Economia
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Por Carolina Nalin e Vinicius Neder — Rio

O Brasil enfrenta uma grande mudança na sua estrutura etária: enquanto o envelhecimento avança de forma acelerada, o número de jovens despenca a menos da metade da população em uma década. Com isso, o país amarga a perda de uma janela de oportunidade por meio do que os economistas chamam de "bônus demográfico", quando o país tem mais pessoas com idade economicamente ativa em comparação à população inativa (idosos e crianças) e deve aproveitar esse período para potencializar seu crescimento econômico.

É o que revelam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Domicílios e Moradores, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

Segundo o instituto, houve um alargamento do topo da pirâmide etária e um estreitamento da base na última década. Em 2012, metade da população (49,9%) tinha menos de 30 anos. Essa taxa caiu para 43,3% em 2022. Já o percentual de idosos (com 60 anos ou mais) subiu de 11,3% para 15,1% no mesmo período.

Para o pesquisador José Eustáquio Diniz Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), ligada ao IBGE, os dados confirmam a tendência que tem sido observada nos últimos anos, de rápido envelhecimento da população.

O fenômeno tem a ver com a combinação entre a queda na natalidade e o aumento da longevidade. A população cresce mais lentamente, por causa da queda no número de nascimentos. Com isso, a proporção dos idosos na população aumenta – tanto por causa do baixo crescimento do total de habitantes quanto por causa do aumento absoluto no número de pessoas de idade avançada, já que as pessoas estão vivendo mais.

– Quando a fecundidade cai, reduz a base da pirâmide. Automaticamente, está aumentando o topo da pirâmide (a fatia dos mais idosos) – afirmou Diniz Alves.

Em termos regionais, a região Norte apresentou a maior concentração populacional nos grupos de idade mais jovens, ao passo que o Sudeste e o Sul registraram os maiores percentuais de idosos.

Percentual de jovens brasileiros com 30 anos ou menos cai a menos da metade em uma década — Foto: Editoria de arte
Percentual de jovens brasileiros com 30 anos ou menos cai a menos da metade em uma década — Foto: Editoria de arte

Perda do bônus demográfico

Os números da pesquisa confirmam que o Brasil vem desperdiçando o chamado "bônus demográfico". O conceito aponta que um país pode aproveitar o tamanho de sua população jovem e, portanto, apta para trabalhar (entre 15 e 64 anos), para alavancar o crescimento econômico.

Essa janela vem se fechando: o número de pessoas em idade ativa vem caindo, e o país não conseguiu aproveitar esse momento ideal para crescer. Nesse sentido, o país caminha em direção ao "ônus demográfico" - quando o número de idosos é maior e há uma perda de ímpeto da economia.

Um dos elementos que revelam como o país desperdiçou o bônus demográfico é o número de desocupados, que custa a ceder. Faltou oportunidade de emprego para mais de 9,4 milhões de pessoas que buscavam uma vaga no primeiro trimestre deste ano, segundo dados do IBGE.

O patamar é semelhante ao observado no quarto trimestre de 2015, quando havia 9,2 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.

Os resultados da pesquisa consideram a reponderação da Pnad Contínua, ocorrida em 2021, além da revisão de projeção da população realizada em 2018, tendo como parâmetro o Censo de 2010.

Nesse sentido, o instituto aponta que os dados do Censo Demográfico de 2022 serão fundamentais pra atualizar as projeções populacionais e retratar com maior clareza a realidade brasileira.

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