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Por — Rio de Janeiro

Às 20h do dia 18 de setembro de 1998 entrava no ar o Canal Brasil, na TV por assinatura, com a proposta de ter 100% de conteúdo dedicado ao audiovisual nacional. “Sonho sem fim” (1987), dirigido por Lauro Escorel Filho, foi o primeiro filme exibido. Desde então, entre longas e curtas, outros sete mil filmes passaram por ele nestes 25 anos.

Para marcar a data, está em curso uma série de celebrações, dentro e fora da telinha. Haverá uma mostra no Itaú Cultural, em São Paulo, entre os dias 28 e 1º, com filmes como “A vida invisível”, de Karim Aïnouz, “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, e “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, coproduzidos pela empresa. E como o momento é de celebração, a cerveja Canal Brasil, antes restrita a confraternizações da indústria do audiovisual, começa a ser comercializada ao público.

Na programação, a “Mostra Canal Brasil 25 anos” exibirá alguns dos mais famosos entre os quase 400 longas coproduzidos pelo canal, como “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho, “Marte um”, de Gabriel Martins, e “Carvão”, de Carolina Markowicz. Outra seleção, “Prêmio Canal Brasil de Curtas” apresentará obras premiadas pelo júri do canal em festivais. Já o programa “Tá só começando — 25 anos” trará a apresentadora Simone Zuccolotto conversando com nomes como Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Leandra Leal e Lázaro Ramos sobre suas carreiras e relação com o canal.

Para todos

Nas próximas semanas, chegam duas novas séries. No dia 29, é a estreia de “Notícias populares”, criada pelo jornalista André Barcinski e pelo cineasta Marcelo Caetano. Com Luciana Paes, Ana Flávia Cavalcanti e Bruna Linzmeyer, a série acompanha o dia a dia de um jornal no início dos anos 1990. No dia 13 de outubro, será lançada “João sem Deus — A queda de Abadiânia”, dirigida por Marina Person e com Marco Nanini na pele de João de Deus, autoproclamado médium condenado por abuso sexual.

Marco Nanini interpreta João de Deus em "João sem Deus - A queda de Abadiânia", série do Canal Brasil — Foto: Mariana Caldas
Marco Nanini interpreta João de Deus em "João sem Deus - A queda de Abadiânia", série do Canal Brasil — Foto: Mariana Caldas

— Contamos a história de João de Deus, mas não pelo ponto de vista dele. Sempre achei que seria importante desenvolver a história através das mulheres que foram oprimidas — conta Person. — Desde que fazia o Cine MTV, eu defendia que tínhamos que falar do cinema brasileiro. Para além dos filmes nacionais, amo os programas do canal.

Diretor-geral do Canal Brasil, André Saddy também destaca a importância dos programas para a emissora, que nos primeiros anos foi essencialmente um canal de acervo. Em 2004, sob direção de Paulo Mendonça, a equipe do canal fechou uma mesma locação no Rio para gravar vários programas, apostando em um estilo mais irreverente que viria a marcar sua imagem. Nasceram assim “Rolo extra”, com Pedro Bial, “Tarja preta”, com Selton Mello, “Sem frescura”, com Paulo César Pereio, e “Escândalo”, com Angela Ro Ro. Na sequência, viriam outros clássicos como “Espelho”, com Lázaro Ramos, “O som do vinil”, com Charles Gavin, “O estranho mundo de Zé do Caixão”, com José Mojica Marins, e “Larica total”, com Paulo Tiefenthaler, que também desenvolveu “Perdido” e “Tiefentalks”. Hoje, programas como “Amigos, sons e palavras”, apresentado por Gilberto Gil, e “Choque de cultura”, com Caito Mainier, Raul Chequer, Leandro Ramos e Daniel Furlan, mantêm a tradição.

— O Canal Brasil é e sempre será a minha casa. É o lugar da minha formação artística e audiovisual — conta Lázaro Ramos. — Foram 18 anos de “Espelho”, dirigindo, experimentando, conhecendo pessoas com as quais aprendi muito.

O início de tudo

O Canal Brasil é uma joint venture entre a Globo e o Grupo Consórcio Brasil, formado por Luiz Carlos Barreto, Zelito Viana, Marco Altberg, Anibal Massaini Neto, Roberto Farias (1932-2018), Mendonça e Saddy.

— Era um projeto antigo dos diretores do cinema novo. Nelson (Pereira dos Santos), Glauber (Rocha), Cacá (Diegues), todos nós sonhávamos com um canal para exibir os filmes brasileiros. Acreditávamos que só o cinema não era o bastante para levar os nossos filmes ao povo — lembra Barreto.

Apesar de o sonho existir desde os anos 1960, o canal só se tornou realidade anos depois, em plena retomada do cinema brasileiro. Saddy acredita que o espírito da época contagiou o canal, que pôde se transformar em algo maior do que esperado.

— Acabamos pegando um pouco este sentimento da época. O que nasceu como um canal de acervo de repente encontrou outros caminhos e acompanhou este movimento — diz Saddy, que entrou no canal quando estava ele há seis meses no ar. — Sabemos que o canal não irá brigar pelas maiores audiências, mas não queremos saber apenas de resistir. Eu o vejo como um canal de ocupação de espaços.

De fato, a programação é formada essencialmente pela exibição de filmes, mas tem aberto lugar para produtos jornalísticos, atrações musicais e transmissões ao vivo de premiações (como no Festival de Gramado e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, no mês passado), confirmando a disposição para “ocupar espaços”.

Para Saddy, o importante é chegar sempre a um número maior de tespectadores:

— Não acredito em um canal para poucos, para cults e descolados. A cultura brasileira de qualidade tem que chegar ao maior número de pessoas, e é isso que queremos para os próximos 25 anos.

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