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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 28/06/2024 - 09:07

Mercado reage a debate e Lula critica juros

Dólar abre em queda após debate entre Trump e Biden, com expectativa de vitória de Trump influenciando mercado. Lula mantém política de valorização do salário mínimo, mas questiona taxa de juros elevada.

O dólar comercial abriu em queda, mas inverteu o sinal e encerrou as negociações nesta sexta-feira cotado a R$ 5,58, representando uma alta de 1,46% em relação ao pregão anterior. Esse é o maior valor para a moeda desde o dia 11 de janeiro de 2022, quando o câmbio estava em R$ 5,57. O câmbio subiu mais de 15% no ano até o momento. No mês, a moeda avançou 6,46%.

A moeda fechou em R$ 5,39 na segunda-feira e subiu quase R$ 0,20 só nesta semana, representando uma valorização de 2,71%. Durante o dia, o câmbio operou na contramão do exterior, onde o dólar esteve na estabilidade e as divisas de países emergentes se valorizaram frente à moeda americana.

Analistas destacam maior volatilidade no pregão de hoje por conta da formação da Ptax de fim de mês, uma taxa usada como referência para contratos que envolvem o dólar, com base na cotação do câmbio no mercado. Isso tende a gerar maior volatilidade no mercado. O resultado fiscal pior do que o esperado, além de falas mais cedo do presidente Lula e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também contribuíram para piorar o humor no mercado local.

— O real está totalmente descolado do humor externo, com as moedas latinas performando bem e o real em uma dinâmica disfuncional. Não vejo motivo aparente para o dólar ir de uma queda de 0,30% na abertura para uma alta de mais de 1% — afirma Gustavo Okuyama, gerente de portfólio da Porto Asset Management. Nesta sexta, o real apresentou o pior desempenho frente ao dólar entre as moedas de países emergentes.

Para Ricardo Maluf, chefe da mesa de operações institucionais de equities da Warren, o movimento é majoritariamente técnico, por conta da formação da Ptax de fim de mês nesta sexta-feira. Além disso, ele também destaca que, por ser final do semestre, empresas podem estar enviando remessas para fora do Brasil, pressionando a cotação do dólar pela diminuição da oferta da moeda no mercado local.

— Tem essa questão técnica, essa questão sazonal, além de todos os ruídos da última quinzena que vieram pressionando o dólar. As falas de Lula hoje foram mais do mesmo, mas como o mercado está comprado em dólar, qualquer fala tem sido motivo para a moeda subir — ele diz.

Ele também destaca que, por ser fim do mês e do semestre, há o vencimento de contratos futuros em dólar.

— Por ser final de mês, ainda mais um mês em que as moedas emergentes vinham sendo pressionadas, o mercado tomou uma posição mais defensiva contra o real, então a formação da Ptax se torna mais especulativa por todo o contexto, tanto político, quanto técnico, quanto o cenário de emergentes — comenta Maluf.

Mais cedo, Lula disse em entrevista a uma rádio de Minas Gerais que vai manter a sua política de valorização do salário mínimo. Ele também afirmou nesta manhã que "não brinca" com a inflação, mas as voltou a afirmar que considera que uma taxa de juros de 10,5% anuais é irreal para uma inflação de 4% ao ano. Já Campos Neto afirmou em entrevista ao Valor Econômico que as críticas de Lula à condução da política monetária dificultam o trabalho de controle da inflação.

— O humor piorou tanto, que ninguém está vendendo (dólar). Não tem apetite a risco, porque todo mundo que tinha uma posição otimista com Brasil neste ano está perdendo dinheiro, e o mercado não vê perspectiva de melhora, e o fluxo de notícias continua jogando contra — comenta Okuyama.

Também nesta manhã, dados divulgados pelo Banco Central mostraram que setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 63,9 bilhões em maio, o pior resultado para o mês desde 2020, em meio a um momento em que o mercado está preocupado com a capacidade do governo de controlar as contas públicas e atingir a meta de déficit fiscal prevista para este ano.

Além disso, dados do IBGE desta sexta mostraram que a taxa de desemprego caiu a 7,1% em maio, mais que o esperado, o que deve manter o apetite do brasileiro por consumo e pode pressionar a inflação.

Otimismo lá fora

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio, o indicador da inflação americana preferido pelo Federal Reserve, o banco central americano, foi divulgado na manhã desta sexta e mostrou estabilidade, após alta de 0,3% em abril. Isso reforçou a narrativa de que pode haver espaço para cortes de juros nos Estados Unidos neste ano, impulsionando as Bolsas de Nova York para novos recordes pela manhã.

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