Cultura
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 27/06/2024 - 00:01

Samuel Rosa lança álbum solo: Rosa

Samuel Rosa lança seu primeiro álbum solo, Rosa, após três décadas com o Skank. No novo trabalho, o músico se abre sobre o fim do grupo, seu casamento e o início de outro relacionamento. O álbum reflete sobre o amor e desamor, com músicas feitas para sua nova companheira. Com uma banda formada por amigos de infância, Samuel explora sua criatividade e solidão criativa, mantendo a essência de sua carreira solo.

O cantor, guitarrista e compositor Samuel Rosa lançou nas plataformas, na madrugada desta quinta-feira (27), o seu primeiro álbum solo: “Rosa”. É um disco em que ele diz ter rechaçado temas fora de seu universo íntimo — e que, portanto, “não poderia ter outro título”.

— Depois de mais de 30 anos de Skank, a rédea está finalmente na minha mão. Só tenho mais um quarto de vida pela frente, não dá mais, essa é a hora! — dramatiza o mineiro de 57 anos, meio de brincadeira, meio a sério.

“Rosa”, porém, vai além de elaborações sobre o fim do grupo com Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria), anunciado em 2019 e concretizado em 2023 após longa e emocionante turnê de despedida. No novo disco, Samuel tematiza o final de um longo casamento (com Ângela Castanheira, com quem teve dois filhos, Juliano e Ana) e o início de outro (com Laura Sarkovas, mãe de sua filha Ava, de 3 meses de idade). Antes travado para tratar de sua intimidade, ele agora busca se abrir.

— As músicas “Palma da mão” e “Rio dentro do mar”, por exemplo, fiz para a Laura. Resolvi escrever sobre mim, sobre coisas que vivi e que percebo, cotidianas e comuns a várias pessoas — diz o músico. — Quando lancei “Segue o jogo” (single que antecipou o álbum, no começo do mês), música sobre o fim de um relacionamento na visão de uma pessoa como eu, para a qual isso está mais ou menos cicatrizado, um amigo meu, que está no olho do furacão da separação, falou: “Adorei, mas não vou ouvir mais porque ainda está me doendo!”

Amores possíveis

Samuel jura que até tentou escrever sobre política, mas logo se convenceu de que “Rosa” só podia ter um tema.

— Aos 57 anos, a coisa mais legal que percebi é que a gente continua sujeito ao amor e ao desamor. Quis celebrar isso. Acho que é o resto de juventude que me sobra — justifica-se. — Quando me separei, falei para a minha mãe: “Ah, mãe, eu tô me separando e tô meio que apaixonado por outra pessoa...” Ela, que já tem 80 anos, perguntou: “Mas é possível se apaixonar mais de uma vez na vida?” E eu: “É possível, sim, mãe!”

Uma preocupação da qual Samuel diz ter passado longe em “Rosa” era a de fazer um disco “que não soasse como o Skank”.

— Não dava para correr de mim mesmo. Eu não ia lutar contra uma coisa que é minha, o compositor do Skank era eu. Podem até falar das semelhanças, mas tinha muita coisa dos Beatles no Wings (banda que Paul McCartney formou após os Beatles), não é mesmo? Era inevitável — argumenta. — Não saí do Skank para ser outro. O que quero é trabalhar com outras pessoas, ser ajudado de um outro jeito, ser dono de mim. Não tenho dúvidas de que ali no Skank todos deram o máximo. Agora é o momento em que cada um pega essas forças e investe em si mesmo.

Ao partir para a carreira solo, Samuel Rosa montou logo uma banda, com a qual fez alguns shows até que ela estivesse afiada para entrar em estúdio. Tocavam canções do Skank e algumas que Samuel gravou com outros artistas, como “Girassol da cor do seu cabelo” (Lô Borges), “Tarde vazia” (Ira!), “Não vou ficar” (Tim Maia) e “Oba, lá vem ela” (Jorge Ben):

— Imagina só se eu me juntasse a um produtor, entrasse em um estúdio e ficasse só eu, ele e um computador? Não é minha escola, cara! Eu queria uma banda que tivesse um amálgama, uma assinatura.

Samuel Rosa, ex-Skank, lança disco solo — Foto: Edilson Dantas
Samuel Rosa, ex-Skank, lança disco solo — Foto: Edilson Dantas

Amigos de infância

Juntaram-se a ele Pedro Pelotas (teclados, da banda gaúcha Cachorro Grande), Marcelo Dai (bateria e percussão) e dois velhos conhecidos: Doca Rolim (violão e guitarra) e Alexandre Mourão (baixo).

