Alvo de ações de despejo, Americanas reforça negociação com bancos

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Ele estaria conversando com os bancos separadamente, segundo a Bloomberg. Antes, quem lidava com os credores era Luiz Muniz, sócio do Rothschild no Brasil.

Sicupira forma o trio de acionistas de referência da Americanas, com Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.

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Até agora, não foi feita qualquer proposta concreta para apaziguar os credores, dizem as fontes ouvidas pela Bloomberg. Os credores querem uma injeção de capital entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Mas, até agora, os acionistas só se comprometem a buscar financiamento de pelo menos R$ 1 bilhão. Segundo fontes, essa operação deve sair ainda esta semana.

A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro depois de encontrar “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, reveladas pelo então presidente Sergio Rial. A varejista afirmou ter quase 8 mil credores e R$ 41,2 bilhões em dívidas financeiras e trabalhistas.

Em comunicado divulgado em 22 de janeiro, os três acionistas de referência afirmaram não saber dos problemas contábeis da varejista.

Enquanto a empresa conduz uma disputa judicial com bancos credores, a BR Malls e a Previ entraram com ação na Justiça do Rio de Janeiro para que a Americanas seja obrigada a pagar o aluguel de seus imóveis. Só o atraso da varejista no Norte Shopping, na Zona Norte do Rio, chega a quase R$1 milhão. O valor, segundo a ação, envolve os atrasos dos meses de novembro, dezembro e janeiro.

Na petição, a BR Malls e a Previ dizem que a dívida se encontra em patamar “elevadíssimo” com apenas três meses de atraso. O grupo entrou com pedido na Justiça após a varejista ter obtido, na semana passada, uma decisão favorável impedindo ações de despejo por falta de pagamento.

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Desde a aprovação do pedido de recuperação judicial, a Americanas já identificou mais de 12 ações de despejo no país. Também na semana passada, a Americanas entrou com recurso na Justiça, e que foi aceito, para que fornecedores de energia elétrica e internet não possam cortar os serviços por falta de pagamento.

BR Malls e Previ afirmam que, se seu pedido não for aceito, haverá um “aumento exponencial” da dívida, pois esta vai acumular até o julgamento da recuperação judicial. E argumentam que há risco de o próprio shopping ter de suportar o impacto financeiro disso, considerando a ausência de garantia contratual e o complicado momento financeiro da varejista.

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Em resposta, a Americanas lembrou os estabelecimentos físicos “são indiscutivelmente essenciais” para sua recuperação, por representarem parcela significativa de seu faturamento. Na lista de credores, há pelo menos cem shoppings.

Na segunda-feira, foi anunciado que Luiz Eduardo Osorio vai assumir a presidência institucional da LTS Investments, a plataforma das holdings das famílias Lemann, Telles e Sicupira, como a Ambev. Em comunicado, o trio disse que “Osorio terá especial dedicação à situação de Americanas.”