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Por , , e — Rio e São Paulo

O fim do namoro de Luísa Sonza com o streamer Chico Moedas — anunciado pela cantora no programa televisivo “Mais você”, da apresentadora Ana Maria Braga, na última quarta-feira — tomou as redes sociais e os sites de notícias.

Quase que instantaneamente, o rompimento do casal impulsionou milhões de interações, puxou uma onda de ativações de marcas e memes, além do cancelamento virtual de Chico — o término veio após uma traição cometida por ele —, que acabou banido do Instagram, segundo contou o youtuber Casimiro, amigo do streamer.

Por trás dessa multiplicação de informações e postagens em torno do desfecho do curto romance instagramável estão os algoritmos das redes sociais, dizem especialistas. Bruno Dreux, sócio da Amo e presidente da Associação Brasileira de Propaganda, explica que o algoritmo pode levar o assunto a milhões de pessoas em poucas horas:

— A vida alheia sempre foi assunto de grande interesse social, gerador de audiência. Com as redes sociais, os algoritmos entendem que o tema recebe mais cliques, comentários, interações. E explode. Sai de um problema no banheiro de um bar (onde supostamente ocorreu a traição) para tocar o país todo.

O resultado é visível. Chico já havia ganhado mais 300 mil seguidores após o lançamento de “Escândalo íntimo” — com jeito de trilha sonora para o assunto do momento —, o último álbum de Luísa Sonza, que saiu há menos de um mês, com uma faixa cantando sua paixão pelo rapaz.

Após o “Mais você”, a maré virou para Chico. #Sóquenão, como se diz nas redes. O streamer atraiu mais dez mil seguidores entre o anúncio da traição por Luísa na TV e o momento em que sua conta do Instagram foi derrubada. Ontem, após a reativação de seu perfil, Chico já exibia outros 36 mil seguidores.

Luísa terminou o namoro, mas não ficou sozinha. No Instagram, ela ampliou em 300 mil o número de seguidores, segundo a Social Blade, plataforma de análise de mídias sociais. A cantora alcança 31,4 milhões, no total. No streaming de música Deezer, “Chico” decolou 36,7% e, de quarta-feira para ontem, chegou à segunda posição no Top100Brasil.

No Spotify, não é diferente. O hit-chiclete — “Chico, se tu me quiseres, sou dessas mulheres de se apaixonar” — estava na quarta posição no Brasil ontem, com perto de 30 milhões de reproduções.

— Com novo álbum, bons times de marketing e de gestão de crise, dá para fazer do limão uma limonada e, depois, uma mousse — diz João Finamor, professor de Marketing Digital da ESPM.

‘Ativismo de sofá’

Ou seja, o efeito é o de um “megafone gigante”, como definiu Dreux. E, não à toa, marcas e empresas pegaram carona no término do romance. Com humor, a Lu do Magalu anunciou, em seu perfil no X (ex-Twitter) um porta-moedas para “homens de centavos”.

Ainda aproveitou para reforçar a atuação voltada para o empoderamento feminino, com a Lu dizendo: “E prepare seu coração para o tesouro que ainda está por vir.”

Já a Embratur, agência de promoção turística do Brasil no exterior, aproveitou para divulgar um destino: “Quer ver um Chico que não decepciona? O Rio São Francisco!”

Postagem da Embratur surfa na onda do término de Luísa Sonza — Foto: Reprodução
Postagem da Embratur surfa na onda do término de Luísa Sonza — Foto: Reprodução

Esse disco de sucesso, contudo, tem um lado B. É que as redes sociais vivem da venda de espaços publicitários. Ou seja, a receita cresce com a audiência. E o algoritmo não distingue se está impulsionando um bom debate ou alimentando um linchamento virtual, com conteúdos de efeito negativo.

— Cancelar, como gostar de fofoca, é um hábito da sociedade. Digitalmente, cresceu com movimentos sociais como Black Lives Matter e Mee Too. Mas o algoritmo puxa um efeito bola de neve. Ao despertar raiva, ódio, faz o usuário interagir para derrubar um perfil — pondera Finamor.

Dreux destaca que é preciso atenção a um debate global em torno da regulação das plataformas digitais:

— A falta de responsabilização das plataformas é central nesse debate, porque a propagação em escala também vale para fake news, conteúdo de ódio e outros. E vivemos um momento de ativismo de sofá.

As redes sociais contam com botões para que usuários denunciem perfis e postagens consideradas ofensivas e criminosas. Se há excesso de denúncias, a plataforma oculta o perfil ou o conteúdo. Depois, avalia se aquela publicação viola suas diretrizes, para então decidir se recoloca no ar ou retira de vez.

A Meta, dona do Instagram, tem por política não comentar casos específicos. Perguntado sobre o caso, o vice-presidente global de parcerias do Instagram, Charles Porch, afirmou que o objetivo da empresa é garantir que seus usuários tenham a melhor experiência no aplicativo:

— Temos ferramentas de proteção para que as pessoas possam manter suas contas em bom lugar. Essa é uma oportunidade para pensarmos como os influenciadores podem mobilizar suas comunidades para, na verdade, agir de uma maneira mais correta.

Na sexta-feira passada (22), a Meta disse que não estava claro se o perfil de Chico Moedas havia sido derrubado ou se o streamer teria derrubou por conta própria. O caso estava sendo apurado internamente.

Nesta segunda-feira (25), a empresa informou ao GLOBO que “um perfil havia sido atribuído de maneira equivocada a Chico Moedas. A questão já foi devidamente solucionada.”

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