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Por Bruno Rosa e Camilla Alcântara — Rio

A Petrobras vai reduzir, a partir de sexta-feira, o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras. O valor passará de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro. É uma redução de R$ 0,25 ou 7,08%. Segundo a estatal, é a maior queda desde 21 abril de 2020, quando houve corte de 8%, e quarta redução desde julho.

Assim, desde meados de julho, o preço da gasolina cobrado pela Petrobras já caiu 19%. A última vez que a Petrobras reajustou o preço da gasolina para cima foi em 19 de junho. De lá para cá, a cotação do petróleo do tipo Brent, referência no mercado internacional, recuou 18%.

A queda no preço da gasolina, portanto, acompanha a trajetória de retração no valor da commodity. E coincide com a chegada de Caio Paes de Andrade à presidência da estatal. Andrade assumiu o comando da empresa no fim de junho.

Na prática, o preço cobrado pela estatal em setembro chegará praticamente ao mesmo patamar de janeiro deste ano, quando o litro estava em R$ 3,25.

Segundo a companhia, a queda anunciada nesta quinta-feira acompanha "a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Além da gasolina, a estatal também reduziu, nas últimas semanas, o preço do diesel e de combustíveis de aviação. Após combustíveis, Petrobras anunciou a redução de 6,4% no preço do asfalto.

Além da queda do petróleo, desde julho, os estados reduziram o ICMS cobrado sobre os combustíveis, cumprindo a nova lei aprovada pelo Congresso que fixa um teto de 17% ou 18% para a alíquota do imposto para produtos essenciais.

Isso contribui para a queda nos preços na bomba.

Para Sergio Araujo, presidente da Abicom, que reúne os importadores de combustíveis, a queda é justificada por conta da política de preços da estatal, que é baseada na paridade de importação. Dados da Associação mostram que, antes de a Petrobras reduzir os preços, a gasolina vendida no Brasil pela companhia estava R$ 0,36 mais cara do que a vendida no exterior.

-- A companhia está seguindo os preços do exterior, pois o preço do petróleo está em queda. Por isso, a companhia vem mantendo sua política de paridade de preços, o que é positivo para a indústria -- avaliou Araujo. 

Segundo um especialista, se a cotação do barril continuar em queda ou se mantiver no atual patamar ainda há espaço para uma nova redução igual à anunciada nesta quinta-feira.

Impacto no IPCA

Ao chegar às bombas, a gasolina mais barata terá grande impacto no IPCA de setembro, o que pode fazer com que o mês seja o terceiro a registrar deflação, segundo projeções dos economistas. André Braz, economista e coordenador dos Índices de Preços da FGV, estima que nas bombas a queda da gasolina será de 4%, o que resultaria em um recuo de 0,24% no IPCA.

- Isso não tem nada a ver com a inflação de agosto, que já foi medida e será divulgada. Mas o impacto seria grande porque pegaria o mês de setembro cheio, porque hoje é dia 1º. A queda aumenta a chance de termos um número negativo no IPCA de setembro, algo que não era possível imaginar antes dessa notícia. Com isso, a minha previsão de inflação para o ano, que estava em 6,6%, vai para 6,4% - analisa o economista.

O economista afirma que, por enquanto, a tendência da commodity é de continuar caindo, mas diversos fatores que influenciam nos preços, como as eleições presidenciais, o avanço da Covid-19 na Ásia, a guerra na Ucrânia e as taxas de juros nos EUA, podem transformar o cenário até o fim deste ano.

Braz reforça que, embora seja fator de grande influência no IPCA, a gasolina impacta menos no dia a dia da população mais pobre - na contramão do diesel, que mesmo tendo menos projeção no IPCA, teria maior impacto indireto para a maior parte da população.

- A gasolina é um bem de luxo, atinge mais a sociedade de alta renda e, por essa razão, os mais pobres não vão perceber essa queda nos preços. Se isso fosse no diesel, atenderia mais às outras classes sociais, porque o diesel é o combustível que movimenta o frete rodoviário e o ônibus urbano. Teríamos um frete mais barato e passagem de ônibus menor, ou sem reajuste - conclui Braz.

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