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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 29/06/2024 - 04:00

Mercados enfrentam desafios em 2024

No primeiro semestre de 2024, mercados enfrentaram desafios com desvalorização das ações, dólar em alta e valorização do bitcoin. Renda fixa teve ganhos, enquanto a renda variável enfrentou perdas, com destaque negativo para a bolsa brasileira. Expectativas para o segundo semestre incluem impacto das eleições e do cenário fiscal.

O primeiro semestre chegou ao fim, jogando uma pá de cal em toda expectativa criada pelos agentes lá no início do ano. O movimento de tensão nos mercados de janeiro a junho influenciou também os investimentos, da renda fixa à variável.

Dois fatores influenciaram com mais peso na negatividade. No âmbito externo, a esperança de uma redução da taxa de juros americana não se concretizou, impactando negócios em todos os cantos do mundo. O juro da maior economia do mundo drena investimento em papéis de risco em todo o mundo.

Por aqui, a deterioração do quadro fiscal brasileiro impactou ainda mais a situação nada favorável lá de fora. Em meados de abril, o governo Lula anunciou que fixou como zero o resultado de receitas e despesas em 2025, e de 0,25% do PIB para 2026.

Antes da mudança, o arcabouço fiscal apresentado pelo governo havia definido como meta um superávit de 0,5% do PIB para o ano que vem e 1% do PIB para 2026.

Para o Itaú BBA, a volatilidade da semana se deu por “um mau humor generalizado sobre mercados emergentes que se soma à pressão advinda do elevado nível doméstico de incerteza - em particular no que diz respeito à sustentabilidade das contas públicas”, disse a instituição em relatório.

Só na última semana, o dólar, que já está num patamar acima dos R$ 5 desde março, ficou quase vinte centavos mais caro.

Veja como performou cada tipo de investimento em junho e no ano:

Renda fixa

Os ativos de renda fixa foram os que mais registraram ganhos durante o primeiro semestre.

Graças ao patamar alto da taxa básica de juros nos EUA e uma precificação ainda maior nas taxas de depósito interfinanceiro, o DI — que baliza aplicações e foi impulsionado pelo receio do mercado em torno do debate da situação fiscal —, os investimentos de renda fixa viram seus rendimentos operarem no verde.

Alguns títulos tiveram variação positiva em marcações a mercado no mês de junho. Nos títulos prefixados com vencimento para janeiro de 2025, a variação no mês foi de 0,7%. No ano, esse ativo valorizou 4,45%. O prefixado para 2026 acumulou alta singela, de apenas 0,01% em junho, mas ainda assim avançou 2,02% desde janeiro.

Já nos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ com vencimento para agosto de 2026 valorizou 0,24% no mês, acumulando alta de 2,8% só em 2024.

— Toda essa questão sobre o fiscal faz com que o DI futuro, que rege as taxas de renda fixa do Brasil, suba. Estando mais atraentes, garantem melhores retornos, mais previsíveis do que ações — diz Eugênio Dottein, especialista em investimentos da Ável.

O CDI, que é um balizador de diversas aplicações de renda fixa, já prevê retornos de 5,22% no ano.

Renda variável

Apesar da variação positiva do Ibovespa em junho — o índice fechou o mês em alta de 1,48% —, o principal índice da bolsa brasileira amarga uma desvalorização de 7,66% no acumulado do ano. A bolsa brasileira é a que mais perdeu valor no mundo, com 19,9% de desvalorização desde janeiro.

O movimento positivo na Bolsa no mês, segundo Dottein, vem da leitura de boas oportunidades apesar da desvalorização geral dos principais papéis do índice.

— Temos ativos muito sólidos que entregam lucro líquido e preço muito descolado do valor real — afirma.

Apesar disso, o acumulado de perdas no ano diz muito sobre como o investidor está olhando para a Bolsa:

— O Brasil encerra o primeiro semestre do ano como o destaque negativo do mundo, em termos de performance de ativos financeiros. O mercado hoje está mais cético, com maior aversão ao risco e maior desconfiança quanto à dinâmica das contas públicas — diz Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, elencando a maior incerteza quanto a sustentabilidade do arcabouço fiscal como fator dos números ruins.

