O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou neste sábado que o Brasil participar da Opep+, categoria de países atuam como observadores associados à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Falando em um evento ligado a movimentos sociais brasileiros na COP28, Lula disse que "não apitará em nada" na Opep, cuja atuação se concentra especialmente em manter os preços do petróleo em níveis lucrativo para os países produtores.
O convite foi formalizado ao país nesta semana, após a passagem de Lula pela Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo. E foi alvo de críticas, acentuadas pela coincidência com a participação de Lula na COP28, a conferência do clima que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, outro importante exportador.
— Muita gente ficou assustada: "nossa, o Brasil vai participar da Opep". O Brasil não vai participar da Opep, vai participar da Opep + — disse Lula. — É que nem eu participar do G7. Eu participo do G7 desde que eu ganhei a Presidência da República. Aliás o único presidente que participou em todas reuniões do G7. É o G7+. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomarem a decisão e venho embora. Não apito nada.
Veja efeitos da forte seca no Amazonas
![Vista aérea do Rio Negro com níveis de água muito baixos no Distrito de Cacau Pirera, em Iranduba, estado do Amazonas, em 25 de setembro de 2023 — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/hLjwYjXso-8AA7YSKs2HKzAbC0k=/0x0:4000x3000/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/o/K/5LlOutTbabsNnrrHDVpg/104437557-aerial-view-of-the-rio-negro-with-very-low-water-levels-at-the-cacau-pirera-district-in-ir.jpg)
![Vista aérea do Rio Negro com níveis de água muito baixos no Distrito de Cacau Pirera, em Iranduba, estado do Amazonas, em 25 de setembro de 2023 — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/ypk0CGOHIrgAKCfjwdaltC-izsE=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/o/K/5LlOutTbabsNnrrHDVpg/104437557-aerial-view-of-the-rio-negro-with-very-low-water-levels-at-the-cacau-pirera-district-in-ir.jpg)
Vista aérea do Rio Negro com níveis de água muito baixos no Distrito de Cacau Pirera, em Iranduba, estado do Amazonas, em 25 de setembro de 2023 — Foto: Michael Dantas / AFP
![O Amazonas está sofrendo uma severa seca que está afetando a navegação e a distribuição de combustível e alimentos para o interior do estado — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/mr1N7cRcjY5H-Hk9-Iw5SEyF-yQ=/0x0:4000x3000/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/B/V/dsSO2YSva6TrBIIigFEg/104431141-topshot-view-of-the-low-level-of-the-rio-negro-due-to-the-drought-in-iranduba-amazonas-n.jpg)
![O Amazonas está sofrendo uma severa seca que está afetando a navegação e a distribuição de combustível e alimentos para o interior do estado — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/EWAqDxt02ZNh_8rjRbCX8MBkZyA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/B/V/dsSO2YSva6TrBIIigFEg/104431141-topshot-view-of-the-low-level-of-the-rio-negro-due-to-the-drought-in-iranduba-amazonas-n.jpg)
O Amazonas está sofrendo uma severa seca que está afetando a navegação e a distribuição de combustível e alimentos para o interior do estado — Foto: Michael Dantas / AFP
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![Flutuadores encalharam durante uma seca no Rio Negro, em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/uXkXEWqTXgqUfNTWPQ04PAzkINE=/0x0:6720x4480/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/X/1/7m1Dg1R5KKMdvdvt73xQ/104431097-topshot-floaters-run-aground-during-a-drought-on-the-rio-negro-in-iranduba-amazonas-nort.jpg)
![Flutuadores encalharam durante uma seca no Rio Negro, em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/OXNzaGXqKFHEsJE7xuy4K7bVXBM=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/X/1/7m1Dg1R5KKMdvdvt73xQ/104431097-topshot-floaters-run-aground-during-a-drought-on-the-rio-negro-in-iranduba-amazonas-nort.jpg)
Flutuadores encalharam durante uma seca no Rio Negro, em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP
![Os efeitos da seca na Amazônia são visíveis em grandes rios, como o Negro — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/ehhEEuib3L4TroofL4_UWB6U08k=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/c/P/P7fJAuRMyoiZrJJBq2RA/104431095-topshot-view-of-the-low-level-of-the-rio-negro-due-to-the-drought-in-iranduba-amazonas-n.jpg)
Os efeitos da seca na Amazônia são visíveis em grandes rios, como o Negro — Foto: Michael Dantas / AFP
