higiene mais baratas. E trata-se de um consumidor altamente influenciável pela viralização de produtos nas redes sociais.

— As marcas atualmente têm que considerar uma combinação de vários fatores para ter sucesso. Tem hora que este consumidor está buscando preço mais baixo quando acorda, mas à tarde pode buscar indulgência, um pequeno luxo, num produto de mercearia ou autocuidado. Ou seja, o consumo do brasileiro atualmente não é linear, o que impõe mais desafios — diz Alfredo Costa, diretor geral da NielsenIQ, empresa que acompanha o comportamento de compra do consumidor e acaba de divulgar um levantamento sobre as mudanças de hábitos dos brasileiros desde a implementação do Plano Real.

Na última década, especialmente desde 2013, ano de protestos nas ruas do país, lembra Costa, a volta da inflação, crises econômicas e políticas, endividamento elevado impactaram o poder de compra desse consumidor, trazendo mudança de hábitos. Além da primeira redução do volume de vendas de alimentos, bebidas, produtos de beleza ou limpeza em uma década (0,4% naquele ano) e um cenário mais restritivo para o consumo, começou uma busca por produtos mais baratos.

Atacarejos em alta

Foi o impulso inicial dos atacarejos, um modelo de negócio que reúne características tanto do atacado quanto do varejo, e que pratica preços mais baixos. Sem luxos dos supermercados, os atacarejos se parecem a grandes armazéns. Atualmente, mais de 72% dos lares no país usam o atacarejo como canal de compras e no ano passado eles movimentaram R$ 234 bilhões, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior.

— O consumidor tinha se acostumado com alguma estabilidade, começou a buscar preços mais baixos provocando o primeiro grande salto dos atacarejos — explica Costa.

Com o avanço tecnologia, o e-commerce cresceu e capturou a atenção dos brasileiros, também como canal de compra de alimentos e bebidas, com preços mais baixos e facilidade de pesquisa. Um levantamento da NielsenIQ, no primeiro quadrimestre deste ano, mostrou que alimentos e bebidas aparecem em primeiro lugar nas intenções de compras online dos brasileiros, seguido de cosméticos e perfumaria e moda e acessórios.

Atualmente, a chamada geração Z (pessoas nascidas entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010) gasta mais de três horas fazendo pesquisas online, incluindo as redes sociais e 56% se dizem influenciados nas decisões de compra pelas redes sociais.

No ano passado, o e-commerce movimentou R$ 255 bilhões no país, só ficando atrás nas vendas de supermercados. A pesquisa mostrou que hoje redes sociais como o Tik Tok competem diretamente com o varejo físico em vendas, explica Costa.

E se durante a pandemia, os brasileiros buscaram a indulgência (pequenos luxos de consumo) com propensão às mercearias (leia-se consumo de doces) e produtos de autocuidado, esse comportamento se mantém até agora.

Pequenos luxos

Mas para se dar esse prazer, o brasileiro está reequlibrando o orçamento procurando produtos de limpeza de marcas mais baratos, por exemplo. E a escolha dos pequenos luxos é influenciada em boa parte pela viralização online dessses produtos.

— Nesse cenário, os segmentos premium de produtos se destacam, mas também ganham participação na cesta de compras itens de menor preço. Houve crescimento nos dois extremos — explica Costa, lembrando que o faturamento de mercados premium crescem mais de 10%, enquanto na média dos demais a expansão é de 3,9%.

O levantamento da NielsenIQ mostrou que há preocupação com as mudanças climáticas, especialmente na geração Z. Foi a primiera vez que esse tipo de temor apareceu nas pesquisas com consumidores. Apesar de admitirem mudar hábitos de consumo para evitar esses fenômeno, ainda não está claro como esse consumidor fará essa mudança de comportamento.

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