Economia
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Por Carolina Nalin — Rio

O desemprego avançou neste início de ano. A taxa de desocupação ficou em 8,8% no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. Mais 860 mil pessoas buscaram uma oportunidade de trabalho no período e não encontraram, levando o país a registrar 9,4 milhões de desempregados. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.

  • A taxa de desemprego é a menor para o período desde 2015, quando ficou em 8%.
  • Houve uma queda de 1,5 milhão de pessoas no número de ocupados, totalizando 97,8 milhões de brasileiros empregados, entre formais e informais.
  • O recuo na ocupação reflete principalmente a redução dos trabalhadores por conta própria com CNPJ, que engloba também os microempreendedores individuais (MEI)

O que esperar para os próximos meses?

Economistas avaliam que o cenário macroeconômico continua desafiador no curto prazo, limitando uma melhora expressiva no mercado de trabalho. A visão geral é de que o mercado de trabalho vai andar de lado este ano, e uma eventual melhora da economia deve impedir que a taxa de desemprego avance.

— Esse ano de 2023 tem uma cara de um ano desafiador, principalmente na primeira metade do ano. Já na segunda metade, final do ano, vai depender um pouco do rumo da economia brasileira, sobretudo da expectativa da taxa de juros, se vai baixar mais rápido. Por enquanto, a gente não consegue imaginar uma volta daquela trajetória favorável da taxa de desemprego como vimos ano passado — resume Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, agora prevê que a taxa de desemprego deve encerrar o ano em torno de 8,7%, ante 9%. A ligeira mudança se deve à melhora na perspectiva do PIB deste ano, cuja estimativa foi revisada de 1% para 1,5%. Ainda assim, ela acredita que a tendência da ocupação deve ser de queda lenta nos próximos meses, influenciada pela desaceleração da atividade:

"A queda da taxa de participação, no entanto, pode conter uma alta mais significativa da taxa de desemprego", avalia.

Para Natalia Cotarelli e Matheus Felipe Fuck, economistas do Itaú Unibanco, tanto os dados do CAGED quanto da PNAD mostraram um mercado de trabalho mais resiliente em março. Mas o cenário para o emprego não é animador. "Esperamos uma desaceleração gradual do emprego nos próximos meses em meio ao impacto defasado da política monetária contracionista", disseram, em comentário.

O Indicador Antecedente de Emprego do FGV IBRE subiu 1,7 ponto em março, para 76,4 pontos, atingindo o maior nível desde outubro do ano passado (79,8 pontos). Ainda assim, o resultado positivo não compensa a queda ocorrida na virada do ano, e o patamar do indicador permanece historicamente baixo.

Queda na ocupação já era esperada

Segundo o IBGE, o movimento de retração da ocupação é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia.

— Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos — analisa a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

No entanto, para Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, há um aumento do desemprego influenciado não só pelo componente sazonal, mas também pela desaceleração econômica:

— Tem a questão sazonal, que agora a gente volta a ter um padrão mais claro que a pandemia tinha bagunçado um pouco, já que foi no início do ano que ocorreram as ondas de Covid. Mas tem também a situação econômica, que a gente já imagina que já mostra seu papel. Praticamente todos os setores econômicos tiveram queda na ocupação — avalia.

A queda na ocupação veio principalmente do trabalho formal, com destaque para o contingente de trabalhadores por conta própria com CNPJ, que caiu 8,1% (uma redução de 559 mil pessoas). Também pesou para o recuo da ocupação a redução do contingente de trabalhadores no setor público com carteira, que caiu 4,2%, representando um recuo de 59 mil pessoas.

Houve ainda redução dos trabalhadores sem carteira, tanto no setor público quanto no setor privado. Entre os empregados sem carteira no setor público, a queda no trimestre foi de 7% ou menos 207 mil pessoas. Já no setor privado, o contingente de empregados sem carteira assinada caiu 3,2%, ou menos 430 mil pessoas.

De acordo com a pesquisadora do IBGE, a retração do emprego sem carteira foi observada a agricultura, na construção e no comércio, que tiveram quedas de, respectivamente, 2,4% (menos 201 mil pessoas), 2,9% (menos 215 mil pessoas) e 1,5% (menos 294 mil pessoas) no total de seus trabalhadores.

Segundo Adriana, na construção, essa queda está focada no setor de edificações e tem uma característica muito sazonal.

O número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável e a taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada (ou 38,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,8% no trimestre anterior e 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.

Recuperação da renda perde força

Dados do IBGE também apontam que a recuperação da renda perdeu força no primeiro trimestre indicando que o aumento da renda segue como um dos principais desafios do mercado de trabalho.

O rendimento real, já descontada a inflação, ficou em R$ 2.880 - uma estabilidade frente ao trimestre anterior. Embora acumule crescimento de 7,4% no ano, a renda média do trabalhador permanece abaixo do pré-pandemia, quando ficou em R$ 2.923.

Segundo dados da XP, o rendimento real médio habitual avançou 0,2% em março ante fevereiro, ritmo muito inferior à taxa de crescimento média de 0,8% entre julho e setembro de 2022.

"Em nossa avaliação, os rendimentos reais crescerão até o final deste semestre. Prevemos virtual estabilidade na segunda metade do ano" pontuou Rodolfo Margato, economista da XP, em relatório.

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