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![Homem limpa peixes às margens do leito seco do Rio Negro em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/8UJmis6SOKrSZRedirdpFMGDinM=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/n/1/JWlBSLQWWuTDABAswc9Q/104427379-view-of-a-fish-stall-on-the-banks-of-the-rio-negro-in-iranduba-amazonas-northern-brazil-on.jpg)
Homem limpa peixes às margens do leito seco do Rio Negro em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP
![Cerca de 130 mil famílias do estado serão afetadas pela estiagem e cor rem risco de desabastecimento — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/Iyss-SorFOiirLXqmgz_wgcRnPo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/L/1/a7rgekToiu38rhUJcFQA/104427381-view-of-the-low-level-of-the-rio-negro-due-to-the-drought-in-iranduba-amazonas-northern-br.jpg)
Cerca de 130 mil famílias do estado serão afetadas pela estiagem e cor rem risco de desabastecimento — Foto: Michael Dantas / AFP
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![Bombeiros tentam apagar incêndio ilegal em área de mata no distrito de Cacau Pirera, em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/4rzR6sqEzS4wZd-8LijXRzVbPJs=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/y/3/Af2fORRXA14VEOYwbjPw/104437511-firefighters-try-to-put-out-an-illegal-fire-in-a-forest-area-at-the-cacau-pirera-district.jpg)
Bombeiros tentam apagar incêndio ilegal em área de mata no distrito de Cacau Pirera, em Iranduba — Foto: Michael Dantas / AFP
![Governo federal e os governos do Amazonas e de Rondônia anunciaram uma força-tarefa para envio aos dois estados de mantimentos, combate aos incêndios e mitigação dos prejuízos ao transporte fluvial — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/882auVY5tZCVJjbbEt092ZsnV0o=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/s/p/IS2i2hQByQKu4yVKWfQA/104427377-view-of-the-low-level-of-the-rio-negro-due-to-the-drought-in-iranduba-amazonas-northern-br.jpg)
Governo federal e os governos do Amazonas e de Rondônia anunciaram uma força-tarefa para envio aos dois estados de mantimentos, combate aos incêndios e mitigação dos prejuízos ao transporte fluvial — Foto: Michael Dantas / AFP
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![Vista aérea do Rio Negro, durante a seca, na Zona Portuária de Manaus, Amazonas, em 23 de setembro de 2023 — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/GKf_wNWqEfqeiXeTkdzBoM6aaso=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/J/w/rvmBpsQem7ARVrHIbEfQ/104427369-aerial-view-of-the-rio-negro-during-drought-in-the-port-zone-of-manaus-amazonas-northern-b.jpg)
Vista aérea do Rio Negro, durante a seca, na Zona Portuária de Manaus, Amazonas, em 23 de setembro de 2023 — Foto: Michael Dantas / AFP
![Incêndio na floresta amazônica em Iranduba, Amazonas — Foto: Michael Dantas / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/AaUDKSu5Oj8yLEZzZMQkg8EANms=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/T/f/mVkoTKS9eQa7SxoNknpg/104427399-aerial-view-of-a-fire-in-the-amazon-rainforest-in-iranduba-amazonas-northern-brazil-on-sep.jpg)
Incêndio na floresta amazônica em Iranduba, Amazonas — Foto: Michael Dantas / AFP
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Lula alegou que a participação do Brasil é necessária para convencer as nações petrolíferas a investir em energias renováveis, no momento em que o mundo busca descarbonizar a economia.
— A Opep+ eu acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para reduzirem os combustíveis fósseis — disse Lula. — E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram com petróleo e fazer investimento para que eles possam produzir os combustíveis renováveis que eles precisam, sobretudo o hidrogênio verde. Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis.
A fala de Lula endossa a posição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse na sexta-feira não ver contradição na entrada do Brasil na Opep+, desde que seja para levar o debate da economia verde para a entidade.
Segundo a Energy Information Administration, uma agência de estatística do governo americano, esses dez países são responsáveis pela produção de 16,5 milhões de barris de petróleo por dia. Já os 13 países da Opep produzem ao todo 28,7 milhões de barris diários, liderados pela Arábia Saudita (10,4 milhões de barris). O Brasil tem uma produção diária de cerca de 3,67 milhões de barris de petróleo por dia, segundo a Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP).