![Reabertura do Theatro Municipal com apresentação para o público. Agência O Globo — Foto:](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/PVNjGVqyUSXXYYMiwMGG9Jas7Sg=/0x0:5184x3456/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/r/R/LkneYSQDa72dbWL72RFg/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-11-9-19-1636497449315.jpg)
Menos de um mês após a sua reabertura, o Theatro Municipal é alvo de denúncias de funcionários. Declarações atribuídas a fontes do coro, do balé e da orquestra do espaço listaram queixas sobre as condições técnicas do teatro, que reabriu as portas após ficar quase dois anos fechado por conta da pandemia, em uma reportagem publicada na Folha de S. Paulo ontem. Problemas de limpeza nos bastidores, segurança no palco, falta de pessoal foram confirmados por fontes ouvidas pelo GLOBO.
O atual piso do palco expõe os bailarinos a riscos de lesão e acidentes. Em 2019, durante a gestão do presidente Aldo Mussi, uma soma de US$ 68 mil dólares foi arrecadada para a compra de um amortecedor que possibilitaria coreografias mais seguras. Só que o piso nunca foi trocado e não se sabe o destino do dinheiro. A atual presidente, Clara Paulino, contou ao GLOBO que desconhecia a informação até semana passada e que ainda está tentando localizar o dinheiro.
— Estamos apurando — disse Paulino, que assumiu a presidência em fevereiro de 2021. — Ouvi diferentes versões, uma de que ele foi destinado a outras despesas e outra de que ele nunca chegou a ser utilizado.
Paulino, porém, nega outros problemas técnicos, como cheiro de rato no ar-condicionado e falta de papel higiênico e de limpeza nos banheiros dos camarins.
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— O Theatro está em condições de limpeza — diz ela. — Havia um passivo gigante para sanear e está sendo feito. O ar foi reformado e temos uma nova empresa de limpeza. Qualquer pessoa pode vir ao teatro e ver que não está sujo.
Nos bastidores, também se comenta a falta de novos editais, mesmo com o Estado abrindo concurso. A orquestra está depauperada. Para se ter uma ideia, só há duas violas onde deveria haver seis. A falta de bailarinos e recursos técnicos para o corpo de balé, porém, é o que mais preocupa.
— Se as pessoas não tomarem uma atitude, o balé no Municipal vai deixar de existir — lamenta André Heller-Lopes, que deixou a direção artística do Municipal em agosto de 2020, e confirma as limitações estruturais do Municipal. — Receio que, ao menos no passado, tentativas de solucionar problemas de uma forma improvisada acabem resultando em um acidente mais sério no futuro.
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Paulino afirma que solicitou vagas para o governo em outubro:
— A solicitação foi devolvida para que demonstrássemos qual seria o impacto financeiro neste momento. Esta requisição está na assessoria de planejamento do teatro e será respondida em breve.