Cultura
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A Cinemateca do MAM, no Rio, começa hoje uma mostra em homenagem a David Neves, morto há 30 anos. Conhecido como “líder afetivo do Cinema Novo”, sua obra é menos famosa do que a de outros autores do movimento, como Glauber Rocha (de quem foi muito próximo), mas considerada da mesma importância.

É uma oportunidade de ver ou rever longas como “Memória de Helena” (1969), “Lucia McCartney” (1971), “Muito prazer” (1979) e “Fulaninha” (1986), todos em novas cópias digitais em alta definição feitas pelo produtor Carlos Moletta, amigo do diretor. A entrada é gratuita.

E também haverá raridades. Hoje, às 18h30, a Cinemateca exibirá curtas em 35mm dirigidos em colaboração com outros cineastas e escritores: “Bienal, mão do povo” (1971) e “Palácio dos arcos” (1970), codirigidos com o montador Gilberto Santeiro; e “O fazendeiro do ar” (1974) e “Um contador de histórias” (1974), parceria com o cronista mineiro Fernando Sabino. Também será exibido “Colagem” (1968), ensaio visual de Neves sobre a atriz Luiza Maranhão, musa do Cinema Novo.

- Os filmes de David Neves não foram lançados em blu-ray e DVD e o que temos acesso são cópias na internet ou em formatos de baixa definição - diz Ruy Gardnier, professor de cinema e coordenador de programação na Cinemateca do MAM. - É a oportunidade de vê-los como eles foram concebidos de fato, com a marcação de cor correta e uma definição boa.

Cláudio Marzo e Mariana Moraes em cena de "Fulaninha" (1986) — Foto: Divulgação
Cláudio Marzo e Mariana Moraes em cena de "Fulaninha" (1986) — Foto: Divulgação

David Neves foi, antes de tudo, um grande personagem da Zona Sul carioca, cujo cotidiano capturou em diversas obras. Seu cinema refletia seu próprio estilo de vida, boêmio e lírico. Seus mestres eram os franceses Robert Bresson e François Truffaut, e alguns de seus títulos mais celebrados (como "Muito prazer") receberam comparações com o cinema de John Cassavetes.

- A fase madura do cinema de David Neves se dá a partir de "Muito prazer", em que ele encontra de fato esse tema de fazer uma crônica da zona sul carioca, dessa boêmia meio derrotada, com enormes fantasmas em relação ao que é a outra classe e ao mesmo tempo atingir o ápice de um determinado realismo carioca - avalia Ruy Gardnier. - Algo que só encontramos no cinema do David e do Hugo Carvana.

Enquanto seus colegas de Cinema Novo estavam mais preocupados com especulações revolucionárias e sociológicas, seu lema era "meu deus tanta coisa para não fazer hoje", como aponta em seu livro "Cartas do meu bar" (1993), que resume sua filosofia artística.

"Farei sempre filmes em clave baixa. Nunca poderei alcançar o épico, mesmo numa escala inferior", escreveu ele. No livro, Neves ainda lembra que "Fulaninha" (que será exibido na mostra no domingo, 14), "foi lançado de pijama, contra os filmes de smoking e black tie, para ganhar o mercado brasileiro".

Neves adaptou grandes escritores como Helena Morley (“Memórias de Helena”) e Rubem Fonseca (“Lucia McCartney”), e morreu enquanto se preparava para filmar “As meninas”, com roteiro adaptado do livro de Lygia Fagundes Telles. O projeto acabou migrando para o diretor Emiliano Ribeiro, que lançou um longa em 1995 (o filme será exibido na mostra no domingo).

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