Em relatório da última quarta-feira, O Citi diz que o controle das contas públicas também é um fator que atemoriza o mercado por aqui: “Embora o aumento dos gastos esteja mais do que compensando o plano da administração para resolver o desequilíbrio fiscal através do lado da receita, o presidente Lula continua resistindo em aprovar cortes de gastos”.

Segundo dados divulgados pela B3 e compilados pelo Valor Econômico mostram que o fluxo negativo de investimentos estrangeiros em 2024 já ultrapassou os R$ 43 bilhões neste mês.

Em outros índices da Bolsa, a performance positiva no mês diminuiu, em parte, as perdas do ano. O índice IBRX50, que elenca a média de cotações das cinquenta empresas mais negociadas, fechou o mês em alta de 1,81%, mas retraiu 5,96% nos seis primeiros meses do ano.

Os papéis focados em dividendos, medido pelo IDIV, ficaram no verde em junho, a 1,99%, apesar de recuo acumulado de 3,41% no ano. O IFIX, que desempenha a média de cotações dos fundos imobiliários, avança 1,08% no ano, mas teve queda em junho de 1,04%. O índice das chamadas small caps, que possuem capitalização menor que as grandes empresas listadas, variou negativamente em 0,39%, acumulando perdas de 14,85% em 2024.

Enquanto isso, no exterior, o frenesi da inteligência artificial fez os índices das bolsas de Nova York alcançarem os maiores patamares já visto. Apesar do nível da taxa de juro americana estar na mais alta banda em 23 anos, o índice S&P 500 registrou alta de 14,5% no primeiro semestre. Já o Nasdaq 100 valorizou 18,1%, enquanto o índice Dow Jones avançou 3,8% no acumulado do ano.

Uma das ações que mais cresceram foram as da Nvidia. A empresa conhecida pelas suas placas gráficas e que iniciou o desenvolvimento de chips para inteligência artificial já viu seus papéis valorizando 149% desde o início do ano.

Para as criptomoedas, o ano é de positividade. E a principal delas abriu com o pé direito, tendo a aprovação do órgão regulador de ativos mobiliários dos EUA, a SEC, que autorizou fundos de investimentos em bitcoin a operarem, ampliando o acesso à criptomoeda mais popular do mundo.

No mês de junho, a moeda virtual perdeu cerca de 10% do valor, mas, no ano, a cotação da cripto pela Binance já apresenta avanço de 43,65%. A moeda atingiu seu pico em março, quando chegou a R$ 409 mil. Para ter uma inteira delas na carteira virtual para chamar de sua, o investidor terá que pagar cerca de R$ 337 mil. Mas calma: é possível comprar satoshis, frações desse gigantesco valor, e aproveitar em partes a valorização.

Mas sempre é bom lembrar: o bitcoin é um ativo de altíssimo risco, e requer conhecimento do investidor sobre sua volatilidade.

E o que esperar do segundo semestre?

Mais emoções, segundo os especialistas, devem guiar o cenário dos investimentos na segunda metade de 2024. A depender dos acontecimentos tanto no Brasil quanto lá fora, dólar e euro podem valorizar ainda mais e deixar o real para trás:

— O segundo semestre vai ficar por conta da dinâmica das eleições regionais e da situação das contas públicas. Vai ter o envio da PLOA (Projeto de Lei Orçamentário Anual) para 2025 em agosto, com o mercado querendo entender meta para ano que vem; as eleições americanas e, para o fim do segundo semestre, o nome de quem vai suceder Roberto Campos Neto (na presidência do Banco Central), que vai ditar o comportamento da autoridade monetária no ano que vem — disse Cunha.

A moeda americana já avançou mais de 13% em 2024, enquanto o euro valorizou cerca de 10% no ano. Para Caio Tonet, COO W1 Capital, ainda é possível aproveitar o rali da desvalorização do real:

— Facilmente hoje o investidor consegue aplicar em bonds (títulos do Tesouro)no mercado norte-americano. Eles pagam a taxa mais variação cambial. — afirma, elencando o investimento no exterior como uma alternativa para diversificar a carteira.

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