Doca foi guitarrista de apoio do Skank, em diferentes fases, desde 1993. E Alexandre fez parte, junto do irmão, Dinho, e do próprio Samuel, de um embrião do Skank, o grupo Pouso Alto. A banda participou em 1987 do LP “Rock forte”, coletânea com então emergentes do pop-rock de Minas. A banda lançou lá a música “Manha e mania”, que, segundo Samuel, chegou a tocar no rádio (“Foi meu primeiro hit!”).

— Agora estou fazendo essa reparação histórica de trazer de volta meu amigo de infância. Pô, fui com o Alexandre e a mãe dele na loja, em Belo Horizonte, no dia em que ele ia ganhar uma guitarra. Ficava assim para a mãe: “Não, não, para ele é baixo, eu é que toco guitarra!” — diverte-se o dono de banda que, antes de reincorporar o amigo, o fez mergulhar numa playlist de indie rock dos anos 2000, com muito Shins e Wilco, para familiarizá-lo com a sonoridade que queria para “Rosa”.

Sem dispensar hits

Apesar de ter passado um bom tempo se despedindo do Skank, quando começou os trabalhos do disco solo Samuel Rosa não tinha quase nenhuma música composta. No começo do ano, em Belo Horizonte, ele se concentrou no processo de criação.

— Fui muito disciplinado: compunha pela manhã, a banda chegava à tarde e a gente ficava ali até oito da noite. Fiz mais ou menos 20 músicas e depois fomos para um estúdio nas montanhas (de Nova Lima, próximo a Belo Horizonte). Eu achava que a gente poderia gravar umas seis músicas, já que no fim de março eu tinha que vir correndo para São Paulo porque a Ava ia nascer — conta ele, que acabou fazendo o disco inteiro com a banda antes do parto.

Acostumado a parceiros como Chico Amaral e Nando Reis, Samuel manteve apenas um dos tempos de Skank em “Rosa”: Rodrigo Leão, do hit “Saideira”. São três faixas da dupla no novo disco: “Ciranda seca”, “Aquela hora” e “Tudo agora”. Para outras músicas, convocou novos parceiros de diferentes gerações: João Ferreira, de 25 anos, vindo da banda de seu filho (ele é coautor de “Flores da rua”), e Carlos Rennó, de 68, da Vanguarda Paulistana (ele assina as letras de “Bela amiga” e “Me dê você”). De resto, curtiu a solidão criativa.

— Apesar de ter tido parceiros a vida inteira, gosto muito de compor sozinho, ou pelo menos de começar o processo sozinho. Antes de ligar para alguém, rabiscava alguma coisa da melodia. Nós sempre começávamos separados, só depois, na hora de fazer os acabamentos, é que me encontrava com eles.

No fim das gravações de “Rosa”, o engenheiro de som Renato Cipriano, com quem Samuel dividiu a produção do disco, trouxe uma surpresa. Tinha conseguido o contato do arranjador canadense Owen Pallett, que Samuel admirava por trabalhos com o Last Shadow Puppets (banda paralela de Alex Turner, do Arctic Monkeys). Pallett assinou as luxuosas cordas de “Não tenha dó”, “Palma da mão” e “Rio dentro do mar”, gravadas com uma orquestra de Skopje, na Macedônia do Norte.

Henrique Portugal, Samuel Rosa, Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti no último show do Skank, domingo (26), no Mineirão — Foto: Alexandre Stehling / Divulgação
Henrique Portugal, Samuel Rosa, Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti no último show do Skank, domingo (26), no Mineirão — Foto: Alexandre Stehling / Divulgação

A vida continua

Agora, mais de um ano depois de o Skank ter feito seu show de despedida, num estádio do Mineirão com mais de 50 mil pessoas, a vida continua para os ex-integrantes. Henrique Portugal lançou um EP com sua Solar Big Band, Lelo Zaneti pôs na praça discos e shows com o projeto Trilho Elétrico e Haroldo Ferretti tem se concentrado no estúdio, inclusive prestando assessoria a Juliano, filho de Samuel. E este, por sua vez, cai na estrada com o show de “Rosa”, começando por São Paulo (2/8, no Espaço Unimed) e Rio (9/8, no Vivo Rio).

— E aí vou tocar também as que fiz na época do Skank, não tenho envergadura para seguir uma carreira e abrir mão dessas músicas — admite. — A música é maior que a banda, é maior que o artista, é maior que tudo.

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