A história é a mesma. Mas não exatamente idêntica. Remake da novela homônima originalmente exibida pela TV Globo em 1993, "Renascer" traz pequenas grandes mudanças na trama escrita por Benedito Ruy Barbosa. Há novos personagens à vista, alterações nos perfis de determinadas figuras, aumento na duração da primeira fase... É um novo folhetim que se descortina diante do público — a partir desta segunda-feira (22), às 21h —, como frisa o autor Bruno Luperi, neto de Benedito.
— O propósito desta nova versão de "Renascer" é pegar uma história, da forma como ela foi concebida, para estudá-la, imergir dentro daquele contexto, fazer uma pesquisa profunda da contemporaneidade e aí, sim, empreender uma releitura — conta Bruno Luperi. — É uma novela muito calcada em transformações, justamente para que aquela mesma história possa ser contada à luz do nosso tempo, respeitando questões de gênero, tecnologia, agricultura, manejo, sustentabilidade, relações sociais...
'Renascer’: compare o elenco das duas versões da novela
A seguir, confira o que muda, afinal, na nova versão da novela "Renascer".
Primeira fase mais longa
A primeira fase da nova versão de "Renascer" está mais longa. No original de 1993, a apresentação do jovem José Inocêncio (antes interpretado por Leonardo Vieira, e agora vivido por Humberto Carrão) durava cinco capítulos. Desta vez, são 12 capítulos dedicados à juventude dos personagens principais. A segunda fase — com Marcos Palmeira no papel de José Inocêncio — começa no dia 5 de fevereiro.
Vilão com novo nome
Teodoro mudou de nome, mas ainda é vilão. O inescrupuloso coronel, vivido por Herson Capri na versão original, agora se chama Egídio — e ganha o rosto do ator Vladimir Brichta.
— Ele é um cara que deseja a morte, que assedia moralmente a mulher e os funcionários, que explora a mão de obra dos trabalhadores num esquema análogo à escravidão... Lamentavelmente, são os vilões modernos — adiantou Brichta, em entrevista à coluna Play, do GLOBO. — De quebra, Egídio tenta matar o José Inocêncio. Alguém me perguntou se acredito que ele vai se redimir. Acho pouco provável.
Buba: de intersexo à mulher trans
Na nova versão de "Renascer", cabe a Gabriela Medeiros, de 22 anos, o papel antes defendido por Maria Luisa Mendonça. A personagem Buba — que, em 1993, era uma pessoa intersexual (à época, utilizava-se o termo "hermafrodita", que caiu em desuso) — reaparece como uma mulher trans, interpretada igualmente por uma artista trans. Na ficção, a jovem psicóloga enfrenta o preconceito depois de se apaixonar por José Venâncio (Rodrigo Simas), um dos filhos de José Inocêncio.
Novo coronel na área
Como a primeira fase da novela será mais longa, surgem algumas figuras novas. Um deles é coronel Firmino, interpretado por Enrique Diaz. A figura atua como intermediário da compra e venda do cacau na região de Ilhéus e, mais tarde, se torna um agiota. Ardiloso, não deixa transparecer suas reais pretensões. O filho, Egídio, assume os negócios depois que o coronel é morto num ajuste de contas enigmático.
Outra figura inédita
Outra figura nova no folhetim é Cândida, interpretada por Maria Fernanda Cândido. Viúva de um fazendeiro que morre enforcado num pé de cacau, ela se vê às voltas com os negócios do marido e com a ganância dos coronéis Firmino e Belarmino (Antonio Calloni), que insistem em tomar posse de suas terras. É Cândida quem acolhe o jovem José Inocêncio entre a vida e a morte, em sua fazenda, com a ajuda de Inácia (Edvana Carvalho). Depois de entregar suas terras ao forasteiro misterioso, ela decide recomeçar a vida longe dali.
De Zinho a Zinha
Na primeira versão de "Renascer", Zinho (Cosme dos Santos) — filho de Jupará (antes interpretado por Gésio Amadeu, e agora encarnado por Evaldo Macarrão) — era o melhor amigo de João Pedro (Marcos Palmeira, em 1993; e Juan Paiva, nesta versão). No remake, o personagem tem o mesmíssimo perfil de antes, mas agora é uma mulher: Zinha (Samantha Jones).
De padre a pastor
Personagem interpretado por Jackson Costa em 1993, Padre Lívio é apresentado, em 2024, como um pastor evangélico progressista. Com uma vida dedicada à vocação religiosa, a figura — agora vivida pelo ator Breno da Matta — cresceu num lar evangélico batista e, desde muito cedo, percorreu o caminho da fé dentro da igreja, até que seus questionamentos falassem mais alto e o levassem para as estradas. Nessa via-sacra, cruza seu caminho com o de Padre Santo (Chico Diaz).
Sai um, entra outro
Sai Egberto (interpretado por José de Abreu, em 1993), e entra Eriberto (Pedro Neschling). Melhor amigo e sócio de José Venâncio numa agência de publicidade no Rio de Janeiro, o rapaz é um profissional talentoso e... invejoso. Ao saber que Eliana (Sophie Charlotte) e o sócio não vivem uma boa fase, ele aproveita a situação para se aproximar da modelo.