Economia
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Por , Em Globo Rural — Vinhedo (SP)

As flores comestíveis, que já faziam sucesso na alta gastronomia, vêm conquistando espaço na confeitaria, coquetelaria e entre restaurantes dos mais variados perfis — dos japoneses às churrascarias. Em tempos instagramáveis, cresce a preocupação com a apresentação das receitas na gastronomia, e as flores estão surfando essa onda.

Elas aparecem em saladas, lanches, risotos, bolos, biscoitos, drinks e até xaropes. A lavanda, por exemplo, é uma das que estão na moda — virou até ingrediente de queijo e sorvete. Mas ela é seguida de perto pela phlox (queridinha para produção de biscoitos). Cravina, capuchinha, ora-pro-nóbis e hibisco também fazem sucesso. Já a amor-perfeito, apesar de ser uma das mais pedidas, é um pouco menos vista, pois é uma flor de inverno.

Atentos à diversificação no consumo das flores comestíveis, alguns pequenos produtores enxergaram na tendência uma oportunidade de negócio. Lais Rosseto, engenheira agrônoma de Londrina (PR), trocou o trabalho com as flores ornamentais na floricultura da família por um negócio próprio, cultivando flores comestíveis.

90 produtores no país

O interesse surgiu em 2022, quando Lais defendeu tese na Esalq/USP sobre a tendência do uso de flores comestíveis da gastronomia.

—O estudo mostrou que o interesse do consumidor está em ascensão. Acredito que grande parte do aumento da demanda é por conta das mídias sociais e a procura por fotos bonitas e produzidas na gastronomia. Além disso, o consumidor também tem se mostrado aberto a novos produtos e sabores, impulsionando inovações — avalia.

Levantamento realizado pela pesquisadora apurou 90 produtores de flores comestíveis no país — ela mesma entre eles. Após conclusão dos estudos, a agrônoma decidiu atuar no ramo. Em 2022, começou o cultivo no próprio quintal de casa, em Londrina. Hoje, a produção já se expandiu para dois terrenos. E a demanda cresceu tanto que, no fim de 2023, ela estabeleceu uma parceria com outra produtora da região para atender os pedidos, que não param de chegar.

Os preferidos são kits com 20 flores diversas, que variam conforme a sazonalidade. Mas a empreendedora diz que procura personalizar o pedido dos clientes:

— Há quem procure para drinks, então são itens menores, outros querem apenas de uma cor, e por aí vai.

Atualmente, ela produz cerca de350 kits ao mês e atende rede de mercados locais, restaurantes e eventos, como festas de aniversário e casamento.

Jéssica Foschini é mestre em produção vegetal pela UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) e há dois anos se dedica exclusivamente a produção e comércio de PANCs (Plantas Comestíveis Não Convencionais). São 26 variedades cultivadas por ela no momento, em uma estufa na cidade de Holambra, São Paulo. Ela colhe mil bandejas de flores por semana e já conta com seis colaboradores.

— Antes eu trabalhava com plantas ornamentais, setor bem mais consolidado e estruturado. Mas com o desafio de um nicho novo, enxerguei a oportunidade de me especializar, ter meu próprio negócio e conseguir ter mais tempo para minha família, pois tenho filhos pequenos — conta.

As flores utilizadas para consumo como alimento, ressalta ela, têm de ser compradas em locais específicos ou cultivadas em casa:

— As flores vendidas nas floriculturas podem ter resíduos de produtos para durarem mais, entre outros, que não são próprios para consumo.

Mas as flores não dão apenas beleza aos pratos. Segundo o pesquisador da Embrapa Nuno Madeira, elas são fonte de minerais, fibras, antioxidantes e proteínas, além do baixo teor calórico.

Para Jéssica Foschini, pétalas de girassol e capuchinha podem entrar na finalização de saladas; flor-de-mel e ora-pro-nóbis podem compor lanches abertos ou torradas com abacate. Já cravinas combinam com risotos, enquanto mini-rosas são apreciadas em sobremesas e a phlox é usada em biscoitos sequilhos.

Para o preparo das bebidas, há duas formas de uso, diz:

— Com a antecedência, é possível preparar cubos de gelo com flores no meio. As flores não estragam, continuam podendo ser consumidas após o gelo derreter, e embelezam o drink.

A outra maneira, segundo Jéssica, é produzir o drink e enfeitá-lo já no copo ou taça com as flores comestíveis.

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