Finanças
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Por , Em The New York Times — Nova York

O Federal Reserve tem desapontado os investidores este ano, mas isso não importa muito. Os mercados se ajustaram.

Mesmo sem cortes na taxa de juros até agora em 2024 — e com a probabilidade de apenas uma redução modesta até o final do ano — o mercado de ações tem se mantido em alta. Isso é bastante notável, considerando a expectativa em janeiro de que o Fed reduziria as taxas seis ou sete vezes este ano. E que as taxas de juros na economia estariam muito mais baixas agora.

Por mais animado que o mercado de ações possa parecer, ao analisá-lo mais de perto, fica evidente que os retornos recentes do S&P 500 estão apoiados em bases frágeis.

A febre da inteligência artificial — baseada na crença de que ela está inaugurando uma nova era tecnológica — tem se espalhado entre os investidores, o que tem sido suficiente até agora para manter as médias gerais do mercado de ações em ascensão.

Mas o resto do mercado tem se revelado bastante morno. De fato, remova as maiores empresas, especialmente as de tecnologia, e o desempenho geral dos papéis não é impressionante.

Retornos concentrados

Uma ação em particular tem liderado a alta do mercado: a Nvidia, que produz chips e outras infraestruturas associadas aos aplicativos de IA que geram fala, imagens e escrita de software que capturaram a imaginação popular.

Nos últimos 12 meses, as ações da empresa subiram mais de 200%, elevando seu valor de mercado total acima de US$ 3 trilhões (ou cerca de R$15 trilhões, quase 50% a mais que o PIB brasileiro), o que a coloca em um território de elite compartilhado apenas com outras gigantes da tecnologia no mercado americano: Microsoft e Apple.

Outras grandes empresas com um forte componente de IA, como Meta (a holding do Facebook e Instagram) e Alphabet (dona do Google), juntamente com empresas de chips e hardware como Super Micro Computer e Micron Technology, também apresentaram, recentemente, desempenhos excelentes.

Mas a estreiteza da alta do mercado de ações fica clara quando se compara o índice padrão S&P 500, ponderado pela capitalização, com uma versão que é menos concentrada nas grandes empresas.

Considere que o S&P 500 padrão é o que se chama de índice ponderado pela capitalização — o que significa que empresas de US$ 3 trilhões, como Microsoft, Apple e Nvidia, detém o maior peso. Assim, quando esses gigantes sobem 10%, por exemplo, eles puxam o índice inteiro muito mais do que um ganho de 10% por uma empresa menor no índice, como a News Corporation, dona do Wall Street Journal, com uma capitalização de mercado de cerca de US$ 16 bilhões (aproximadamente R$ 86 bi) .

O S&P 500 ponderado pela capitalização subiu quase 14% este ano — um ganho espetacular em menos de seis meses. Mas há também uma versão igualmente ponderada do S&P 500, na qual ganhos de 10% — tanto para gigantes como Microsoft quanto para empresas meramente grandes, como a News Corp. — têm o mesmo efeito.

O S&P 500 igualmente ponderado subiu apenas cerca de 4% este ano. Da mesma forma, o índice industrial Dow Jones, que não é ponderado pela capitalização (que tem suas próprias características particulares para realizar a média), subiu menos de 3%.

Prêmio pelo tamanho

Em resumo, ser maior é ser melhor no mercado de ações atualmente. Um estudo recente do Bespoke Investment Group, uma firma independente de pesquisa de mercado financeiro, demonstra isso.

O Bespoke dividiu o S&P 500 em 10 grupos, baseados apenas na capitalização de mercado. Descobriu que o grupo contendo as maiores empresas foi o único a ter retornos positivos nos 12 meses, até 7 de junho. Ao mesmo tempo, o grupo com as ações menores no índice teve as maiores perdas.

Esse padrão se manteve quando o Bespoke olhou especificamente para empresas de inteligência artificial. Gigantes como Nvidia tiveram os maiores retornos. As empresas menores geralmente ficaram para trás.

Apenas neste ano-calendário, os índices de ações que acompanham as maiores empresas estão superando os que seguem ações de pequena capitalização: o S&P 100, que contém as maiores ações do S&P 500, subiu mais de 17%. O Russell 2000, que acompanha o universo de pequenas ações, subiu menos de 1% no ano.

Implicações para os investidores

Enquanto acompanho de perto esses desenvolvimentos, tento não me preocupar com eles como investidor. De fato, vejo a concentração atual do mercado como uma validação da minha estratégia de longo prazo, que é usar fundos de índice de baixo custo e amplamente diversificados para ter uma parcela de todo o mercado de ações e títulos.

A dependência geral do mercado de uma pequena corte de grandes empresas me agrada, mas isso é só porque estou bem diversificado. Portanto, não me preocupo muito com qual parte do mercado está forte e qual não está.

Por outro lado, se você é um investidor ativo que faz apostas em classes de ativos individuais, ações ou setores, há muito o que pensar agora. Você pode apostar no contínuo momento das maiores empresas — ou até mesmo em apenas uma, como a Nvidia.

Claro, você pode acreditar que é mais inteligente ir completamente na direção oposta. Talvez queira buscar ações que foram negligenciadas neste mercado de alta afunilado, como ações com menor capitalização de mercado e que parecem ter maior valor, com base em métricas como o índice preço/lucro.

Historicamente, ações de pequena capitalização e valor superaram ações de grande capitalização e crescimento ao longo de períodos longos, embora não o tenham feito recentemente. Talvez seja hora de uma reversão?

Enquanto faz alterações nos seus investimentos, você também pode concluir que títulos e fundos de títulos são perda de tempo, em comparação com o mercado de ações e seus ganhos mais espetaculares.

Faça as decisões certas sobre qualquer um ou todos esses problemas e você pode ganhar muito dinheiro. Algumas pessoas certamente o farão. Mas se cometer um erro agora — ou depois, mesmo depois de fazer algumas apostas lucrativas — você pode facilmente acabar perdendo a maior parte do seu dinheiro.

Portanto, estou seguindo as probabilidades de longo prazo, baseado em muitas pesquisas acadêmicas que sugerem que a maioria das pessoas, na maioria das vezes, se sai melhor deixando os mercados globais fazerem dinheiro para elas.

Mantenha os custos baixos com fundos de índice; mantenha ações e títulos o tempo todo, em uma proporção razoável para suas necessidades e tolerância ao risco; e tente não se preocupar muito com todos esses problemas complexos — pelo menos na sua vida de investidor.

Não sei o que o Fed fará em seguida, e, embora me importe, não deixarei que isso me influencie financeiramente. O mercado de títulos tem sido fraco. O mercado de ações não é completamente estável, mas está tudo bem também. Espero que haja algumas perdas dolorosas pela frente, mas ganhos maiores para aqueles que simplesmente seguem o caminho.

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